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Alto Minho com desabamentos de terras e inundações!

Estrada destruída

O Minho Digital fez um levantamento exaustivo dos concelhos mais afectados pelo forte temporal que há dias fustigou o Alto Minho. Fotos e textos que revelam a violência e o caos espalhados!

O LIMA EM PONTE DA BARCA FOI AO RESTAURANTE 

Luís Arezes

Em Ponte da Barca, o último fim-de-semana foi de aflição como já não se via há 15 anos. A chuva intensa, os solos saturados por um inverno bem regado e uma albufeira no Alto Lindoso cheiinha até cima fizeram o rio Lima crescer demais, a ponto de ter resolvido subir ao Campo do Curro e visitar o restaurante.

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Ao princípio da tarde de sexta-feira, 12 de fevereiro, já parecia inevitável o desenlace. As previsões meteorológicas não deixavam margens para dúvidas, o mau tempo agravar-se-ia, pelo que o cenário só poderia tornar-se cada vez mais sombrio.

E assim foi. A extensa área ribeirinha há muito que estava submersa, com a água a alagar o rés-do-chão do Bar do Rio e a riscar do mapa o parque infantil. Mas agora a fúria das águas já lambia a entrada de um restaurante bem conhecido de Ponte da Barca.

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A força da corrente começou por bater à porta, mas acabou mesmo por chegar lá dentro, num rodopio reforçado pelo volumoso caudal do rio Vade a desaguar ali ao lado, no enorme rio Lima.

A Proteção Civil mantinha-se em alerta, pronta para qualquer emergência, informando permanentemente os moradores e tratando de manter a comunicação com os responsáveis pelas descargas das barragens de Touvedo e do Alto Lindoso.

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Estava em curso uma gestão cuidada para não aumentar o débito do caudal, mas a verdade é que entre os moradores e comerciantes do Campo do Curro e da Rua de S. João reinava uma grande preocupação.

À memória de todos vinha a noite de 5 para 6 de janeiro de 2001, já lá iam 15 anos, altura em que o rio, de uma forma imprevista, galgara as margens pela calada da madrugada e alagara por completo todo o Campo do Curro e Rua de S. João, causando enormes prejuízos.

Para já não falar na outra grande cheia, ainda anterior à construção das barragens de Touvedo e do Alto Lindoso, registada em meados de outubro de 1987 e que havia atingido tais dimensões que muitos barquenses chegaram a temer que a fúria da corrente arrastasse a própria ponte quinhentista, classificada como monumento nacional.

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Felizmente, este ano os estragos foram mais limitados. Para além do restaurante, obrigado a encerrar, também o “Complexo de Piscinas Municipais Dr. António Cabral de Oliveira” teve de fechar portas ao público durante alguns dias, uma vez que a subida das águas atingiu a casa das máquinas.

Com a chuva a abrandar no domingo, veio a neve. E os cumes das serras da Galinheira, Amarela e Soajo pintaram-se de branco, um cenário de rara beleza que se tornou ainda maior a partir da tarde de segunda-feira, quando o céu foi clareando e o sol começou a aparecer esplendoroso.

São as maravilhas da Natureza que, em poucos dias, assim mostrou a riqueza da sua força, vestida de variadas formas.

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Área pedonal da zona ribeirinha foi a primeira a ser alagada (foto Alfredo Tomás)

Água chegou à casa das máquinas das piscinas municipais (foto Alfredo Tomás)

Albufeira do Alto do Lindoso completamente cheia (foto Joel Calçada)

Aldeia de Azias com um manto branco

Até os patos foram sobressaltados (foto Alfredo Tomás)

Bar do Rio com rés do chão inundado (foto Alfredo Tomás)Campo da feira inundado (foto Alfredo Tomás)

Campo da feira coberto de água (foto Alfredo Tomás)

Força da corrente vista do cimo da ponte (foto Alfredo Tomás)

Força das águas a fustigar a ponte quinhentista (foto Alfredo Tomás)

