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Caiu o muro da opressão no Lindoso, em Ponte da Barca!

O Minho Digital assistiu, em primeira mão, à demolição do muro da vergonha no Lindoso. A impunidade viu o seu fim, e nesta quarta-feira, às primeiras horas da manhã, Carlos do Canto e a sua família viram a entrada para a sua moradia restabelecida. O ambiente era de vitória e de uma alegria contagiante.

Depois de quase dois anos com a sua moradia vedada por um muro, esta quarta-feira, 17 de janeiro, Carlos do Canto e a sua família viram o muro ser demolido e a entrada restabelecida. Presente com toda a sua família durante o processo de demolição e visivelmente emocionado, fez as suas primeiras declarações em exclusivo ao MD. “Isto sim, é um inicio de um bom ano. O muro finalmente vai ser demolido”. Confessou ainda o quanto está feliz com a decisão do Tribunal – por lhe ter permitido derrubar o muro -, embora ainda não perceba como é possível que a Junta de Freguesia de Lindoso, na pessoa do Secundino Fernandes, nada fez para cumprir a lei e derrubar o muro como estava estabelecido na Providência Cautelar: “Na semana passada, os advogados de ambas as partes tiveram uma última reunião na qual o advogado do Secundino pediu que aguardássemos mais uns dias para, efetivamente, fazerem a demolição. O prazo acabou ontem, e mais uma vez, não cumpriram”, desabafou Carlos do Canto.

No seu entender, a demolição do muro constitui o fim de uma história que nem devia ter começado. “Toda esta situação podia ter sido evitada. Eu, depois da minha filha ter caído na vala por eles aberta à frente da minha casa, perdoei-lhes o julgamento – como eles queriam – mas foram vingativos e avançaram até aqui. Hoje sinto-me feliz, fez-se alguma justiça”, realça.

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O muro foi demolido, mas não na sua totalidade, só os metros estabelecidos pelo Tribunal: “O muro foi demolido em 2,50 metros. O necessário para os carros entrarem e saírem da garagem”, explica Canto, que também espera recorrer em Tribunal. “Quero saber por que nunca houve qualquer tipo de resposta por parte da Junta de Freguesia e quero saber quem vai acarretar com todas estas despesas de hoje. Eu tenho dois filhos para criar e o meu dinheiro não chega para tudo… já foi demais!”, desabafa.

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Canto, embora satisfeito com esta decisão favorável dada pelo Tribunal, não se sente completamente realizado. “Quero dizer que aqui em Lindoso temos um Presidente de Junta que, em vez de facilitar ao povo, só complica a vida às pessoas. Aquilo pelo que nós passámos não se faz a ninguém”, sentencia. Carlos espera que não haja mais percalços nem confusões e deseja que este seja mesmo o fim desta história. “Não queremos mais confusões. Nós somos pessoas de bem e nunca merecemos nada disto que nos aconteceu. Os meus filhos, finalmente, vão voltar a casa, e espero ver a minha mulher recuperada de todo este drama”, afirma. Outro elemento da famila de Carlos do Canto também quis expressar o seu sentir. “Estou muito feliz. Já não estamos mais presos na nossa casa… Já gosto de viver aqui!”, comenta a filha mais nova do casal, com apenas 7 anos de idade.

Até ao fecho desta edição, não houve qualquer resposta ou reação por parte da Junta de Freguesia de Lindoso, nem esteve presente qualquer autarca no local da demolição. 

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