A ideia de ver e ouvir o Papa Francisco, falar sobre o humor, com humoristas de vários países, foi uma notícia invulgar.
Muito comentada na época, por toda a imprensa nacional e internacional.
Foi e continua a ser relevante, devido a alguns conflitos, de carácter pessoal ou profissional com diversas pessoas
Sobre o humor e respectivos protagonistas, muito há para dizer.
Pode-se falar da forma, dos conteúdos, das imagens, das inferências e consequências, na sociedade actual.
Rir ou melhor, aprender a rir de si mesmo, é uma excelente aprendizagem, que se faz, através da experiência de vida de cada um.
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Quando nos levamos demasiado a sério, enquanto pessoas comuns, estamos a contribuir para a existência de uma sociedade egoísta.
O Papa Francisco terá rerecebeu em Junho de 2024 aproximadamente duzentos humoristas de todo o mundo.
Segundo a imprensa estiveram presentes os humoristas portugueses,
Ricardo Araújo Pereira, Joana Marques e Maria Rueff.
Entre outros estavam também, o brasileiro Fábio Porchat e os norte-americanos Stephen Colbert, Jimmy Fallon e Conan O’Brien e ainda a actriz Whoopi Goldberg.
O Papa Francisco, tem vindo a revelar, um sentido de humor, muito peculiar e sincero.
Fazer sorrir, ao ironizar ou brincar sobre um tema, ou sobre as características de uma pessoa, para o Papa não significa, estar contra a pessoa em causa.
Na sua opinião poderá ser, até uma forma, de incluir essa pessoa na sociedade. Criando socialmente uma eventual empatia com os seus pares.
Até porque o riso é contagioso!
Há quem sorria, só porque vê alguém, rir de forma intensa.
O humor tem uma linguagem própria.
Desde a ironia, comédia, mímica facial e corporal, fazer rir é uma linguagem quase universal.
Poderíamos comparar a comédia à música?
Canções que adoramos, mesmo sem entender a letra?
Na ocasião, Francisco colocou a questão “é possível rir também de Deus?”, dando de imediato a resposta: “É claro que sim, isto não é blasfémia, assim como brincamos e fazemos piadas com as pessoas que amamos.”
“Mas sem ofender sentimentos religiosos dos fiéis especialmente dos pobres”.
Ainda segundo o Papa “o humor não ofende, não humilha, não cola as pessoas aos seus defeitos” e, dirigindo-se aos humoristas presentes, disse que eles “denunciam os excessos do poder, dão voz a situações esquecidas, evidenciam abusos, apontam para comportamentos desadequados”.
Por fim refere, que nós os homens e mulheres deste planeta, devemos sempre recordar que “o homo sapiens também é homo ludens”.
Esta aparente singeleza, com que o Papa se identifica em relação ao humor, é em meu entender uma lição de como fazer comédia sem ofender, sem magoar e sem destruir.
Piadas e comentários constantes sobre as religiões, a saúde ou falta dela, e sobre qualquer handicap da pessoa, não é de todo interessante.
Ele fala em brincar com as palavras, com as frases e com as pessoas.
Riam sorriam sempre que puderem, e em conjunto é de facto contagiante.
O Papa refere a comédia, o humor como inclusivo.
Mas também informativo e crítico de situações dramáticas.
Mas existe uma linha vermelha entre a comédia e a ofensa. E essa linha que de repente fica invisível, continua a ser facilmente ultrapassada pelos humoristas com menos criatividade.
Ria, que rir faz bem à saúde e alegra a alma.
Mas ria do que tem realmente graça, e nós temos excelentes humoristas.
Não é obrigado a rir, sobre um assunto ou tema, que o faça sentir-se humilhado ou menos válido, a nível pessoal e social.
É suposto encontrarmos humoristas bem dispostos, e que não necessitam de ultrapassar certos parâmetros.
E muito menos humilhar ou tentar “destruir” algumas pessoas.
2 comentários
O segundo mandamento “não invocar o nome de Deus em vão” e quando rezamos “santificado seja o Vosso nome” retira legitimidade ao Papa. Ofender a Deus com a permissão do Papa não atenua a ofensa. As ofensas a Deus não ficam impunes…
Compreendo perfeitamente, a intervenção que foi feita.
O pensamento exposto nesse texto, vai de encontro à forma e aos conteúdos do humor. Procurando no entanto, salvaguardar e respeitar determinados temas.
Muito obrigada pela sua intervenção.