Parque infantil transformado em parque aquático (foto Alfredo Tomás)

Rio Vade a entrar no Lima e a inundar um restaurante (foto Alfredo Tomás)

Rios Vade e Lima a ‘baterem’ à porta (foto Alfredo Tomás)

Serra Amarela coberta de neve

Só as árvores resistiram à força da corrente (foto Alfredo Tomás)

Zona do Jardim dos Poetas (foto Alfredo Tomás)

MAU TEMPO FEZ O COURA TRANSBORDAR

Eduardo Bastos

O mau tempo do passado fim de semana também afectou o concelho de Paredes de Coura. A forte precipitação engrossou o caudal do rio Coura, que em diversas zonas do seu curso galgou as margens, inundando os campos circundantes.

As situações mais alarmantes, e ainda assim sem colocar em perigo quaisquer pessoas, verificaram-se na zona de Parada, onde a praia fluvial ali existente praticamente desapareceu debaixo de água, e também no lugar de Santa, às portas da vila de Paredes de Coura, onde a força das águas do rio Coura entoava como se de um trovão se tratasse.

Mais a jusante, na praia fluvial do Taboão, onde se realiza o Festival de Paredes de Coura, o rio Coura também alargou-se e saltou as margens, invadindo o espaço relvado da praia fluvial e submergindo algumas das estruturas que ali existem, não causando, contudo, prejuízos de maior.

De registar ainda, algumas pequenas derrocadas provocadas pelo excesso de água, prontamente intervencionadas pelos serviços municipais e pelos funcionários das juntas de freguesia.

Numa outra perspectiva, o mau tempo de domingo também trouxe alguns sorrisos, especialmente nas zonas mais altas do concelho. Isto porque no domingo a neve chegou a cair em algumas partes do concelho, nomeadamente nas freguesias de Insalde, Bico e Vascões. Um manto branco que pouco tempo durou mas que ajudou a colorir um fim de semana de mau tempo.

Foto de Cecília Pereira

Foto de Cecília Pereira

Foto de Cecília Pereira

Foto de Cecília Pereira

CÂMARA DE MELGAÇO AVALIA ESTRAGOS DO TEMPORAL PARA INTERVIR NO TERRENO

Foram várias as freguesias de Melgaço afetadas pelo mau tempo que se fez sentir este fim de semana. As freguesias mais atingidas pela intempérie foram Fiães e União de Freguesias de Chaviães e Paços com várias estradas cortadas e com derrocadas de muros. As freguesias de Cristoval, Penso, Alvaredo e União de Freguesias de Vila e Roussas foram também afetadas pela intempérie.

Durante o fim de semana a Câmara Municipal de Melgaço e a Proteção Civil acompanharam no terreno as situações mais graves e, hoje, efetuaram um levantamento exaustivo de todos os danos, reuniram com vários munícipes, bem como com os presidentes das juntas mais afetadas para agora intervir de imediato na resolução das situações mais urgentes.

Chaviães

Chaviães

Chaviães

Fiães

Fiães

Fiães

Fiães

Penso

Cristóval

CERVEIRA PROCEDE A TRABALHOS DE LIMPEZA DEPOIS DO MAU TEMPO

Andreia Cunha

No passado fim-de-semana, as chuvas fortes que assolaram o Norte do país provocaram a subida do rio Minho e, ao regressar ao leito normal, as águas deixaram para trás um rasto de lama e lixo. O Município cerveirense teve que proceder a ações de limpeza na zona envolvente ao longo desta semana.

Vila Nova de Cerveira registou, no último fim-de-semana, uma significativa subida do nível da água do rio Minho que alagou parte do Parque de Lazer do Castelinho, bem como da Ecopista do rio Minho e a zona da Lenta.

Existiram ainda algumas ocorrências de quedas de árvores e o aluimento de terras que, por razões de segurança, levou ao corte de trânsito na Estrada 516 entre as freguesias de Sopo (cruzamento para o lugar de Pardelhas) e de Covas (Lugar de Gandrachão).

