Caminha: «Aqui há gato …»

Esta expressão «aqui há gato» foi o que deu mote a dúvidas de alguns moradores do designado Bairro dos Pescadores, em Caminha, quando háà uma semana atrás receberem uma carta registada convocando-os para uma reunião para resolver questões relacionadas com o condomínio.

A suspeita surgiu porque anteriormente não tinham sido chamados para decidir nada quanto a este assunto. Aliás, o que aconteceu, e já lá vão cerca de dois anos, foi um encontro entre proprietários, município de Caminha e uma instituição em que se pretendia fornecer informações aos proprietários na constituição e administração de condomínios. Mas, assim ficou … e até à data nada mais houve a acrescentar!

Na semana passada, as pessoas residentes neste bairro que optaram pela compra do imóvel receberam uma carta que tinha como remetente a Rua Eça de Queirós, nº 14 – 4900-432 Viana do Castelo, «convocando-os» para uma reunião no dia 17 deste mês na sede da Junta de Freguesia de Caminha e Vilarelho. Essa mesma carta realçava que ao abrigo do artigo 1432º do Código Civil a ordem de trabalhos seria a seguinte: eleição da administração do condomínio para o período de 1 de Julho do corrente ano a 30 de Junho do próximo ano; apresentação e aprovação do orçamento para o período referido e, ainda, discussão de assuntos de interesse do edifício.

De referir, ainda, que a aludida carta termina com uma assinatura ilegível e no verso consta um género de ficha para os proprietários preencherem com os seus dados. Mais:  era advertido que «não se verificando as condições referidas a nova assembleia poderá deliberar por maioria dos votos dos proprietários presentes desde que constituem um quarto do capital total do condomínio nos termos do nº 4 do citado artigo 1432º do Código Civil».

No entanto, um morador contactou a Junta de Freguesia de Caminha e Vilarelho que, ao tomar conhecimento da informação, mostrou-se algo surpreendida. Na tarde da passada 5ª feira, dia 15 de Junho, a autarquia emitiu um comunicado dirigido aos proprietários do bairro social em que referia que «a reunião para a constituição de condomínio do bairro social de Caminha convocada não foi solicitada pela Junta de Freguesia, nem esta entidade participou em nenhuma informação para a realização da mesma».

O Minho Digital procurou, através da morada referenciada na dita carta, encontrar um contacto telefónico mas, surpreendentemente, não surgiu qualquer registo.

Será mesmo como os proprietários dizem: «aqui há gato …».  Se  a Junta de Freguesia não tinha conhecimento e nem tenha cedido as suas instalações para a dita reunião, onde seria?!

Mais estranho é quando no dia de ontem se ficou a saber que a dita reunião é promovida pelo ERu, entidade que substitui o antigo IGAPHe. Estranho, quando hoje os proprietários recebem uma nova carta e já identificada como sendo de uma empresa de condomínios, com nome ‘Conde d’Amorosa’, em que convocam os proprietários para uma Assembleia Ordinária com a ordem de trabalhos já referida mas em outro local, na morada de um proprietário do Bairro Social. No entanto, esta última carta já vem identificada e assinada pela administração da dita empresa de condomínios com morada em Viana do Castelo.

Alguns moradores estão indignados com a forma como este assunto se desenrola e perguntam: quem escolheu esta dita empresa de condomínios?