Arcos de Valdevez: Carnaval fora de época manteve espírito de folia mas atraiu menos público

Figurantes

O temporal de fevereiro levou ao cancelamento, nessa altura, do desfile de Carnaval, que acabou substituído pelo “Carnasol”, de regresso a Arcos de Valdevez, no passado dia 5 de junho, após um interregno de vários anos. “O Carnaval com sol”, como a ele se referiram alguns espetadores, manteve o espírito de folia, mas, por ser fora de época, atraiu, desta vez, muito menos público. A escolha dos arcuenses Armindo Rodrigues e Isabel Silva como reis do corso foi bem acolhida pela assistência.

O cortejo – que arrancou da Rotundo da Família (Rotunda dos Bombeiros), seguindo depois pela Avenida da Marginal e Campo do Trasladário, rumo à Ponte Nova – teve cerca de 900 figurantes (metade dos que teriam integrado o corso, caso este tivesse ocorrido no passado dia 9 de fevereiro). Destes, a grande maioria desfilou ao ritmo do samba (muitos corpos semidespidos misturando sensualidade e jovialidade), com destaque, sem desprimor por ninguém, para a Escola Trepa Coqueiro, de Estarreja, que espalhou charme, vida, cor e alegria.

Em respeito pelo espírito carnavalesco, não faltaram os pitorescos carros alegóricos, com mensagens cheias de simbolismo. Os sete carros, todos fruto da imaginação de Zé Mokuna e do filho, Nuno Mokuna, e outras criações, sobretudo das associações concelhias, aludiram a temas como o ambiente (degelo), o (mau) uso das ferramentas digitais, os videojogos, a juventude (“Somos o futuro, e que nele haja sempre Carnaval em Arcos de Valdevez”), a velhice, as heranças litigiosas e, claro, os ‘Reis’. Todos, com bonitas coreografias, foram a expressão máxima de um trabalho de meses para este momento de festa.

De resto, como de costume, a sátira sociopolítica (“Se não fosse palhaço, gostava de ser banqueiro”), a paródia a novas formas de relacionamento (“É giro. Conheci-o na Net”), a dedicatória (com humor) a agentes políticos locais e nacionais, as “matrafonas” e as “rainhas” da Terra com coroa fizeram “soltar” ruidosas gargalhadas à plateia que, durante os cerca de 45 minutos do desfile, não arredou pé da Marginal e do Campo do Trasladário.

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Na continuação de eventos anteriores, o “Carnasol” emparceirou a Associação Folia e o Município de Arcos de Valdevez.

 

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