Editorial

A Nobre Missão de Ser Político

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Rogério Pires

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Nas últimas décadas vimos assistindo à degradação da imagem dos políticos, mercê de escândalos, detenções, acusações, julgamentos e condenações de políticos de várias ideologias o que afeta toda a classe.

O escrutínio dos políticos é cada vez mais apertado, resultando daí que a esmagadora maioria dos casos não passam à margem da Justiça. Ora essa situação tem uma leitura perversa. Se por um lado temos cada vez mais conhecimento de irregularidades praticadas por políticos, acaba por passar para a opinião pública a ideia errada de que cada vez há mais políticos desonestos que se servem da política em benefício próprio, realidade consubstanciada na percentagem de políticos considerados desonestos em face ao número total de políticos, convém não esquecer que o conceito de político começa no simples representante de um assembleia de freguesia até ao Presidente da República, enfim todos os que se sujeitam ao voto a que acrescem depois as respectivas nomeações a cargo dos vencedores,

Tendo isto em consideração a percepção do aumento da corrupção envolvendo os políticos, tenho para mim que não corresponde à realidade, acreditando isso sim que a percentagens de casos conhecidos, investigados e julgados tenderá para a sua totalidade, uma vez que é cada vez mais difícil que não sejam descobertos os que de facto praticam ilegalidades, no decurso dos seus mandatos.

Dito de outra forma e apenas e como exemplo sem qualquer sustentação estatística, mas somente para ilustrar a situação atual. Há 50 anos eram descobertos casos de corrupção de políticos por exemplo 20 em cada 100, hoje talvez sejam descobertos 90 em 100 casos. Por isso mesmo a percepção da opinião pública assenta no facto da enorme maioria dos casos serem detetados sendo portanto muito mais que no passado e esses ficarem sob a alçada da Justiça sem que por isso em termos percentuais estejam a aumentar os casos mas seguramente está a aumentar a sua descoberta.

Para evitar que se chegue ao ponto de um político se envolver em ilegalidades que resultam em proveito próprio  defendo a limitação de mandatos a 3 mandatos mas irrepetíveis, não como hoje se aplicam aos Presidentes de Câmara que não podem fazer mais de 3 mandatos, mas limitação apenas na mesma autarquia, o que se traduz na inexistência real de limitação mandatos, pois bastará mudar de autarquia para que se inicie novo período de três.

Compete aos políticos restabelecer a confiança dos portugueses na sua missão pelo exercício digno, sério e impoluto dos seus mandatos.

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“A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”, disse Francisco Sá Carneiro. Acrescento: ser político é abraçar a nobre missão de dedicar parte da sua vida ao serviço da comunidade, envolve riscos, muito empenho e dedicação, o que justifica muito bem a limitação de mandatos.

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