Vanessa Reitor
Jornalista
Todos os anos assistimos à euforia que se cria à volta do Black Friday, mundialmente reconhecida como a sexta-feira dos grandes descontos das grandes marcas e nas grandes superfícies!
Todos testemunhas dum corre-corre frenético pela compra de bens materiais que, se calhar, noutras alturas do ano têm o mesmo preço só que, pelo facto de não terem um placard promocional, nem sequer nos atrevemos a olhar para eles, ou…até olhamos, mas comprar… nem pensar!
As marcas sabem bem deste calcanhar de Aquiles, e utilizam-no contra nós, sim, contra nós, sociedade! Porque por vezes estas “promoções e descontos” fazem-nos transformar numa espécie de zombies que, neste dia, deambulam pelas lojas à procura duma promoção que nos faça sentir que encontramos um tesouro perdido e que, sem nos apercebermos, tentamos reduzam as carências que nos acompanham diriamente.
GOSTA DESTE CONTEÚDO?
- Não se esqueça de subscrever a nossa newsletter!
E assim, um Black Friday após outro, vivemos submersos na futilidade e, mais uma vez, deixamos que nos tratem como ingénuos que não percebem que tudo isto das promoções e mega descontos nesta sexta-feira negra, não é mais do que o reajuste dos preços – que já eram altos e agora continuam altos -, mas foram rotulados como sendo “a oportunidade do ano”. E nós, ávidos de tecnologia, moda, conforto e vaidade, deixamo-nos levar e desta maneira acalmamos a nossa ânsia, rodeados de percentagens de 50, 30, e 20%. E sentimo-nos os maiores!
Cada vez mais a nossa sociedade está cheia de carências.
Como eu gostava que existissem também os Black Friday do respeito, valores, tempo de qualidade com a família, generosidade!
Seriam promoções com real valor mas, infelizmente, nem com 100% de desconto conseguiriam ter adesão e – isso sim -, é uma verdadeira sexta-feira negra!