Já não sei quantas dezenas de vezes esteve anunciada sua demolição e a sua redenção. Mas a saga do prédio Coutinho, para além da estupidez natural de certos ditos políticos, dos que tomaram a decisão, e a alimentaram, traduz também uma gesta de cobardia.
A história do bota-abaixo do Prédio Coutinho, é um romance que esconde silêncios cúmplices, locais, regionais e nacionais, e se déssemos de barato os dramas humanos que criou e faz questão de alimentar, tem a ‘grandeza’ de espelhar como é gasto o dinheiro dos contribuintes, a cristalizar ‘justiça’ tribunais e a consciência de uns quantos Vianenses e afins.
– Não importa quem se rouba, importa é caucionar o roubo, ainda que para isso se tenha de matar os inocentes, fazendo crer que são culpados por o serem, por acreditarem que sendo-o, eram cidadãos de pleno direito, em Portugal, e teriam, até pelos Tribunais, os seus direitos humanos, defendidos e respeitados.
Dizem que no lugar do Prédio Coutinho querem (re)construir um novo mercado. Um novo mercado, ou mais um supermercado? Não acredito. Nem na mentira, e muito menos na necessidade, funcionalidade e viabilidade deste tipo de ‘feira de vaidades’. – Os únicos ‘mercados’ requalificados em Portugal, que eu conheça, que conseguiram captar clientelas fora das normais madrugadoras donas-de-casa, em actividade comercial de comes e bebes, foram o Mercado de Bom Sucesso, no Porto, e depois de uma saga político/judicial italiana digna de um filme de Martin Scorsese, e os Mercados da 24 de Julho e Campo de Ourique, em Lisboa. O de Alvalade, se ainda leva uns quantos a por lá ao jantar abancarem, fazem-no pela simpatia dos três bons ambientes que o pessoal criou e alimenta. O resto não passou de ideias, mal copiadas, sem ‘mercado’ que os salvassem.
Sabemos de como nascem ‘ideias’ a certos políticos. E se não é por via de inspiração alcoólica ou da cocaína, é certo que temos um ‘pequeno’ interesse particular, ou de um ‘amigo benemérito’. Aliás, uma das ‘especialidades’ do Pinto de Sousa e seus companheiros. Eu disse companheiros, de infância e sobretudo de negociatas, não disse partidários. Esses, mais almas penadas que companheiros, são os eternos carregadores do piano. Gente indistinta, com ‘aspirações’ a um lugar no ‘paraíso’ político, que se dizem incomodados, e assobiam para o lado, tentando assim disfarçar o incomodo de serem ‘convencidos’ a votar em outras ‘coisas’. Acolhidos nas confrarias das concelhias partidárias, qual suicida do Daesh, cegos, imbuídos de messiânica visão, sujeitam-se a tudo, até ao de rebentar com a própria vida, acreditando desse modo chegarão às portas do céu, e se não tiverem à sua espera as quarenta virgens, algo deve restar.
Sendo este ‘retrato’ que fica de tantos anos de sacudir a água do capote, quer com o caso do Prédio Coutinho, quer com o caso Freeport, e mais recentemente com a Operação Marquês, que será oportuno interrogar. Mas o Céu para os socialistas também é agora um bordel? Socialistas, comunistas, laranjinhas e portistas. O BE e aquele grupelho esquisito que se diz amigo dos animais, por maioria de razão, na ânsia de a tudo votar mão para garantir o voto e o tacho, não falam no Prédio Coutinho. Porque não é politicamente conveniente? Porque só já lá vivem duas mãos cheias de velhotes. E os ‘amigos’ dos falcões? Perderão o pio? Têm as asas cortadas, compradas? E as ditas forças vivas de Viana do Castelo? Só irão gritar quando forem as suas casas, as suas empresas, as suas contas, tomada de assalto?
GOSTA DESTE CONTEÚDO?
- Não se esqueça de subscrever a nossa newsletter!
Como já aqui anteriormente escrevi, só gente com um insondável e perturbante problema de má consciência, gente psiquicamente doente, com amarguras recalcadas, é que consentiria que um bando de ‘bons rapazes’, iluminados com os milhões dos fundos comunitários, se atiraria contra um vetusto prédio, tentando demoli-lo.
Até finais de Março, temos a espera pela perseveração dos Falcões, Como por esse tempo chegaram as andorinhas, que também são ‘protegidas’, quando convém pelos amigos ambientalistas… a luta continua!