Bicadas do Meu Aparo: Confusão e coisas

 

 

 

Escritor d’ Aldeia

 

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No livro “10 grandes mensagens” – resposta da Igreja aos problemas políticos e sociais de hoje – concretamente, nos ensinamentos contidos na “Gaudium et Spes nº 69, pode ler-se:

“Quem se encontra em necessidade extrema, tem o direito de tirar das riquezas alheias o necessário para si mesmo”.

Por outras palavras: se alguém procura trabalho e não lho dão, se pede emprestado ou por esmola e ninguém ouve, pode o homem roubar para comer o que precisa naquele dia, que não peca.

Não vai há muito tempo que, um jornal nacional noticiava a absolvição em Tribunal de uma mulher, que tinha roubado para dar de comer aos filhos.

Todas as nações têm problemas sociais, pobreza e injustiça económica. Passa-se muita fome no mundo! Cabe aos respectivos governos de cada país e instituições governamentais, a resolução da justiça social, económica e da fome.

Neste problema concreto, o meu país – na hora que passa e com os políticos destes últimos vinte anos – é uma grande clínica de emagrecimento e de saques contra quem trabalha. É o país da guerrilha permanente, da corrupção, da inveja, do madracismo: é uma locomotiva sem travões ou de travões permanentemente colados.

É um país em que seus governantes vivem entre os restaurantes e as entrevistas, entre a cama e a alvorada e, como quaisquer pessoas banais, resolvem pessimamente os problemas nacionais, para receberem o preço da sua submissão a estrangeiros e a usurários que até os ossos nos trituram.

O meu país, onde tantos já se sentem numa pocilga malcheirosa, onde a confusão vence e já nada acontece que se estranhe, tem a fome e o desemprego para vencer, mas dá-se ao luxo de perguntar a tantos: “Não queres ou não tens trabalho?” Não te preocupes muito, pois o Estado, nós, os pincéis deste barco prestes a afundar, damos-te o Rendimento Mínimo.

 “Foste preso e já cumpriste a pena?” Não te apoquentes. Nós, os malabaristas desta choldra, damos-te o subsídio da Reinserção Social.

“Vais ter relações sexuais?” Alegra-te, a nação dá-te preservativos. “Engravidaste e não queres “essa vida” que existe em ti?” Tem lá calma, porque tens direito a fazer o aborto: é de borla e não vais para a prisão.

 “Trabalhavas e agora não?” Nós, os maiores destas águas paradas, damos-te o subsídio de desemprego e com uns biscates que arranjes na periferia, ainda ganhas mais.

“És drogado?” Porreta, isso acontece a qualquer gajo. Portanto toma lá seringas, vai para as salas de xuto e encharca-te até aos ossos!

Tens violência em casa? Não chames nem incomodes ninguém. Espera que o tempo resolva e, não resolvendo, chama as autoridades e a ambulância que eles levantam os corpos e limpam-te o chão.

E aos ziguezagues, a criar doenças e doentes a torto e a direito, assistimos ao riso dos hipócritas, à proclamada inteligência dos imbecis, ao estrabismo de quem governa, onde tudo parece inverno, anedótico e maus sonhos.

E a Igreja, que nunca foi tão precisa como no momento que vivemos, para atenuar a fome pública de uns e a fome envergonhada de outros, sem que a mão esquerda veja – pois claro – continua a não ser reparo de certa intelectualite normose, de pelintras arrogantes, e que capazes são de dizer que a Igreja é reaccionária e paternalista, combatendo-a com mansas palavras, mas sem conhecerem o seu Dom, e sem no seu Mistério pensarem.

Na verdade, o Ideal Católico – o cristianismo – é bem diferente da arrogância, da jactância, da normose intelectual, do republicanismo de cataratas ou do maçonismo oportunista.

A Igreja é mãe, ensina, dá, promove, é meio de salvação, ensina na Terra o caminho do homem para o “Ambiente de Deus” e luta pelo bem comum, pela justiça e pela paz entre a Humanidade, embora com erros, porque humana também.

Eis a diferença e a contradição destes dois mundos: Uns, que se servem do homem para subirem por ele acima; outros, vivendo, acreditando e actuando segundo a irrepreensível verdade: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Finalmente, aos que se agitam sem ser de trabalho e que são indiferentes ao valor e à acção cristã, humildemente desafio: provai que esta opinião ou estas infelizes verdades mencionadas, na vida de todos nós, não são absolutas verdades!

* O autor não segue o acordo ortográfico de 1990

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