18ª ARTE MAIO, AAETEC e entrevista exclusiva com o pintor Luís Pedro Viana

Luís Pedro Viana

Amanhã, sábado, abrirá ao público a 18ª ARTE MAIO na Estação Shopping de Viana, onde vários artistas apresentarão na exposição as suas pinturas. A iniciativa é da AAETEC, Associação dos Antigos Alunos da Escola Técnica de Viana do Castelo que elaborou, também, um vasto programa de modo a proporcionar um dia completo de confraternização a ex e actuais alunos, professores, funcionários e amigos daquela instituição que hoje tem o nome de Escola Secundária de Monserrate.

 

O Minho Digital entrevistou um dos antigos alunos que por ali passou e que teve a honra de ser designado como o ‘artista convidado’. Firmino Moreira da Cunha, nascido no longínquo ano de 1943, em Viana do Castelo, estudou na Escola Primária em Montedor e Industrial e Comercial de Viana do Castelo, tendo feito os preparatórios de equivalência na Escola Académica do Porto para admissão ao Instituto Industrial e depois Faculdade.  A sua saída de Viana deveu-se à necessidade de estudar em grau mais avançado.

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Mas o seu percurso escolar acabaria por ser interrompido de 1964 a 1968 com a mobilização para o Ultramar. Regressado à Metrópole, completaria o Curso de Engenheiro  Técnico. Mas a sua grande vocação estava destinada às artes…

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Ilustação de Luís Pedro Viana

MINHO DIGITAL (MD) – Quando e como apareceu a pintura na sua vida?

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A pintura surgiu na fábrica do meu pai, em Viana, no atelier de pintura com o pintor Tarcísio, ainda em 1962. Ainda hoje conservo  duas peças em cerâmica dessa época e outras com suportes diferentes: uma paisagem em prato de hostalene, uma figura feminina (Primavera) em óleo sobre papel, um cartaz para anúncio do Baile da Queima da Universidade do Porto com o título PSICO, etc.

Mais tarde, viajando pela Europa, fui a Paris para visitar o Louvre e aí permaneci  8 dias percorrendo-o, sala a sala, e o mais que me ‘tocou’ e sensibilizou  foram os ” impressionistas”. Numa outra viagem, estive no Museu de Arte Contemporânea para ver a exposição do pintor Mark Rothko.  Visitas a Galerias, Fóruns  e Museus são a forma de estar sempre nas correntes de vanguarda, quer em Portugal e na Europa. Recordo os 100 Anos da Pintura Francesa em Lisboa. A visita ao Museu Van Gogh em Amesterdão, em Budapeste,  Madrid,  Barcelona, Maiorca, Bilbao, entre outras.

 

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MD – Quando começou a acreditar mais a sério que ia dedicar-se mais activamente à pintura?

Comecei, como já disse, muito novo e sem qualquer intencionalidade de seguir essa actividade. Porém, mantive uma atenção especial por esta arte, deixando a minha marca em desenhos e óleos que ao longo dos anos sempre fiz. Preparava o meu futuro como artista para quando o tempo me desse essa disponibilidade. Agora, faço-o com mais regularidade. Participei em várias exposições tais como Eixo Atlântico, Fórum da Maia, Museu de Viana (Associação), Rotários de Gaia, Castelo de S. João da Foz-Porto, Arte na Leira em 2012 organizada pelo artista Mário Rocha, e muitas outras. Deste modo fui agora para a 18ª ARTE MAIO, aqui na minha terra de sempre.

 

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MD – Em que estilos se movimenta?

Tenho várias influências pela convivência com pintores como Armando Alves (um dos quatro vintes), José de Guimarães, Sobral Centeno. Tomo boa nota de Almada, Júlio Pomar, Vieira da Silva, Graça Morais, Paula Rêgo. Quanto a estrangeiros, não podia deixar de admirar Picasso, Dali e os impressionistas. As novas correntes americanas com nomes como Robert  Rauschemberg, Ray Lichestein, James Rosenquist e Andy Warhol são preferenciais.

