Editorial

AINDA A (NÃO) DEMOLIÇÃO DO ‘PRÉDIO COUTINHO’
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José Andrade

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Já não sei quantas dezenas de vezes esteve anunciada sua demolição e a sua redenção. Mas a saga do prédio Coutinho, para além da estupidez natural de certos ditos políticos, dos que tomaram a decisão, e a alimentaram, traduz também uma gesta de cobardia.

A história do bota-abaixo do Prédio Coutinho, é um romance que esconde silêncios cúmplices, locais, regionais e nacionais, e se déssemos de barato os dramas humanos que criou e faz questão de alimentar, tem a ‘grandeza’ de espelhar como é gasto o dinheiro dos contribuintes, a cristalizar ‘justiça’ tribunais e a consciência de uns quantos Vianenses e afins.

– Não importa quem se rouba, importa é caucionar o roubo, ainda que para isso se tenha de matar os inocentes, fazendo crer que são culpados por o serem, por acreditarem que sendo-o, eram cidadãos de pleno direito, em Portugal, e teriam, até pelos Tribunais, os seus direitos humanos, defendidos e respeitados.

Dizem que no lugar do Prédio Coutinho querem (re)construir um novo mercado. Um novo mercado, ou mais um supermercado? Não acredito. Nem na mentira, e muito menos na necessidade, funcionalidade e viabilidade deste tipo de ‘feira de vaidades’. – Os únicos ‘mercados’ requalificados em Portugal, que eu conheça, que conseguiram captar clientelas fora das normais madrugadoras donas-de-casa, em actividade comercial de comes e bebes, foram o Mercado de Bom Sucesso, no Porto, e depois de uma saga político/judicial italiana digna de um filme de Martin Scorsese, e os Mercados da 24 de Julho e Campo de Ourique, em Lisboa. O de Alvalade, se ainda leva uns quantos a por lá ao jantar abancarem, fazem-no pela simpatia dos três bons ambientes que o pessoal criou e alimenta. O resto não passou de ideias, mal copiadas, sem ‘mercado’ que os salvassem.

Sabemos de como nascem ‘ideias’ a certos políticos. E se não é por via de inspiração alcoólica ou da cocaína, é certo que temos um ‘pequeno’ interesse particular, ou de um ‘amigo benemérito’. Aliás, uma das ‘especialidades’ do Pinto de Sousa e seus companheiros. Eu disse companheiros, de infância e sobretudo de negociatas, não disse partidários. Esses, mais almas penadas que companheiros, são os eternos carregadores do piano. Gente indistinta, com ‘aspirações’ a um lugar no ‘paraíso’ político, que se dizem incomodados, e assobiam para o lado, tentando assim disfarçar o incomodo de serem ‘convencidos’ a votar em outras ‘coisas’. Acolhidos nas confrarias das concelhias partidárias, qual suicida do Daesh, cegos, imbuídos de messiânica visão, sujeitam-se a tudo, até ao de rebentar com a própria vida, acreditando desse modo chegarão às portas do céu, e se não tiverem à sua espera as quarenta virgens, algo deve restar.

Sendo este ‘retrato’ que fica de tantos anos de sacudir a água do capote, quer com o caso do Prédio Coutinho, quer com o caso Freeport, e mais recentemente com a Operação Marquês, que será oportuno interrogar. Mas o Céu para os socialistas também é agora um bordel? Socialistas, comunistas, laranjinhas e portistas. O BE e aquele grupelho esquisito que se diz amigo dos animais, por maioria de razão, na ânsia de a tudo votar mão para garantir o voto e o tacho, não falam no Prédio Coutinho. Porque não é politicamente conveniente? Porque só já lá vivem duas mãos cheias de velhotes. E os ‘amigos’ dos falcões? Perderão o pio? Têm as asas cortadas, compradas? E as ditas forças vivas de Viana do Castelo? Só irão gritar quando forem as suas casas, as suas empresas, as suas contas, tomada de assalto?

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Como já aqui anteriormente escrevi, só gente com um insondável e perturbante problema de má consciência, gente psiquicamente doente, com amarguras recalcadas, é que consentiria que um bando de ‘bons rapazes’, iluminados com os milhões dos fundos comunitários, se atiraria contra um vetusto prédio, tentando demoli-lo.

Até finais de Março, temos a espera pela perseveração dos Falcões, Como por esse tempo chegaram as andorinhas, que também são ‘protegidas’, quando convém pelos amigos ambientalistas… a luta continua!

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