O primeiro grande erro e talvez o mais grave destes últimos 50 anos, foi o facto de não conseguirmos preparar convenientemente, as novas gerações de portugueses para o mundo da Liberdade e da Democracia.
Claro está que um Golpe de Estado seguido de uma Revolução, efetuados no mesmo dia, nunca poderia acabar naquele momento.
O Golpe de Estado foi muito bem arquitetado, embora com muita sorte à mistura.
Sim, tiveram a sorte de, nem a polícia secreta nem o Governo do momento, estarem preparados para um golpe militar mesmo com um ensaio anterior sem sucesso. Isto quer dizer que o 1º Ministro do país em 25 de abril de 1974, Marcelo Caetano, estava rodeado de incompetentes, para sorte de todos nós.
Logo após a ação militarizada começa a verdadeira Revolução com milhares de pessoas na rua a apoiarem uma mudança urgente neste país moribundo e em guerra.
Surgem as reivindicações por todo o lado, acompanhadas de saneamentos de gente ligada ao anterior regime e não só. Aconteceu também alguma injustiça.
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Foi essa precipitação que provocou elevadíssimos prejuízos ao país:
- Entrega precipitada e pouco democrática das ex-Províncias Ultramarinas a quem as quis ocupar;
- O regresso precipitado dos portugueses que lá viviam;
- Se aconteceram acertos económicos necessários para uma boa e justa entrega, eles não foram devidamente divulgados;
- Os saneamentos injustos;
- Alguns aumentos de ordenados totalmente desnivelados;
- Bastantes reclassificações profissionais injustas;
- Ocupações de habitações, em alguns casos, colocando os proprietários na rua;
- Algumas ocupações de empresas sem qualquer intervenção jurídica e colocando-as em imediata falência, etc.
Aconteceram imensos casos desastrosos, mas também outros de sucesso. São esses que devemos salientar e aproveitar para o futuro, se nos quisermos compara com os outros países da Europa.
Sem dúvida que a revolução nos ofereceu dois bens preciosos: a Liberdade e a Democracia.
Só que, ainda estamos a aprender a utilizá-las.
Na nossa Democracia acontece algo semelhante ás Ditaduras, senão vejamos:
- Os nossos políticos acenam com a estabilidade para obterem a maioria absoluta e depois, com o poder absoluto fazem as asneiras que lhes passam pela cabeça. O Putin acena o Ocidente como inimigo para justificar as guerras que provoca matando e destruindo onde lhe apetece;
- Governantes que já viveram em Ditadura, têm muita dificuldade em conseguir governar uma Democracia;
O mesmo acontece com a liberdade:
- Quem nunca viveu em Liberdade confunde-a com libertinagem;
- Dessa forma, os Governos menos preparados atuam pelo medo, não aceitam opositores nem a opinião deles. Vejam que o Putin mata quem se opõe a ele e os nossos políticos não aceitam as opiniões da oposição.
Por isso, estamos muito preocupados com esta nossa juventude que tem dificuldade em entender os verdadeiros significados de Liberdade e Democracia. É vulgar imaginarem que apenas têm direitos porque poucas pessoas lhes ensinaram que não existem direitos sem deveres. Os dois estão situados numa balança da Justiça cujos pratos devem permanecer equilibrados.
Se quisermos comparar os cinquenta anos anteriores à “revolução dos cravos” com os últimos cinquenta anos pós 25 de Abril, podemos afirmas categoricamente e com conhecimento de causa, que os últimos foram muito melhores para o povo português.
Será que poderiam ter sido mais úteis a todos nós?
Ás tantas, para os comuns cidadãos!
Ou até para quem nos dirige!…