Editorial

AUTÁRQUICAS
Manso Preto

Manso Preto

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Director / Editor

 

Em termos de eleições autárquicas, é do consenso comum a importância que os partidos dão em quererem ganhar as Câmaras Municipais de Lisboa, Porto, Coimbra e Braga. Não só por razões políticas, mas também mediáticas e a pensarem que, com essas vitórias, poderão conseguir um enorme impulso para as legislativas.

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Mas… o resto do país não conta?

 

É claro que conta, seguindo-se nesse patamar do ‘ranking de notoriedade’, as capitais de distrito e só depois os outros concelhos.

 

Chegados aqui, a Viana do Castelo, capital do Alto Minho, pouco se sabe ao certo. Apontam-se nomes com a mesma incerteza com que aumentam os rumores de que, entre eles, nenhum é definitivo. E não é porque, ou não há lideranças, ou estas são frouxas e subservientes aos directórios nacionais, em detrimento da regionalização que dizem defender quando se mostram receptivos a ‘candidatos importados’ ou à falta de credibilidade e consenso de um indicado pelas estruturas, reunidas estrategicamente, à pressa.

 

Parece ficar a ideia que, por cá, não há massa cinzenta, não há pessoas capazes de liderarem projectos locais. Na realidade, há gente capaz, com vidas profissionais e sociais de sucesso, com capacidade de inovarem, gerarem consensos e tapar os ‘buracos’ existentes. Trazerem transparência e uma nova maneira de fazer política.

 

Mas, neste sistema, com os partidos a capturarem tudo e todos, a blindarem-se dos que lhe fazem sombra, conforme as conveniências e/ou ambições pessoais desmesuradas, a ‘parte sã’ da sociedade e os seus intervenientes com enorme valor, não estão virados nem têm temperamentos para entrarem em ‘guerras’ que não são as suas. Preferem manter as suas honorabilidades ganhas a pulso.

A demora em conhecerem-se os candidatos oficiais, definitivos, tarda e com ela fica a sensação de dificuldades, da incapacidade de resolver divergências antigas e que perduraram no tempo, pela tal falta de liderança. Querer transformar pecados em virtudes, insistir nos erros do passado e fazer das rejeições de anos a fio, teimosias doentias, só dão maior visibilidade pela negativa. Por onde perpassa a falta de carácter a roçar a senilidade.

 

E quanto mais tarde isso acontecer, mais fica entre os potenciais eleitores aquele sentimento de apatia, desinteresse e desmotivação que depois se traduz no crescente abstencionismo eleitoral.

 

Os presumíveis líderes locais e nacionais que não compreendam isto e se mostrem renitentes em inverter o rumo, mais valia, pelo menos num gesto digno, com humildade e resignação remeterem-se ao seu real valor…

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