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Câmara de Coura quer valorizar Casa Grande de Romarigães

Casa de Romarigães

A Câmara de Paredes de Coura está a trabalhar na elaboração de um projecto que permita valorizar a Casa do Amparo, em Romarigães, que ficou célebre por ter inspirado uma das obras-primas de Aquilino Ribeiro.

Um desejo que não é de agora, mas que poderá ter novos desenvolvimentos em breve, já que a autarquia courense está a trabalhar em conjunto com a família do escritor, proprietários do imóvel, no sentido de encontrar uma solução para a Casa Grande de Romarigães.

“Uma das coisas que nos mata o coração é a Casa Grande de Romarigães!” Quem o diz é Vítor Paulo Pereira, presidente da Câmara de Paredes de Coura quando confrontado com a actual situação da Casa do Amparo. A propriedade, mais conhecida pelo título do romance que inspirou a Aquilino Ribeiro, é considerada imóvel de interesse público há precisamente 30 anos, mas o tempo tem sido testemunha do mau estado de conservação a que tem estado sujeita, bem como de algumas obras mais polémicas a que foi sujeita, nomeadamente a substituição de parte da caixilharia de madeira por caixilharia de alumínio. Uma situação que, inclusivamente, motivou reparos de Mário Soares, na altura Presidente da República, aquando da sua deslocação a Paredes de Coura, numa presidência aberta que incluiu uma passagem pela Casa Grande de Romarigães.

Agora, a autarquia courense parece apostada em inverter esse cenário. “Estamos a trabalhar nisso, mas é difícil porque não há muita sensibilidade para estas coisas”, adianta Vítor Paulo Pereira que, contudo, está esperançado em encontrar uma solução para aquele espaço. Ainda ontem o autarca courense, acompanhado da sua vereação e da responsável da Divisão de Cultura, Educação e Acção social do município, esteve reunido com familiares do falecido escritor, nomeadamente com o seu neto, Aquilino Machado, e em cima da mesa esteve a possível recuperação e aproveitamento da Casa Grande Romarigães para a colocar ao serviço dos cidadãos.

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“Não sabemos o que vamos fazer, mas não precisamos de fazer uma coisa sumptuosa, de gastar muitos milhões”, refere, a propósito, o presidente da Câmara, explicando que o essencial “é fazer uma coisa simples e tornar essas instituições capazes de receber pessoas”. Para já, contudo, não são conhecidos planos efectivos relacionados com aquele espaço, localizado na freguesia de Romarigães, a cerca de 20 quilómetros da sede do concelho.

De referir que as intenções da autarquia courense em torno da Casa Grande de Romarigães não são de agora. Já no ano 2000, numa altura em que a Câmara era presidida por Pereira Júnior, se equacionava a recuperação da Casa do Amparo, com vista a acolher o espólio de Aquilino Ribeiro que o seu filho, entretanto falecido, estaria na disposição de doar ao concelho. Na altura havia vontade da autarquia e do proprietário, mas faltava o financiamento do Ministério da Cultura, para uma obra reconstrução que estaria orçada em cerca de dois milhões de euros. “Pretendemos apenas que o Ministério da Cultura faça com a Casa Grande de Romarigães, que pertenceu a Aquilino Ribeiro, o que fez, por exemplo, com a Casa de S Miguel de Ceide, que pertenceu a Camilo Castelo Branco”, referiu o então presidente da autarquia courense.

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Anos mais tarde, em 2007, aquando da comemoração dos 50 anos da publicação do romance de Aquilino Ribeiro que lhe daria o nome e a fama, a Casa Grande de Romarigães voltaria a estar sob o foco da atenção do município, que sugeria a sua transformação numa espécie de centro de estudos, onde pudesse ser apreciado e consultado todo o espólio do escritor. Um pouco à semelhança do que aconteceu, também em Paredes de Coura, com o Centro de Estudos Mário Cláudio, um espaço na freguesia de Ferreira dedicado à obra deste outro escritor. Os projectos para a Casa do Amparo, no entanto, nunca chegaram a avançar. Parte da casa está arrendada, a outra parte é ocupada esporadicamente por familiares de Aquilino Ribeiro e o exterior está, há largos, ocupado por uns viveiros de árvores que ali funcionam.

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