Editorial

As cabalas da República

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Temos assistido, nas últimas semanas, a um ataque por ventura nunca visto, contra o Primeiro-Ministro Luís Montenegro, a propósito da empresa de que foi acusado de ser beneficiado por estar casado em comunhão de bens adquiridos.

Não me vou referir ao facto do governante sempre ter reconhecido que a empresa era familiar, tinha sido constituída muito antes dele ter sido eleito líder do seu Partido (PSD), não ser um negócio de fachada, ter um leque de colaboradores qualificados e os seus filhos estarem habilitados aos fins a que se destinava a sociedade, enquanto gestores (um licenciado e o outro ainda estudante)!

O que eu estranho é que, no passado os que hoje se atiram a Montenegro, nunca levantaram idêntica suspeita quando Mário Soares foi Primeiro-Ministro pelo PS e tinha interesses económicos no Colégio Moderno dirigido pela sua Esposa e Filhos. Como também sucedeu quando Francisco Balsemão, fundador histórico do PSD, era proprietário do semanário Expresso do grupo de comunicação IMPRESA. E, mais recentemente, quando o actual líder socialista, Pedro Nuno Santos, que integrou o Governo de António Costa, tinha interesses na empresa do Pai em Santa Maria da Feira, a TECMACAL  que até recebeu um chorudo apoio de 2,8 milhões de euros de fundos comunitários pela mão da sua colega e Ministra da Coesão Ana Abrunhosa!

Ninguém – mas mesmo ninguém! – ousou pôr em causa a honorabilidade destes governantes…

A avaliar pelos mais diversos juristas de diferentes quadrantes ideológicos, nunca estiveram em causa actos ilegais.

Por estas e outras razões, cada vez se torna mais difícil que os mais capacitados, académica e profissionalmente, se escusem a aceitar cargos governativos onde poderiam contribuir para uma melhoria das condições de vida dos portugueses.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Pelo andar da carruagem, ainda haveremos de assistir a que uns tantos ‘iluminados’ exijam saber em que condições determinado governante recorre ao WC, já que com a presumível libertação de gases possa contribuir dramaticamente para a contaminação dos solos e agravamento das alterações climáticas com o sobreaquecimento da atmosfera…

4 comentários

  1. Começo pelo final do editorial,para sublinhar que, doravante ,podemos ser governados por mangas de alpaca, alérgicos a qualquer tipo de trabalho. Mas darão , bons primeiros – ministros.
    Trabalhar e lutar decentemente pela vida, é um crime em Portugal.
    Porque,no essencial espremendo os factos onde está o crime?

  2. O crime está em várias coisas que vão além de se tentar desviar a atenção com a história do ‘trabalhador’ e ‘amigo da família’.
    1º. Trabalhador são aqueles que começaram a trabalhar com 12 anos, nunca usaram o banco da política para trepar na vida e enriquecerem.
    2º. Diz o povo, que quem não deve não teme. E o dr, Montenegro deve uma clara explicação, e dizer claramente, passe o pleonasmo, porque não disse tudo e escondeu tantas coisas.
    3º. Então o homem é sério, quando tem de decidir sobre a empresa do amigo Violas, que nesta altura do nao de 2025, já tem quase 3 anos de concessão sem pagar mais nada ao estado, e é concorrente a mais 25 anos? Então o dr. Menezes é o advogado que conduz o processo que, depois de oferecerem ao Estado mais cerca de 15 milhões, aproveitando o transtorno da COVID, reclama como virgem ofendida, propôem e aceita uma Comissão Arbitral, e depois, por portas travessas, recorre ao tribunal Adminstrativo, que em tempo recorde, lhe dá razão por minudências e virgulas? – Agora se compreende muitas das coisas que não tinham colhimento junto do T.P.
    4º. É licito a um responsável político, a um primeiro ministro, quando hà um assunto que está a causar perturbação pública, conviva com os responsáveis dessa suspeita? Onde está o decoro, a vergonha institucional, a Ética? Se isto não é gozar com quem trabalha, então estamos no vale tudo… e se não pegar de um modo, desculpa-se com o outro.
    Não. Não senhor não merece respeito, nem desculpa.
    Vamos esperar pelo episódios da abertura do concurso, que já vai com mais de um ano de traso, para a próxima concessão da zona de jogo de Espinho, e depois ver como vai acabar o processo da concessão para a Póvoa de Varzim.
    Se o dr. Montenegro quer reivindicar o estatuto de ‘trabalhador’ humilde, que foi enganado, então tem de despir o fato de politico, onde a agenda é a sua chave de trabalho.
    Haja decoro… e respeito pela coisa e função publica. Ah, e de facto não vai haver crime O Procurador Geral que foi buscar à reforma, também não fala.

  3. Primeiro o senhor jornalista “Manso Preto” descobriu a pólvora sem fumo! E eu já lhe havia dito mais que uma vez, mas vou repetir!” A comunicação social destrói a vida das pessoas e não faz justiça”!
    Quanto à Republica, seria muito melhor que o “Rei de Portugal” que colocaram na gaveta, toma-se posse, e acabava a treta!
    E “meus senhores” de todos os quadrantes políticos, disse-vos que “estaria” em descanso, porém como parece que “apareceu um Homem que os tem no sítio” Vou voltar ao trabalho, e quem fiz asneira não conte com o Meu Perdão!
    Ides ouvir” a não ser que tapeis os Olhos e os Ouvidos”!

  4. Inteiramente de acordo. O prognóstico é triste, mas é o que merecemos!

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