A mobilidade necessária

Ajuíza-se nos círculos em que as forças vivas da cidade se movimentam: desde a arte, à intervenção voluntária de serviço social.

Desde aquilo que é a intervenção cívica à intervenção intelectual; até aos círculos do pensamento; de que, a “promoção” simplista, por ser mais fácil e por isso conveniente, de um segmento do meio académico e científico, nomeadamente a Universidade do Minho, soluções para a mobilidade no espaço urbano e periférico é um erro colossal porque “mata” a mobilização da intervenção de todas as citadas forças vivas da cidade e de outros meios académicos e sociais como o são: a Universidade Católica; o Instituto de Nanotecnologias; as escolas profissionais; os agrupamentos escolares; a escola no seu todo; a família; o movimento associativo que é o cerne do pensamento construtivo em torno de soluções que a sociedade no seu todo anseia, pensa e defende.

Em suma: o cidadão é dispensado desta tarefa que diretamente lhe diz respeito: O facto de que, as cidades têm vindo a ser pensadas para os equipamentos sem ter em conta as reais necessidades das pessoas, os seus interesses e os seus gostos.

Depois, as pessoas acomodam- se aos equipamentos construídos, uns, e implantados, outros.

Neste contexto, “empurrar” a solução da mobilidade citadina para um centro académico, é descartar o reconhecimento público da incapacidade em, dentro do organismo competente – o município -, que tem capacidade técnica capaz, fazer o que o eleitorado exige que seja feito, porque para isso elegeu e paga os seus impostos de onde sai a remessa destinada aos salários auferidos pelos responsáveis políticos que ora incumbem terceiros para fazer o que deviam ser os próprios a fazer.

Em bom rigor, a Universidade do Minho reconhece ser demasiado perigoso estar a centrar em si própria a expectativa de que tem soluções para tudo. Assim como ajuíza deverem as forças vivas da Cidade arcar com o ônus do âmbito da sua influência de funções.

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O que a assim não ser desvirtua a sua razão de ser. Da Universidade. E das forças vivas em causa. Porque à Universidade cabe cumprir os requisitos para que foi criada. Dentro do quadro legal existente e das competências e condições sociais associadas.

Ao Senhor Vereador do Urbanismo cabe apresentar soluções para todas as vertentes implícitas ao pelouro que ocupa sendo que a mobilidade está inclusa.

Tudo o resto é manifesta “preguiça” funcional, ou… disfuncional.

Mas… Já agora… Que mobilidade defende o ilustre Senhor Vereador para a cidade:

– Mobilidade na fluidez do tráfego?

– Mobilidade do cidadão?

Ou:

– Mobilidade articulada de cidadãos e do tráfego?

Porque, se o objetivo é a mobilidade articulada de cidadãos e de viaturas automóveis. A que acresce a fluidez funcional dos transportes públicos. Em que os interfaces são o eixo central. Muito há a fazer. Desde que, não estejamos a falar de propaganda e sim de soluções eficazes.

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Esta articulação, para ser eficaz, requer a conjugação de todo o esforço técnico de especialistas no setor, coisa que não me parece ser do domínio de um qualquer académico convencional.

Quando, nas atuais circunstâncias, em que o urbanismo desregrado criou dificuldades acrescidas, os interfaces necessários poderão passar por obras de arte no domínio da construção civil.

O desnivelamento ou nivelamento superior pode ser a única alternativa para articular toda a rede de transportes públicos: rodoviários; ferroviários; de acesso a transporte aéreo; e outros, onde o acesso do cidadão/passageiro é o fim a atingir com eficácia.

Depois temos a mobilidade dos cidadãos com dificuldade de locomoção: idosos; grávidas; cidadãos com deficiência; entre outros.

Importa por isso não hastear bandeira em trabalho que não foi sequer delineado.

Importa arregaçar as mangas e fazer o que deve ser feito!

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