Escritor d’ Aldeia *
No tempo em que havia fadiga em pronunciar a palavra corrupção, diga-se com verdade, os poucos corruptos passavam despercebidos.
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O povo até dizia: “não têm toda a culpa por serem corruptos, pois, a ocasião faz o ladrão”.
Mal, o grande mal, é que não se sabe por que razão, a partir de certa altura da pouca corrução, até aos dias de hoje, muito se desmoronou: os meliantes actuais, com esta forma de viver, devem ter esquecido o peso daquela palavra, por que banalizaram o seu comportamento, sacando o que é de todos.
Assim, a partir de 2008, principalmente, Portugal não tem mãos a medir – através da Imprensa escrita e falada – em anunciar os afadigados corruptos e respectivos sectores, onde tudo é fabricado/sacado.
Gostaria – porque posso andar distraído – que alguém me apontasse qual é o canto deste país onde ainda não chegou a corrupção.
Tivemos um primeiro-ministro que nadou nas piscinas corruptas; tivemos e temos muita gente em lugares políticos, na chafurdice da corrupção; tivemos e temos nos serviços da Justiça, nas Câmaras Municipais, nos Bancos, na Advocacia, no Ensino, na Polícia, nas Forças Armadas, na Saúde, entre partidos políticos com a bênção dos governos, nas empresas e por aí fora…, gente corrupta que aguarda julgamentos, que são arguidos e tudo parece normal neste país de anormalidades.
Eça de Queirós, o eterníssimo Eça, já denunciava meliantes da corrupção no seu tempo: “A ciência de governar é neste país uma habilidade, influenciada pela inveja, pela intriga, pela vaidade e pelo interesse”. E Saramago, não teve pejo em afirmar que “Portugal é um país de salafrários”, que deitam mão a tudo que podem. Marcelo Caetano, do Estado Novo, também avisou do exílio no Brasil, que Portugal iria “ser governado por um bando de esfomeados, que acabariam por pôr o país na miséria e na pedincha permanente”.
A TAP é um grandioso aspirador do dinheiro dos portugueses; muitos políticos conotados/militantes do PS, são os salafrários apontados por Saramago como saqueadores do bem público, razão porque o povo português não está inserido nas políticas do país, por que tudo é contra o povo.
E no dizer do Papa Bento XVI, afirmação feita no Parlamento da República Federal da Alemanha em 22 de Setembro de 2011, afirmava: “Muitos Estados ao serem instrumentos para a destruição do Direito – tornaram-se num bando de salteadores muito bem organizados – com uma publicidade devidamente montada – capazes de ameaçar o mundo inteiro e de o impelir até ao precipício”.
Quando na verdade, o dever de quem serve é exercer o direito e a obrigação de combater o domínio da injustiça social, dever máximo das funções públicas.
PUBSendo assim, que tem feito este Governo de António Costa no combate às injustiças, aos saques, aos julgamentos a tempo e horas dos delinquentes, à expulsão de quem prevarica, às incompetências que abafam o país, ao compadrio doentio que nauseabunda qualquer cidadão e aos “invejosos e interesseiros” apontados por Eça?
Talvez o Primeiro-Ministro A. Costa esteja pouco interessado em desviar os seus Kamaradas d’armas. Eles são tantos ao seu redor e a passarem-lhe as mãos no pêlo que fica estático, babado e, quem sabe? até pode ficar triste! Mas o país está primeiro, e os rapaces do povo e dos cofres do Estado têm de ser lançados para onde pertencem – no lixo.
Todos os países – à semelhança de nadadores/salvadores – devem ter políticos que no exercício de funções públicas sejam o mais perfeitos e competentes possível. Se não sabem nadar ou se apenas vêm os amigos, os compadres e os Kamaradas – rapaceando o país – coloquem-se nas praias para que os predadores sejam alimentados.
Devido aos rombos económicos e de saúde que esta pandemia coronavírica tem causado, iremos ter direito de receber várias centenas de milhares de milhões de euros da União Europeia. O país está descontrolado, de tanga, doente, com medo, e a esperança de tempos melhores desvanece-se. Será tempo de aproveitar bem o dinheiro e fazer reformas. Todavia, já não faltam grupos a chorar bem alto para poderem mamar.
Fala-se que será o sector público o mais beneficiado da “herança” da UE. Entendo que o Governo tem de atender a todos os sectores debilitados, mas nunca colocar remendos em calças ou casacos podres. O Governo tem de modernizar de raiz: investir em calças e casacos novos e estar muito atento aos corruptos actuais, sobretudo a partir de Sócrates e com o primeiro ministro António Costa, pois claro!
- O autor não segue o acordo ortográfico de 1990.
2 comentários
Camarada e amigo ASoares, um Tema importante e, real , infelizmente, neste País…
Um bem haja e obrigado.. Continua.
Forte abraço com um Bom Ano Novo de 2023..
Tema actual e muito bem tratado, parabéns! A corrupção tem aumentado ao mesmo tempo que a abstenção e o paganismo. Haverá relação causa/efeito?! Se os abstencionistas votassem contra os maus governantes talvez a situação melhorasse. A indiferença é maléfica!
Abraço