Bombeiros de Viana  mantêm braço de ferro e não recebem Secretária de Estado da Proteção Civil

A vida para os Bombeiros do Alto Minho não está nada fácil e as apreensões são muitas quanto ao futuro!

No passado dia 27 de Janeiro de 2023, a Federação Distrital dos Bombeiros de Viana do Castelo, em reunião ordinária de assembleia geral tida no dia 27 de Janeiro de 2023 deliberou, no seu ponto 3. da ordem de trabalhos, por 15 votos a favor (Paredes de Coura, Monção, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Arcos Valdevez, voluntários de Viana do Castelo, Valença e o Comandante de Caminha) e 4 abstenções (Presidente de Caminha, Vila Nova de Cerveira e o Comandante dos Bombeiros Sapadores de Viana do Castelo), que a Federação e as suas respectivas Federadas, não deverão marcar presença em qualquer reunião com a Senhora SEPC, concretamente, na que está agendada neste distrito para o próximo dia 22 de Fevereiro de 2023.

Tal deliberação foi tomada em solidariedade e estrita coerência com a anterior deliberação tomada no último Conselho extraordinário das Federações, em que foi aprovado por unanimidade dos conselheiros presentes e com todas as federações nacionais representadas, que não haveria representação das Federações em qualquer reunião de trabalho com a senhora SEPC.

Assim, por não haver qualquer convite formal às Federações e pelos motivos expostos, a posição manter-se-á. Havendo convite por escrito a esta Federação e devidamente comunicado às suas respectivas Federadas, poderão estas deliberar noutro sentido. Enquanto assim se mantiver, prometem que «não toleraremos e compactuaremos com o intolerável e incompreensível desprezo e desrespeito institucional pela orgânica formal existente a nível nacional nos bombeiros e, concretamente, desta Federação, que é ainda a entidade máxima de representação dos bombeiros no Distrito e assim permanecerá até que haja essa firme vontade». Tal posição é assim extensível a todos os corpos de bombeiros do distrito, quer organizados em associações voluntárias, ou, pelas câmaras municipais e respetivos bombeiros sapadores e já devidamente contactados que foram as Associações de Voluntários de Melgaço e Vila Praia de Âncora que, mesmo não tendo estado presentes nesta reunião, imediatamente comunicaram que se associam a esta posição, «por ser a correcta e coincidente com a defesa dos nossos interesses e princípios». Ainda e finalmente, pelo «dever de solidariedade» a uma das federadas não convidadas, nomeadamente a Câmara Municipal de Viana do Castelo e os seus Bombeiros Sapadores.

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Esta foi a conclusão da Federação que, conforme refere o seu presidente, Germano Amorim. «Não aceitamos mais o constante desrespeito a que somos votados. A proteção civil não pode querer implantar uma reforma feita com os cotovelos em total  desrespeito com a orgânica pré-existente dos bombeiros, assente na realidade dos distritos que têm  antecedentes sociais, históricos, culturais, identidade e proximidade às populações e que é absolutamente pacífico, até ao dia que pura e simplesmente querem fazer alterar esta realidade sem nos dar qualquer conhecimento sobre nada e essencialmente quais são os objetivos destas reformas». Visivelmente incomodado, acrescentou que «A atual configuração por estruturas sub regionais vieram contribuir para aumentar as anteriores estruturas de 18 para 23 e criar conflitos estéreis que em nada ajudam a cooperação entre bombeiros e ANEPC e que estão estruturados em moldes frágeis e sem identificação com as populações. Nós precisamos urgentemente de alterar muitas políticas e esta não é com certeza uma delas. Precisamos de apoios concretos ao voluntariado no último distrito a nível nacional, com a adoção de um estatuto social de apoio aos bombeiros. Precisamos de alterar o modo de funcionamento das EIP, para que ocupem o tempo rotativo de 24h».

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Sustenta, ainda que «Necessitamos de melhorar financeiramente as carreiras dos bombeiros, dignificando o seu papel social. De viaturas de combate adequadas às várias batalhas que travamos, não nos esqueçamos que Viana do Castelo em 12 corpos apenas foi contemplada com uma viatura florestal no último concurso a nível nacional. Precisamos urgentemente de apoios para aquisição de equipamentos de proteção individual. Melhorar as condições da pré-emergência hospitalar com aquisição de mais viaturas e pagando o preço adequado ao quilómetro e taxa de saída. Precisamos que o estado, seja de que forma se revista, pelas câmaras municipais, pelos hospitais, pelo INEM, ANEPC, ou outros, pague a tempo e horas, não causando constrangimentos de tesouraria intoleráveis». Germano Amorim refere que «Além do mais, somos nós que conhecemos o terreno e as suas gentes. Não são estruturas abstratas sem nível de aproximação à realidade social concreta que mais aptas estarão para resolver problemas concretos da proteção civil e também, de nada adianta, colocar à margem da solução os bombeiros, porque, por mais voltas que se dêem, são sempre estes que resolvem mais de 90% da maioria dos problemas do socorro e emergência a nível nacional». «Não se entende portanto esta enorme confusão e desprezo a que as federações distritais estão a ser votadas. Somos a mais alta representação de todos os bombeiros em cada distrito, mesmo que isso não coincida com esta artificial nova divisão por sub-regiões». O presidente da Fedração dos Bombeiros do distrito de Viana do Castelo deixa um aviso: «Enquanto não formos convidados, como mais alta entidade representativa do todos os bombeiros, ninguém comparecerá, lamentando assim a falta de diálogo que estamos obviamente disponíveis para termos, de forma leal, franca e aberta, discutindo todos os assuntos que nos afectam e fazendo assim parte do caminho da solução.»

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