Editorial

ATÉ SOMOS UM POVO FELIZ
Jorge VER de Melo

Jorge VER de Melo

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Jorge V. E. R. de Melo

Consultor de Comunicação

Está provado que até somos um povo feliz.

Recebi uma mensagem reencaminhada pelo nosso Diretor a informar-me de um estudo sobre os efeitos da governação, em tempo de crise, nas grandes empresas nacionais.

Segundo esse estudo, já podemos viver descansados, pois entretanto, os governos incumbidos de endireitar o país, procuraram gente de outras origens para resolverem a nossa vida já que eles, (governantes), não foram capazes de o fazer.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Senão vejamos:

– Os espanhóis tratam-nos da banca, com a condição de pagarmos os prejuízos e eles ficarem com os lucos;

– Como não estavam a ver bem os nossos problemas, talvez por falta de luz, puseram os chineses a tratar-nos da eletricidade;

– Os angolanos ficaram com os combustíveis;

– A TAP foi para os brasileiros;

– Os franceses ficaram com os aeroportos e com o espaço aéreo;

– Os correios estão a ser tratados pelos alemães, ingleses, noruegueses e franceses;

– As comunicações ficaram para os angolanos e para os franceses;

– A moeda é um problema do Banco Central Europeu;

– A economia passou para o Eurogrupo;

– E do governo trata a Comissão da União Europeia.

Analisemos mais profundamente.

Sabem certamente que o capital chinês anda por aí a investir sobretudo nas empresas estratégicas portuguesas. Pudera! Eles não são burros, são chineses!…

Assim, foram ocupando posições:

– Nos seguros;

– Na eletricidade;

– Na saúde;

– E na construção civil.

Não pensem que estamos a exagerar pois esses investimentos já vão na casa dos milhares de milhões de euros.

E quem ganha com isso? Não somos nós, não!..

É, por exemplo, Eduardo Catroga, ex-ministro das finanças de Cavaco Silva cujo cargo na EDP vai ser substituído por Luís Amado: ex-ministro de Estado, ex-ministro da Defesa de Passos Coelho e Portas, também ex-ministro da Defesa e dos Negócio Estrangeiros de José Sócrates, foi administrador no BANIF e apoiante da guerra do Iraque, (é realmente um economista polivalente).

Voltando a Catroga, este não escode ganhar centenas de milhares de euros mas paga mais de metade desse valor em impostos ao Estado. E ainda afirma que tem rendimentos para viver sem ordenado e sem reforma. Este, pelo menos é sincero.

Resta-nos deduzir que a ganância abrandou com o governo atual, não esqueçamos que o nosso PM recusou:

– O avanço dos mexicanos para a Carris e para o Metro de Lisboa;

– Dos franceses para o Metro do Porto;

– E dos espanhóis para os Transportes Coletivos do Porto.

O cidadão português vive na Europa, é um elemento de pleno direito na União Europeia e por isso deve usufruir de ordenados semelhantes aos dos outros cidadãos, quando não, continuaremos com o mesmo desequilíbrio financeiro.

A realidade económica mais visível de um país, quase sempre, é resultante dos bons ordenados dos cidadãos. Recordemos que um Estado fica mais rico conforme o valor dos impostos e não pela quantidade que lhes é aplicada. Só depois disso é possível existir uma efetiva balança de pagamentos.

Sendo um país pobre, acontece que por falta de capital não conseguimos: investir, produzir, nem trabalhar. Estamos permanentemente à espera que outros cidadãos, de outros países, venham cá explorar: as nossas inteligências, o nosso sol e as nossas capacidades de trabalho.

Esqueçam os favorecimentos e a história da mão-de-obra barata, hoje não exportamos mão de obra mas sim: tecnologia, criatividade, eficiência e conhecimento.

Se o não fizermos, daqui por dez anos ficamos perdidos num mundo radicalmente diferente deste e com a nossa sustentabilidade toda a produzir em outros países que lhes pagam ordenados reais. Aliás, é aquilo que já acontece com a nossa juventude emigrada.

O país hipotecado vai-se libertando lentamente dos oportunistas. Chega de sacrifícios, os portuguese sérios, trabalhadores e pagadores de impostos, querem soluções.

Afirmam os entendidos que temos o Cristiano Ronaldo das Finanças, isto até parece anedótico!…

Será que estes indivíduos ainda não se aperceberam que a economia evoluiu e a contabilidade de custos já não se faz como antigamente? (Para quem entende disto, o MD e o CIF são muito mais importantes do que o MOD). Ou querem competir com a mão-de-obra chinesa? Seria de loucos!

O que nos vai valendo é o travão imposto pelo equilíbrio da geringonça, senão…

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