Editorial

Calma! Que nos Arcos de Valdevez somos imunes!
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Manso Preto

Vanessa Reitor

Jornalista

Para ninguém é um segredo que o Coronavírus, recentemente chamado de COVID-19, tem criado alarme um pouco por todo o mundo. As pessoas andam receosas.

Em vários países de Europa, e mais especificamente em Itália, onde o surto tem ganho cada vez mais vítimas, a quarentena e isolamento  tem sido o modo para evitar que o contagio continue a alastrar. O vírus só chegou a Portugal esta semana, e à hora de fecho deste jornal, o número de infetados rondava os nove, dos quais cinco se encontram aqui, no Norte do país. É bem verdade que a humanidade, e a sociedade mais moderna, têm passado por vários episódios de surtos incontroláveis de doenças ‘desconhecidas’, tal foi o caso da gripe H1N1, vírus Influenza, ou a doença das ‘vacas loucas’ , que no seu momento também criaram algum receio na população mundial, mas não foi necessário um plano de contingência tão urgente como desta vez, com o Coronavírus.

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Em algumas zonas do país estão a ponderar ativar planos de emergência nas escolas, nos hospitais, instituições e autarquias. Não sou a favor dos alarmismos, e até confesso que a cobertura informativa que se tem dado ao vírus tem sido, nalguns casos, algo exagerada. No entanto, sinto que a prevenção deve existir -juntamente com o bom senso.

 

Estando atualmente quase em estado de sentinelas permanentes, por causa do COVID-19, parece-me bastante arriscado permitir a realização de eventos que reúnam muitas pessoas. Tal é o caso do Arcos TT, evento que se realizará este fim-de-semana em Arcos de Valdevez. Bem é certo que é um evento sumamente esperado, que mexe muito na dinâmica do Concelho, mas será prudente receber milhares de pessoas, vindas um pouco de todos os cantos da Europa, e do mundo, neste momento de ‘alerta máxima’ por causa do Coronavírus?

 

Compreendemos que um evento de tal envergadura implica muitos meses de organização, tempo despendido e dinheiro investido; que sem dúvida, não seria nada fácil adiar o evento estando só a 24 horas da sua realização, mas será que todas as hipóteses foram postas na balança para determinar o real peso de cada uma? Isto nada tem a ver com uma crítica à organização do evento, mas é sim, um sentimento generalizado que nos foi transmitido pelos populares que ficam com dúvidas se será seguro, neste preciso momento de alerta máxima, receber milhares de pessoas na vila.

 

Um pouco por todo o país assistimos ao cancelamento de vários eventos: o Campeonato Regional de Natação na Póvoa do Varzim, o Festival à Roda da Alimentação da Missão Continente, o Portugal Fashion 2020 e a ModaLisboa (que ainda está em stand by). Todos estes planos de emergência. No fundo, não é mais do que mera precaução e nada tem a ver com pânico coletivo ou – pior ainda – com alarmismos e vontade de querer ver o vírus onde ele não existe.

 

Entretanto, só nos resta esperar e continuar a ter as atitudes de prevenção que agora mais do que nunca, estão a ser cumpridas, mas que deviam existir no nosso dia-a-dia independentemente da existência ou não duma epidemia: manter a devida distância dos nossos interlocutores, lavar frequentemente as mãos antes e depois de qualquer tarefa, e quando tossirmos ou espirrarmos, fazê-lo em direção ao nosso antebraço, jamais utilizar as mãos como se fossem um lenço de papel! Medidas simples, mas que podem fazer toda a diferença!

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