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Apresentado livro Pela Nossa Terra, nova marca registada consagrada ao Minho e à Europa

Foi apresentada, no passado dia 9 de março, a oitava edição da publicação Pela Nossa TerraMinho, do eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes. O livro é um exercício reflexivo sobre o futuro da União Europeia (UE) e uma compilação de aspetos relativos à realidade regional e europeia. O recém-empossado presidente do PSD, Rui Rio, encerrou a sessão que sobrelotou o auditório do Hospital S. José (Arcos de Valdevez).

O reitor da Universidade do Minho (UM), Rui Vieira de Castro, convidado para apresentar o título da série, iniciada em 2011, que é, agora, marca registada, sublinhou o papel que o eurodeputado de Vila Verde exerce enquanto defensor e promotor da região. “À luz do compromisso de proximidade que o autor assume na ‘Introdução’, […] este livro, através de um dos eixos, pela nossa terra (em favor ou em defesa da nossa terra), é muito estimulante sobre aquilo que o Minho tem do ponto de vista da riqueza, da diversidade, da pluralidade e das suas potencialidades”, elogiou o académico.

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O deputado ao Parlamento Europeu (desde 2009) aproveitou o testemunho para reforçar a abordagem. “O Minho tem mais de 10% da população nacional e a maior diversidade concentrada está aqui: é o mar, é o PNPG, são os rios espetaculares, é a nossa cultura, são as nossas tradições, o nosso povo, a nossa alma e a força das instituições, portanto, o livro é uma homenagem a tudo isso”, resumiu José Manuel Fernandes.

Na viva alocução imprimida à sessão, foi realçado, pelo reitor da UM, que o desafio demográfico é o problema “principal” e “real” que afeta a região, a Europa e as instituições. “A demografia não tem sido encarada de forma suficiente por parte dos nossos poderes políticos, porque ela é muito exigente em relação a novas políticas públicas que tem de suscitar, para estancar aquilo que é o crescimento negativo em termos populacionais”, disse Rui Vieira de Castro.

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José Manuel Fernandes fez um diagnóstico parecido – “a questão demográfica é um desafio brutal que Portugal e a UE têm: morre-se mais tarde, o que é muito bom, mas nasce-se cada vez menos, o que é muito mau” – e, como resposta, receitou políticas viradas para a juventude. “Temos de resolver esta questão e para isso é importante que os jovens, para além de melhores salários, tenham mais expetativas à saída da universidade. A juventude tem de estar em todas as prioridades”, preconizou o antigo autarca.

À luz da articulação entre o local e o global, e no contexto das comemorações dos sessenta anos do Tratado de Roma, com o Brexit como pano de fundo, José Manuel Fernandes lembrou que o Livro Branco sobre o Futuro da Europa, tal qual foi apresentado por Jean-Claude Juncker, foca cinco cenários, que “não são mutuamente exclusivos”, antes combináveis. São eles “Assegurar a continuidade”; “Restringir-se ao mercado interno”; “Fazer mais, quem quiser mais; “Fazer menos, com maior eficácia”; e “Fazer muito mais todos juntos”.

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Nomeado, em 2015, relator do Orçamento da UE e, posteriormente, relator do chamado Plano Juncker, José Manuel Fernandes partilhou, de seguida, com o público boas notícias quanto ao próximo Quadro Financeiro Plurianual – Fundos de Programas 2021-2027.

“O próximo Quadro, votado no dia 14 de março, é cinco estrelas para Portugal. Nele, conseguimos defender a manutenção dos envelopes [financeiros] na política de coesão e na política agrícola comum (ajudas diretas aos agricultores e desenvolvimento rural); propusemos uma nova linha para o turismo com programas que não existem; reforçámos as iniciativas Emprego Jovem, Erasmus+, Investigação e Inovação”, elencou o eurodeputado na sua função de negociador do Parlamento Europeu.

No papel de líder da oposição, Rui Rio sublinhou que, no contexto dos fundos europeus, a muito mediática negociação do PSD com o Governo PS teve uma razão de ser, “dar força ao interesse nacional”, para que Portugal tivesse em Bruxelas a melhor dotação financeira possível. Segundo o presidente do PSD, tanto em relação aos fundos estruturais como em relação às reformas que o país reclama, “há coisas que só se farão com os partidos juntos, aquilo que é do interesse de Portugal tem de ter os partidos a lutar por isso e, neste caso concreto, tem de ter o PSD a lutar por isso”, defendeu.

Por fim, o antigo edil da Invicta, sem nunca pronunciar a palavra “regionalização”, reforçou o seu empenho no projeto da municipalização, uma variante da descentralização que consiste na “passagem para os municípios de algumas competências que estão na esfera da Administração Central”.

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Citações

.José Manuel Fernandes: “O título Pela Nossa Terra é o lema daquilo que somos, uma terra muito rica, vale a pena nela viver, mas também dar o máximo por ela. […] Este livro é uma homenagem a todos os municípios e autarcas, que são o verdadeiro motor do desenvolvimento do nosso território”.

. João Manuel Esteves:Pela Nossa Terra é o livro que provoca o encontro para falarmos da nossa terra […], com o objetivo de aproximarmos a política dos cidadãos […] à volta do debate da descentralização e das assimetrias regionais”.

.Rui Vieira de Castro: “Não valorizamos, suficientemente, as conquistas que a UE permitiu: paz, liberdade, Estado de Direito, multiculturalismo e defesa intransigente da dignidade humana. […] Mas, hoje, temos a pairar sobre a Europa fantasmas, como o populismo, o extremismo e o nacionalismo, que julgávamos enterrados. […] A solução para os desafios com que a União se debate hoje não é menos Europa, mas é mais Europa, ou seja, mais solidariedade, mais responsabilidade e mais partilha”.

. Rui Rio: “Temos a ideia de que o projeto europeu tem que ver com o desenvolvimento económico, mas não, é, acima de tudo, um projeto de paz”.

 

Peso dos números

. Orçamento da UE é, atualmente, 1% do PIB (Produto Interno Bruto).

. Plano Juncker já apoiou 4800 pequenas e médias empresas em Portugal, tendo mobilizado cerca de 6 mil milhões de euros.

. Portugal recebe, desde 2014 (até 2020), 11,5 milhões de euros por dia. “Mas temos de acelerar, urgentemente, a execução dos fundos”, exortou José Manuel Fernandes.

. Cerca de 75% dos projetos de investimento público em Portugal resultam do Orçamento da UE. Só a Croácia é que depende mais da UE.

. Sob proposta do Parlamento Europeu, os próximos orçamentos – de 2021 a 2027 – representarão 1,3% do PIB, o equivalente a um aumento de 30%, valor que responde ao desafio do Brexit e às ambições da UE.

 

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