 

MD – Qual o seu estilo?

Geométrico.

 

MD – Qual foi o seu primeiro quadro? Vendeu-o ou ficou com ele por razões sentimentais?

Foi um quadro a óleo sobre papel (Primavera) em 1962.  Faz parte da minha colecção.

 

MD – Qual foi o quadro que mais gostou de pintar? Que é feito desse quadro?

“A Pata da Europa”, tema da série ‘O Mundo Português’, agora como cartaz da Exposição da 18ª ARTE MAIO que vai decorrer na Estação Shopping de Viana.

 

MD – Qual a origem do pseudónimo que utiliza para assinar as suas obras?

Quis homenagear a minha avó Teresa Pedro Viana. Luís é o nome do meu filho. Assim nasceu o pseudónimo  Luís Pedro Viana.

Com este pseudónimo apareço também nos escritos poéticos a que me dedico desde 1990 com dois livros publicados. Nesta área venho dizendo poesia da minha autoria, todos os meses, na Galeria Vieira Portuense.

 

MD – Sabemos que faz parte de algumas tertúlias? Quer dizer-nos algo sobre isso?

Sim, é verdade, na Galeria Vieira Portuense, com pintura e poesia.

 

MD -Qual é o pintor português que mais admira? E estrangeiro?

Ainda recentemente foi homenageado em Paris: Amadeo Souza Cardoso. Quanto a estrangeiro, fico-me pelo trabalho desenvolvido por Picasso.

 

MD – Qual o sonho da sua vida em termos artísticos?

Conforme diz a minha Amiga Maria Guedes « Trabalhar a prática do desapego conservando o amor (à arte), será certamente, o caminho da liberdade». Procuro a maior liberdade…

Ligar a escrita poética à pintura, obriga a cor ao diálogo com a palavra.

 

Arte na Leira (2012) na Casa do Marco, na Serra D´Arga, organizada pelo artista Mário Rocha 

MD – Mas também sabemos que se dedica à escrita?

Participação em várias coletâneas de poesia, contos publicados no jornal as Artes entre As Letras e Primeiro de Janeiro. Poesia no Jornal de Notícias, As Artes Entre as Letras, Rotários de Vila Nova de Gaia e Jornal de Matosinhos.

 

MD – Nunca foi convidado a expor em Viana do Castelo?

(risos) Os santos da terra não fazem milagres!… Não se aplica ao meu caso e ficava um pouco sem resposta. Como sabe participo na Monografia  ‘A Falar de Viana’, por convite da Comissão das Festas da Agonia.

Luís Pedro Viana será um dos muitos que acorrerá amanhã, pelas 9.00 horas, à concentração na Escola Secundária de Monserrate, em Viana do Castelo, dando início à vasta programação organizada pela AAETEC. Pelas 11.00 horas terá lugar, na Sé Catedral, uma Missa de sufrágio pelos sócios, alunos, professores e funcionários falecidos. Às 14.45 horas, nas escadas da Estação Viana, junto aos bailarinos, será o momento para a posteridade com a foto do grupo, seguindo-se a inauguração da Exposição 18ª ARTE MAIO. Pelas 13,30 a Quinta da Presa, na Meadela, receberá os convivas para um almoço de confraternização. Às 16.00 horas serão homenageados Manuel Sousa Vaz e Porfírio António Bartilloti Franco (professores), bem como Carlos Alberto Silva (Assist. Técnico) e Maria de Lurdes A. Preza (Assist. Ope.). A finalizar, decorrerá a entrega  dos Prémios de Jogos Florais a Alexandre Pedro Silva, o melhor aluno do ano 2014/2015.

