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A barra de Caminha é o sinal de morte dos pescadores

Foi relembrado por um pescador, que recentemente 3 embarcações de Caminha e os seus tripulantes «viram a morte à frente dos olhos» – isto quando se preparavam para ultrapassar a barra.

Esta reivindicação já perdura no tempo e prova disso mesmo é o número de ministros e secretários de Estado que, in loco, verificaram as péssimas condições de trabalho dos homens do mar. E, também, ouviram nas suas vozes o descontentamento por nada se fazer. Mais uma vez o alerta se fez ouvir numa reunião que juntou pescadores, Mútua dos Pescadores e município caminhense.

Apesar de cansados de não se tomar uma atitude prometem estar unidos «mais do que nunca» para que, de uma vez por todas, se faça o necessário.

A Mútua dos Pescadores deu a «sua palavra de honra» que numa reunião que tem agendada com o Ministro da tutela fará chegar o alerta e o pedido dos pescadores de Caminha.

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No entanto, e em uníssono, tanto o presidente da Câmara Municipal de Caminha como o presidente da Junta de Freguesia desta vila, respectivamente Miguel Alves e Miguel Gonçalves, afirmaram que já se esperou muito tempo e a comunidade piscatória não pode, nem quer esperar mais uma década. Miguel Gonçalves chegou mesmo a salientar que «se Caminha é conhecida como uma vila piscatória, os homens do mar precisam de condições no seu trabalho».

Por sua vez Augusto Porto, presidente da Associação dos Profissionais de Pesca e Mar, abordou o tema da rentabilidade do rio Minho e afirmou que este «é extremamente rentável, sendo, também, uma fábrica geradora de emprego pois o pescador mais novo em Caminha tem 22 anos». Esta questão da rentabilidade foi comprovada por um dirigente da DOCAPESCAS que garantiu que na época do inverno o rio Minho foi mais lucrativo que Vila Praia de Âncora e Viana do Castelo.

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Foto: Pedro Torre (Photo Video)

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E é nesta questão que os pescadores não entendem, pois se o rio é lucrativo e o Estado recebe nos seus cofres o dinheiro, por que não investe no mesmo e resolve as péssimas condições de trabalho da classe piscatória? Chegando mesmo a questionar porquê Vila Praia de Âncora tem direito e Caminha não? Isto porque no portinho de V.P. Âncora está uma dragagem para o desassoreamento gastando 500 mil euros, e resolver o problema da barra de Caminha não custaria tanto.

Recorde-se que estes homens pedem é que se faça o desassoreamento da barra pois ao longo dos anos o banco de areia foi aumentando, levando a maiores riscos para aqueles  que vivem da pesca. A palavra de honra foi dada, o compromisso da Câmara Municipal e da Junta de estar ao lado dos pescadores também, e agora falta o que há muito se pede e não se faz, apesar dos riscos de vida que existem.

A necessidade da construção de um estaleiro para os homens do mar arrumarem os seus apetrechos foi outra das necessidades levantadas pelos pescadores, assim como a venda do pescado, mas aqui a Mútua dos Pescadores foi informada que não existe um local digno para o mesmo.

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Neste encontro um número se destacou, e foi recordado por um pescador: há cerca de 30 anos, em Caminha, existiam 56 barcos de convés licenciados e mais de 1000 embarcações de pequeno porte, mas nos dias de hoje no conjunto não são mais de 147… Fica a reflexão!

Recordemos, também, que no Orçamento Participativo de Caminha a classe piscatória viu contemplado o seu projecto, ou seja, a reparação do cais da Rua e colocação de guindaste para embarcações no valor de 35 mil euros.

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