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Augusto Domingues arrebatou Monção

A multidão começou a confluir para a Praça Deu-La-Deu a partir do fim da tarde de sexta-feira. A organização da campanha do PS tratava dos últimos preparativos e as expectativas vieram a ser superadas pela realidade: mais, mas muito mais de mil pessoas encheram, entusiasmaram e contagiaram mesmo os mais tímidos. Muitas caras conhecidas que estão conotadas com outras cores partidárias e, principalmente, muitos autarcas de ‘peso’ nas suas freguesias.

Manuel José Oliveira, presidente da Comissão Política de Secção de Monção foi o primeiro a usar da palavra pelas 19:30 horas. Lançou farpas ao candidato do PSD de Arcos de Valdevez que comparou o seu companheiro António Barbosa à heroína Deu-La-Deu. «Alguns dizem-se heróis e sucessores de Deu-la-Deu. Nós não. Nós temos as nossas sucessoras e heroínas que são as nossas avós, as nossas mães, as nossas filhas e as nossas netas. Essas sim! São as nossas heroínas e é com elas que vamos ganhar estas eleições!» O público gostou e explodiu pela primeira vez. Estava dado o mote para uma apresentação pública dos autarcas que estão com Augusto Domingues. As bandeiras erguiam-se e agitavam-se no ar. «A culpa é tua, Augusto! A causa é tua!» – respondia o público com firmeza.

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O presidente da Federação do Partido Socialista de Viana do Castelo, Miguel Alves, seria o orador seguinte. Saiu em defesa dos seus camaradas e dava nova farpa ao PSD. «Estiveram em minoria (PS), sempre atacados por quem quis defender apenas um percurso político e a esperança de uma segunda volta onde pudesse haver outro vencedor». «Foram vocês que deram tudo, quantas vezes abdicando da sua família, mas sempre na esperança de transformar Monção num concelho melhor», enfatizou o autarca caminhense que, em casa, tem um ‘caso complicado’ para resolver com a candidatura de Júlia Paula.

José Emílio Moreira foi o orador eguinte. Recordou os tempos em que a Câmara de Monção era gerida pelo PSD e comparou com a actualidade. «Façam uma análise a todo o concelho e vejam o que era Monção há 20 anos e o que é hoje! As várias infraestruturas que surgiram, o desenvolvimento social e cultural, os equipamentos, o emprego e a atividade económica». Para o antigo presidente da Câmara local «isto acontece quando se sabe trabalhar em equipa, quando se ouvem os monçanenses, quando se dialoga, quando se reconhecem erros e sempre com a paixão de servir Monção. Porque Monção está acima de tudo!» O carisma deste socialista, se dúvidas houvesse, caíram por terra perante uma grande ovação.

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 Tiago Brandão Rodrigues, dirigente nacional do partido, também esteve presente e subiu ao palco. «Sempre olhei para esta praça como uma praça enorme. Hoje olho para esta praça e ela parece tão pequena! Olho lá para o fundo e vejo gente. Olho para este lado e vejo gente. Parece que não cabemos todos!», exultou. E como responsável pela área do Ensino, apontando para Augusto Domingues, Conceição Soares e Paulo Esteves afirmou que «foram eles que resolveram o problema da escola e do emparcelamento!» Os aplausos eclodiram, uma vez mais, na Praça Deu-La-Deu. Os olhos brilhavam na face de Brandão Rodrigues e até Augusto Domingues não disfarçava a emoção. «Eu prometi! Tu prometeste e nós conseguimos! A culpa é tua, Augusto!», gritou Tiago Brandão Rodrigues. «A causa é tua, Augusto!» – exaltou novamente. O público foi ao rubro. Foi um dos mais longos aplausos da noite para um discurso que espelhava o ambiente vivido, selado com um forte e sentido abraço entre o governante e o recandidato socialista. Era difícil, cada vez mais difícil, resistir indiferente, mesmo por parte dos independentes ou simples espectadores.

 

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«Augusto! Augusto! Augusto» – gritava a multidão empolgante

Toda a multidão em pé e as bandeiras no ar pareciam multiplicar-se.

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Augusto Domingues foi chamado ao palco e o público repetia incessantemente o nome próprio do candidato. Sorridente, o actual presidente da Câmara surgiu perante o «tsumani», como eufórico um dos presentes caracterizou o momento. Triunfante, num efusivo abrir de braços, mostrou-se descontraído perante a multidão que aguardava com ansiedade a sua intervenção. «Alguém me disse: ‘Augusto, põe uma carpa na Praça Deu-la-Deu!’ Eu disse que não. Sou um homem de arriscar. Sem carpas. Sem falsas multidões. E agora que venham cá contar» quantos ali estavam. Mais palmas. Muitas palmas.

