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5ª Edição de Viana está na Moda – Mística Divina

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No dia 12 de Agosto, domingo, na moderna Praça da Liberdade, junto ao Rio Lima, atravessado pela Ponte Eiffel que celebra este ano 140 anos de existência, com um abraço ao fundo por Santa Luzia, foi apresentada a 5ª Edição de Viana Está na Moda, sob o mote “Mística Divina”, integrada no Ano Europeu do Património Cultural 2018.

Esta iniciativa foi apadrinhada pela Direção Geral do Património Cultural, pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, pela Autoridade Marítima – Capitania de Viana do Castelo, pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo, pela Associação Empresarial de Viana do Castelo, pela Diocese de Viana do Castelo e pela União de Freguesias de Monserrate, Sta Maria Maior e Meadela.

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Contou, ainda, com a colaboração da Fanfarra dos Escuteiros da Meadela.

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Isabel Lima recorrendo às memórias afectivas e emocionais da comunidade piscatória da Ribeira de Viana do Castelo juntou “tradição e fé” para uma “Celebração de Louvor” pelos 50 anos da procissão de Nossa Senhora d’Agonia ao mar e ao rio.

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Os pescadores são um documento vivo aos costumes, crenças, medos, trabalho, técnicas, etnografia e sociologia. As mulheres dos pescadores fortemente influenciadas pelas tradições estão marcadas pela luta do quotidiano pela sobrevivência e pelo sofrimento na incerteza do regresso dos maridos, que muitas vezes não voltam.

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O homem do mar é homem de fé e as questões de acreditar são muito íntimas. O nome dos santos nas embarcações reflectem a devoção que vai para além das pescarias.

A demonstração de fé e a devoção a Nossa Senhora d’Agonia pelos pescadores da Ribeira de Viana deu origem às solenidades que se tornaram perenes e ganharam direito a cidadania que resultou na Romaria de Nossa Senhora d’Agonia.

A fé dos pescadores é consagrada num soleníssimo ritual litúrgico. A tocante e comovente procissão marítima, que este ano a todos nos aproxima da alma das gentes da ribeira com a celebração dos 50 anos da procissão ao mar e ao rio, em que Nossa Senhora é levada pelos pescadores desde o seu Santuário até ao cais, percorrendo as ruas enfeitadas com tapetes de flores e sal, para seguir num “barco de pesca longínqua” acompanhada por dezenas de outros barcos de pesca ornamentados, alguns dos quais, integraram esta “Celebração de Louvor”.

As mulheres da Ribeira, que com orgulho de mulheres exemplares, multifacetadas e virtuosas, em grande apoteose carregaram a Ponte Eiffel, e se destacam num quadro de beleza artística e os pescadores que carregaram a simbólica traineira, acompanhados dos filhos e netos, que graciosamente participaram com a candura de anjos.

Isabel Lima divinamente inspirada incorporou uma realidade cultural o “ato de fé” dos pescadores.

Percorrendo as igrejas e capelas de devoção dos “homens do mar”, registou a talha de evidente beleza onde se afloram motivos barrocos com robustas figuras de anjos e conjuntos de imagens pintadas, esculpidas, cinzeladas, repuxadas, modeladas ou fundidas, as alfaias de culto, as coroas, resplendores, retábulos, relicários, e construiu uma linguagem religiosa,  sagrada e estética, com percepções distintas. Criou o “simbólico figurado” com bordados a fio de ouro e pedrarias, usadas nas vestes litúrgicas e produziu alterações estilísticas nas sedas evocando as vestes dos Santos e as grandes solenidades.

Para mostrar os símbolos das gente simples da ribeira, reparou na obra notável da “Ceia do Senhor”, o apostolado, que figura em muitas casas de família dos pescadores (como mensagem de agregação familiar à mesa) e reparou na ourivesaria religiosa abundante e de vários tipos, que as mulheres dos pescadores usam ao peito, como cruzes processionais, custódias, relicários e outras peças.

Neste enigmático desfile as associações que Isabel Lima faz como meio de integração entre “arte e moda”, destaca-se o facto de Viana do Castelo possuir, nas suas Igrejas e Capelas, importante imaginária, muito bem conservada.

Para quem não conhece Isabel Lima, é uma estilista que se relaciona com o mundo da arte, e como artista, cria peças de vestuário identitários e com muitas linguagens, que cada um entenderá como diálogo, referência ou corrente artística.

Com o propósito de sentir a história num exercício impressionista, com episódios da interioridade visual, misturando “cultura e fé”, num quadro artístico, em que a principal excepção na moda que Isabel Lima nos apresentou era constituída por imagens de vestir, que não saem em procissões.

Aliando a função criativa, à função social, congregando simbolicamente o “Imaginário cristão”, e usando a arte como instrumento de transformação e veículo da relação com a sociedade actual, a estética surgiu como “manifestação de alma”.

Reportagem da Viana TV:

https://www.facebook.com/vianatvcanal/videos/1755222574591309/

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