Jorge VER de Melo
Professor Universitário
(Aposentado)
É agora que vamos ver se esta lição do COVID-19 deu para modificar os comportamentos das pessoas ou não.
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Se aprenderam, as coisas vão-se resolvendo mais depressa ou mais devagar, mas prosseguindo no sentido da normalidade. Se não aprenderam, então vamos ter grandes e graves problemas com a continuação desta epidemia que tanto demora a passar.
Temos algumas dúvidas porque começamos a verificar sinais acentuados de continuidade na aplicação dos anteriores valores, ou seja, a economia está primeiro que a natureza e particularmente acima da humanidade.
Acreditem! O Planeta Terra não vai morrer, não é o fim do mundo, mas da forma como o temos tratado é muito provável que continuemos a pagar com pandemias, tempestades, degelos, etc.
Tudo que é natural, naturalmente retifica o que acontecer de errado equilibrando imediatamente o seu funcionamento.
O Homem não tem esse poder porque é vaidoso e ambicioso em demasia. Está convencido que consegue resolver todas as vicissitudes com truques e invenções para enganar a natureza. Ele nunca o conseguirá fazer.
Tudo aquilo que construímos tem um limite temporal, já a natureza recicla-se a si mesma por isso o seu limite é infinito.
Vejamos:
– Uma ponte funciona bem durante determinado tempo, depois vai-se deteriorando. Necessitará de reabilitação, quando não, cai ou fica em desuso por decomposição e insegurança;
– A barragem, segura e desvia o curso das águas. Vai sendo útil enquanto os seus materiais de construção aguentarem, mas ao passar a corrosão do tempo vai-se transformando em sucata e o homem tem que a retificar ou desistir da sua utilização;
– Qualquer monumento pode durar centenas ou milhares de anos, como algumas pirâmides históricas, mas a natureza e até o próprio homem vão alterando os seus materiais até que elas acabam por desaparecer.
A Terra viveu tempos mais quentes, mais frios, com mais ou menos água e foi-se equilibrando conforme as necessidades. Até os animais, as plantas e os micro-organismos evoluíram de acordo com a transformação da restante natureza.
Temos que nos convencer, não somos nós a controlar a natureza mas sim ela que nos controla. Se for necessário, este Ser Humano acaba para surgir outro mais evoluído e mais de acordo com o seu equilíbrio.
Reparem, fomos construindo valores que estão totalmente fora de qualquer acordo ecológico:
– Estar em guerra e matar outros humanos era e ainda é glorioso;
– Mas quem se expõe mais à morte não é quem ordena a guerra;
– Quem adquirir mais dinheiro do que as outras pessoas, não importa como, é considerado alguém importante;
– Mas quem produz ou faz as malandrices não é o mesmo que recebe os grandes lucros;
– Existe uma diferença medonha entre os vários Seres Humanos, pela cor ou pelo género;
– A mulher sempre foi considerada responsável pelo lar e pelos filhos não tendo igual acesso ao conhecimento e o homem era estabelecido ter capacidade para ganhar a vida e governá-la, mesmo sendo ou não, muito bruto e inculto. Presentemente já vai acontecendo de forma diferente embora a violência doméstica esteja na ordem do dia;
Será que vamos conseguir respeitar os outros esquecendo o egoísmo para evitar contágios?
Será que conseguimos esquecer os valores arreigados?
Vamos cumprir as regras exigidas para sobreviver, em lugar de imputar as culpas aos outros?
Tenhamos fé…