A informação (inédita) é reconhecida oficialmente por ambos os Partidos!
Decorreu no passado sábado, envolta em grande polémica, a eleição para os novos órgãos distritais do CDS/PP do Alto Minho.
O presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, Vitor Mendes, encabeçou a lista única que se apresentou ao sufrágio mas o mais surpreendente foi a eleição para a Mesa da Assembleia Distrital de um ainda militante e ex-dirigente limiano do … PSD!
Dos 10 concelhos, apenas 3 Comissões Políticas Concelhias estão legais, ou seja, em funções e dentro dos prazos estatutários: Viana, Arcos de Valdevez e Monção. Mesmo a de Ponte de Lima, presidida por Abel Baptista, terminou o seu mandato há meses. O ex-deputado – que se afastou do Partido e pediu a demissão de todos os cargos -, acumulando em tempos como presidente da Distrital, anunciou no seu mandato que a prioridade da sua equipa seria provocar eleições em todos os concelhos e dinamizando-os. «Não conseguiu, no entanto, pôr fim ao descalabro no distrito, que há anos não existe, não tem estruturas, nem sedes, sem o mínimo de actividade partidária, nomeando-se uns aos outros», acusou um militante de Ponte de Lima «preocupado porque assiste-se ao desmoronamento local deste baluarte autárquico», disse-nos em tom desanimado um ex-dirigente há muito afastado. «Bem vê! Que representatividade tem o Partido quando de 10 concelhos, apenas 3 estão em funções e a Secretaria Geral em Lisboa e Assunção Cristas sabem da situação e ‘assobiam’ para o lado?!!!»
PUBA Distrital de Vitor Mendes agora eleita «excluiu, em termos de representatividade, os concelhos de Monção, Melgaço, Valença, Paredes de Coura, Vila Nova de Cerveira, Caminha, Viana do Castelo e Ponte da Barca», assegurou outra fonte. «Em Viana, por exemplo, os votos nulos superaram os que votaram na lista única. Se atendemos a que votaram apenas 17 filiados, daqui se pode extrair a capacidade de motivação e mobilização da lista de Vitor Mendes». Também Monção, com a Comissão Política em funções, não está representada na Distrital.
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O mais surpreendente aconteceu sábado!
Paulo Sousa, actual vereador do CDS em Ponte de Lima, foi eleito presidente da Mesa da Assembleia Distrital. Acontece que o autarca, militante Democrata-Cristão nº 160700709, é também militante Social-Democrata de Ponte de Lima com o nº 113998 onde se filiou em 2003!…
PUBO MINHO DIGITAL (MD) obteve a informação junto de uma fonte do PSD que o actual vereador limiano «chegou a ser, inclusive, dirigente da nossa Concelhia quando João Barreto era o presidente». «Nesses anos de 2005/06, sempre tinha as quotas em dia. Formalmente, Paulo Sousa ainda é nosso filiado, pois nunca apresentou o pedido de demissão, embora actualmente tenha as quotas em atraso, mas que pode regularizar a qualquer momento».
Paulo Sousa confirmou ao MD que «desde essa altura que não tem relação com o PSD e deixei de receber correspondência». Confessando que «foi então eleito na lista de João Barreto», o recém eleito nas estruturas do CDS, adiantou que «não sabia que se tinha de desfiliar do PSD».
Recordamos que a legislação sobre os partidos políticos (Leis Orgânicas nº2/2003 de 22 de Agosto e com as alterações introduzidas no ponto nº2/2008 de 14 de maio) diz que “a qualidade de filiado num partido político é pessoal e intransmissível, não podendo conferir quaisquer direitos de natureza patrimonial” e que “ninguém pode estar filiado simultaneamente em mais de um partido político”. O actual vereador com vários pelouros na autarquia de Ponte de Lima, entre os quais o da Modernização Administrativa, quando confrontado por nós perante eventuais sanções penais, defendeu-se dizendo «vou já enviar um e-mail ao PSD a solicitar a minha desfiliação».
PUBO MD fez diversas tentativas telefónicas para ouvir Vitor Mendes mas, até ao fecho desta edição, não foi possível recolher um seu comentário dado que «foi ele quem me convidou para a lista da Distrital», como nos confessou Paulo Sousa.