E os recados ao PSD continuavam, como se não bastasse a multidão que ali estava. «Primamos pela qualidade nas listas às juntas. Não pela quantidade. Trabalhei com oito Juntas de Freguesia Independentes e não lhes fiz frente. Fizeram um excelente trabalho e estão aí connosco porque reconhecem a nossa relação», atirou Augusto Domingues. Mas o socialista estava imparável e mandou a maior tacada da noite. «Para além disso, tenho lista na freguesia onde nasci. Há quem não se possa gabar disso! Há quem não tenha lista na terra onde nasceu!» António Barbosa , algures, bem poderia ter sentido as orelhas a arder.

«Há quem ande a afirmar que o poder nos esta a fugir das mãos, mas é mentira. E sabem porquê?», fazendo uma pausa estratégica. «Porque eu não tenho poder nenhum!», ripostou de forma perentória. «O poder é vosso! O poder está do vosso lado! O poder está em não deixar entrar para a Câmara gente que não merece!» A multidão respondeu com um aplauso estrondoso. Augusto Domingues, aproveitou o balanço: «O poder está no voto das pessoas! Quando muito sou teimoso… sou perseverante! Adoro esta terra! Nasci nesta terra! Amo esta terra! Mas o poder não o tenho… o poder é vosso! O poder é o do vosso voto!», reiterou com firmeza. Os aplausos não cessavam.

 

 «Eles não pensam no principal… e o principal é Monção!»

 

Longe de imaginar que dois dias depois até o PPM de Ponte de Lima viria a público comparar a transparência financeira entre a autarquia limiana e a monçanense, Augusto Domingues congratulou-se por estar à frente de uma CM com maior equilíbrio financeiro do país. Seguiram-se as obras realizadas. Entre elas o Centro Cultural do Vale do Mouro, o relvado sintético d’ Os Raianos, Lar de Podame, Museu do Alvarinho, Torre de Lapela, a demolição de casas para exponenciar a muralha da vila, a sede da Banda Musical de Monção, a 2ª fase da EN 201, acessos ao Minho Park, a requalificação das antigas Termas e ainda «obras a decorrer e as que estão consignadas», enalteceu. Deixou para o final a 1ª fase da requalificação da EN 101/202. «Vamos modernizar aquela avenida e à volta dela vão surgir empresas! Olhem que eu tenho razão! Ali vai ser criado emprego! E o mais importante numa comunidade, meus amigos, é o emprego», defendeu o autarca. Foi a explicação para os menos de 5% de desemprego de que tanto se orgulha.

Enalteceu os eventos que hoje são uma marca indelével da agitação de Monção: Feira do Alvarinho, Feira da Foda, Festa da Cerveja Artesanal, Feira do 27, Ponte do Mouro Medieval, Feira la de Riba, Feira do Vinho Tinto, Feira Agrícola do Vale do Mouro, Festa do Linho, Feira dos Produtos de Toviscoso. «Até dá suor só em enumerá-las. Nem imaginam o quanto custa fazê-las!», desabafou. Nova salva de palmas para o candidato socialista.

Prometeu continuar com as ajudas aos mais idosos e mais carenciados. Não se esqueceu de garantir a continuidade no apoio aos investidores. «O Parque da Lagoa está quase cheio! E com as propostas que tenho já na Câmara, vamos enchê-lo completamente mal o próximo mandato comece». «E vamos resolver o problema do Minho Park!», assegurou. «Eles [PSD] esfregam as mãos de contentes sempre que temos uma dificuldade ou algum azar. Sabem porquê? Não pensam no principal… e o principal é Monção!», – disparou Augusto Domingues por entre mais uma longa e estridente ovação.

O candidato terminou com um apelo à confiança na sua equipe. «E sabem em quem vamos votar? Vamos votar em Monção! Porque Monção está acima de tudo!», gritou Augusto Domingues. Era o lema do Partido Socialista para este sufrágio. «Monção está acima de tudo!» – repetiu a ponto de arrebatar a plateia de tal forma que todos se levantaram. As palmas ecoavam em toda a praça. «Augusto! Augusto! Augusto!», gritava a multidão. O autarca demonstrou uma forma esplêndida e dificilmente alguém conseguiria igualar este  final de festa. Provavelmente, até os seus próprios camaradas de partido ficaram surpreendidos pela capacidade oratória e mobilizadora de Augusto Domingues.

 

 

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