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Arcos de Valdevez: turismo cresce mas falta regulação para travar concorrência desleal

Vila

O turismo continua a ser um setor de forte sazonalidade e o concelho de Arcos de Valdevez conhece, na chamada “época alta”, um aumento significativo do fluxo de turistas (e de visitantes), atraídos pelas paisagens de rara beleza, pela boa gastronomia, pelos monumentos cheios de história e pela hospitalidade das gentes locais. Mas nem tudo corre de feição num setor onde a competitividade e a falta de regulação levam a práticas desleais.

Segundo um promotor de Arcos de Valdevez, os “jogos subterrâneos” proliferam no ramo do turismo. “Pelo concelho, há concorrentes que, sob nomes comerciais iguais ou parecidos, enganam o público e não pagam impostos”, queixa-se este empresário de turismo rural, que prefere ficar no anonimato.

Todos concordam que é elevado o potencial turístico de Arcos de Valdevez, mas a “falta de cultura turística e a concorrência desleal minam a confiança e colocam os promotores uns contra os outros”, acrescenta um empreendedor de Soajo. As soluções apontadas, “a quente”, residem na aplicação de sanções para os infratores, na formação e no trabalho em rede. Neste sentido, não por acaso, vai ser promovida, nos próximos dias, uma reunião envolvendo alguns promotores queixosos para debater a questão do “mercado negro”, que muito preocupa os empresários cumpridores com o fisco.

Em entrevista recente ao Minho Digital, Luís Fernandes, que gere a empresa de animação turística Nature4, adiantou que “existe um trabalho árduo a fazer, nomeadamente na formação de todos os intervenientes na área do turismo. Aqui, todos cabem, mesmo todos, os que têm a responsabilidade de lidar com os turistas e visitantes, como a restauração, o alojamento, a animação e os produtos locais, entre outros”. De resto, segundo empresário da restauração e do alojamento, há “muitos operadores que revelam dificuldades em trabalhar em conjunto”.

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A opinião pública nota progressos na política de divulgação do território, mas, segundo defende o deputado municipal Mário Ventura, “é preciso trabalhar o marketing com criatividade, originalidade, inovação e profissionalismo para subir na escala de valor e caçar o mercado”. Paralelamente, acrescenta Luís Fernandes, urge aperfeiçoar a “articulação entre as várias entidades públicas e privadas, na forma e no conteúdo”, pois “constata-se, ainda, alguma divergência e duplicação na promoção”.

Quem visita Arcos de Valdevez procura ambientes, refúgios e pretextos diferentes, pelo que é necessário separar os turistas dos visitantes. Pela experiência dos operadores turísticos, os primeiros têm maior poder de compra, são mais exigentes e privilegiam o turismo de natureza (fauna e riquezas naturais). Por sua vez, os visitantes, sob influência de rankings de grande difusão pública, vêm pelas paisagens e pela gastronomia, desfrutando, sobretudo, dos refúgios naturais acessíveis a qualquer carteira e dos sabores típicos da terra.

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Com base em informações apuradas junto de vários agentes ligados ao turismo local, entre os “tesouros” mais procurados estão Arcos de Valdevez (vila), rio Vez, Soajo (eira comunitária, lagoas e casario), Mezio (Porta de entrada no PNPG e antas) Gavieira (santuário da Peneda), Ermelo (mosteiro), Penedo do Castelo, Sistelo (socalcos) e Miranda.

 

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