 

 

 

DOIS POEMAS DE LUÍS PEDRO VIANA

PRINCESA OU RAINHA                              

Da encosta de Santa Luzia Pedras ou pérolas rolaram Castelos assim construía. VIANA a ti te chamaram.

Viver no sopé do monte A vida que eu invejo.

Doirados os olhos na fonte Do rio que eu já vejo.

É festa foguetes no ar Estrelas que já não via. Todos marcam lugar. Na Senhora da Agonia.

Tomei-a nos braços bailei Outros pares se juntaram. Perdido na roda fiquei Contigo todos dançaram.

A alma vem-lhe do mar Fomos á praia do Bico. Toda a gente a cantar

As canções que te dedico.

Fidalguia e nobreza  O povo a sabe amar. Cabe em ti a beleza Do monte rio e mar.

VIANA a ti te chamaram. Princesa bordada no linho. À fama te elevaram

RAINHA DO ALTO MINHO.

 

A MINHA HISTÓRIA

Gróvios e Límios,

Em território Galético

Foram em esquecidos tempos

Os meus lóios parentes ancestrais.

Oh!  Fadas e druidas construíram

A lenda do rio Lethes

E eu não a esqueci.

Agora os doutores de Bolonha,

Compostela e Coimbra dizem-me

Que sou Gróvio.

Não renego… Não renego. Nada sei de Viana do Lima,

Desta terra, destas gentes, por sentimento,

Sou Límio porque nasci aqui.

(Mas sempre uma voz se levanta!)

Alto! Diz minha irmã: podemos ter parentes

Em Grove, do lado de lá!

De terra em terra, castelos cercados

E batalhas vencidas de Contrasta a Silves

Nasceu Portugal.

Aqui ao norte de fundas raízes

Ser Gróvio ou Límio tem nobreza e fidalguia.

A história pode ser fantasia, e

Eu, Moreira de nome,

Com Moreira conquistada

Senhor de valentia

Assim sou de título Bis-conde,

Bis-Conde de Moreira

Pela graça de Deus e das armas

Da minha poesia.

 

Moreira – 1 de Novembro de 2013 ( Dia de todos os homens santos)

Luís Pedro Viana.

 

 

CURRÍCULO ARTÍSTICO DE LUÍS PEDRO VIANA

Pintura:

Eixo-Atlântico (Galiza)

 Museu Municipal de Viana do Castelo – Exposições da Arte Maio AAETEC

Bienal de Vila Nova de Gaia  (Rotários)

Fórum da Câmara Municipal da Maia – Mundo Português

 Forte de São João da Foz – Porto

 Galaicas nas cidades de Chaves e Guimarães.

Oropesa – Espanha

Arte na Leira 2012

Poesia:

Jornal As  Artes entre as Letras

Jornal de Notícias: poemas na página do leitor desde 1990

Jornal de Matosinhos: colaborou  entre  1990 a 1998

Revista dos Rotários de Vila Nova de Gaia

Revista Portugal Rotário

Colectâneas de poesia:

 A Arte pela poesia – Mosaico 2015

 Galeria Vieira Portuense – Colectâneas  2011,2012,2013,2014 e 2015 – Corpos.

Antologia de Poesia Contemporânea – Entre o Sono e o Sonho (Chiado Editora 2015).

Encontro de Poetas da Nossa Escola – AAETEC 2015

Ilustração:

Participa como convidado em livros e revistas :

“Murais do Tempo”  poesia de Teresa Gonçalves – Capa e 70 desenhos no interior – Versbrava,

Colectânea de Poesia da Galeria Vieira Portuense – Capa – 2011,2012,2013,2014 e 2015,

Corpos Editora –

 Das publicações de  Enigma e Janela Aberta de Luís Pedro Viana – poemas

Capas dos livros de vários autores; onde se inclui “Sinfonia da Vida” de H.M. Lacher  -Contos.

Jornal As Artes entre as Letras

Rotários de Vila Nova de Gaia

Rotários de Portugal

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