Nos últimos dias, os Serviços Municipais, a Proteção Civil de Vila Nova de Cerveira e a União de Freguesias de Cerveira e Lovelhe têm realizado trabalhos de limpezas em vários pontos do concelho, com destaque para o rio Minho e sua envolvente. A força das águas provocou o arrastamento de lixo e resíduos arbóreos, nomeadamente troncos de árvores, que ficam acostados à Doca de Recreio, colocando em perigo a estrutura e as embarcações.

ARCOS DE VALDEVEZ: ESTRADAS CORTADAS DEVIDO A DERROCADAS

Armando Brito

As chuvas persistentes que caíram nas últimas semanas fizeram deslizar grandes massas de terra (e pedras) para algumas das principais estradas que atravessam o concelho de Arcos de Valdevez, sobretudo nos dias 12 e 13 de fevereiro.

As estradas nacionais (EN) 101, nas imediações do Extremo, 202, na zona de Ázere, e 304, em Soajo e Ermelo, estiveram temporariamente condicionadas ou cortadas ao trânsito. Também várias estradas municipais e caminhos agrícolas foram fortemente afetados por aluimentos. Segundo o vereador da Proteção Civil, Olegário Gonçalves, “foram registadas derrocadas e deslizamento de terras em todo o concelho”, ainda assim, não existem registos de vítimas, “apenas” danos materiais.

Em Vilarinho das Quartas (Soajo), um valado que já tinha dado sinais de fragilidade há cerca de três anos, nas Devesas, voltou a ceder à força da intempérie, “cuspindo” enormes massas térreas (e materiais pedregosos) em direção à faixa de rodagem e daqui parte do entulho, que arrancou árvores e “descalçou” pedras, avançou até ao sopé do vale onde corre uma ribeira que desagua no rio Lima. Devido às águas bravas, com lama e pedras na frente da enxurrada, parte do muro de suporte da estrada acabou por ceder também.

Entretanto, o entulho acumulado na estrada (EN 304) foi removido horas depois do desmoronamento, tendo-se restabelecido a circulação por volta das 12.30 de sábado. Os trabalhos de limpeza da via foram acompanhados pelos autarcas Manuel Gomes Capela e Lourenço Couto.

De referir que a encosta, sem capacidade para absorver água, aparenta forte instabilidade e ameaça novas derrocadas no futuro. De resto, esta área foi bastante fustigada em anos anteriores por incêndios, com destruição irreversível das massas arbustivas e consequente debilitação dos solos.

A quatro quilómetros, em Vilarinho de Souto, por causa de um aluimento de terras que ocorreu na manhã do mesmo sábado, 13, a EN 304, entre Ermelo e Soajo, esteve igualmente cortada ao trânsito até meio da tarde.

A EN 202, entre Arcos de Valdevez e Soajo, no lugar de Figueiredo (Ázere), também foi cortada ao trânsito no seguimento de uma derrocada de terras, tendo o trânsito automóvel sido normalizado após o desimpedimento da via.

Mais complicado de resolver é o aluimento de muros que está a afetar, desde 12 de fevereiro, a estrada municipal que atravessa a freguesia de Távora S. Vicente, derrocada que levou parte da estrada (que liga a Igreja de S. Vicente ao lugar de Laceiras, Rio Frio) para os terrenos contíguos. O corte total à circulação deverá manter-se “durante, pelo menos, três semanas”, segundo o autarca António Maria Sousa.

A intempérie provocou outros desabamentos, com perturbações no trânsito também, nomeadamente na freguesia do Extremo (EN 101). De resto, como sempre acontece nas situações de temporal, a remoção (e corte) de árvores foi uma preocupação constante dos bombeiros.

Nos trabalhos de remoção e limpeza, estiveram envolvidos a Proteção Civil Municipal, os Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, os sapadores de várias brigadas, a GNR (GIPS) e várias empresas contratadas.

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