Editorial

ABSTENÇÃO – O PARTIDO VENCEDOR DAS ÚLTIMAS ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS
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Jorge VER de Melo

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Jorge VER de Melo

Professor Universitário

Aposentado

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Estas eleições mostraram uma elevada percentagem de eleitores descontentes com a governação. Assim, resolveram não comparecer às urnas porque entenderam ser a forma mais visível de protestar.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

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Como todos se têm apercebido, os cidadãos estão saturados de aturar comportamentos e incompetências inadmissíveis por parte de alguns Senhores políticos. Por essa razão; uns faltam ao dever cívico e outros simplesmente votam em diferentes partidos ou pessoas que não os habituais.

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Mas se não acreditam vejamos apenas os anos mais sintomáticos das Eleições Autárquicas:

  1. Em 1979 a taxa de abstenção foi de 26,2%. A mais baixa até 2021;
  2. Nas eleições de 2013 essa taxa foi de 47,4%. A mais alta.
  3. Nas penúltimas, em 2017, a abstenção foi de 45,03% e;
  4. Em 2021 46,35%. A segunda mais elevada.

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Somos 9.319.551 eleitores e apenas foram às urnas 5.000.312. Eis a demonstração de uma realidade demasiado perigosa para a Democracia.

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O acentuado desinteresse por parte dos eleitores deveria preocupar mais os nossos políticos. Os mais atentos sentirão certamente alguma desilusão e insegurança por viverem num país que mantem a sua Democracia com apenas cerca de 50% dos votantes.

Não se justifiquem com a pandemia, com a população idosa nem com algumas férias que ainda possam decorrer. A realidade é uma só, os portugueses estão-se nas tintas para quem Governa o país.

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Falta de educação cívica?

Talvez, a deficiente preparação para o cumprimento dos valores cívicos provavelmente origina situações destas.

Será por isso que os jovens entre os 18 e os 30 anos formam o grupo mais abstencionista?

Será que existe algum relaxamento da população por se sentirem injustiçados pela Justiça incapaz, demorada e cara?

Ou será que todos estão satisfeitos, confiam tanto nos seus Autarcas que nem acham necessário acrescentar mais um voto a tanto êxito?

Será que veem os ordenados dos trabalhadores de outros países chegarem para férias internacionais várias vezes por ano e os dos portugueses que nem sequer cobrem as despesas mínimas das famílias?

Será que sentem a existência de crise para todos exceto para as despesas milionárias de quem está na política?

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Bem vistas as coisas, quem deveria Governar Portugal seria o “partido Abstenção” já que é possuidor do maior número de eleitores. Tudo isto parece uma brincadeira, mas é um caso muito sério. Mais dia menos dia temos a União Europeia a pedir explicações sobre o que está a acontecer com a nossa Democracia.

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Segundo o art. 49/2 da Constituição da República Portuguesa (CPR), a abstenção é considerada um protesto que tem como único efeito real, dar mais poder de decisão aos partidos mais votados, ou seja, é dar mais força aos partidos contra quem estão a protestar.

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Assim como os votos nulos ou em branco são simplesmente eliminados da contagem, ou seja, são deitados fora deixando de fazer parte da contagem dos 100%, por isso é lixo, mais nada.

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Caros leitores, mais uma vez verificamos que ninguém se preocupa politicamente  com estes assuntos básicos e tão importantes para a normal implantação da Democracia.

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O que resta concluir de mais provável é que alguém tem interesse na predominante ignorância pois, como a Lei indica, até dá jeito a certos partidos políticos.

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Paciência!…

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