Compre já a nova edição do livro MINHO CONNECTION

Campanha de proximidade nos Arcos para captar eleitorado pelas diferenças

A campanha autárquica, entre comícios, arruadas e ações em mercados e feiras, está a destapar algumas diferenças entre as forças políticas concorrentes às eleições do próximo dia 1 de outubro.

O PSD tem “picado” o PS, o CDS e a CDU por causa do reduzido número de candidaturas que estas forças estão a protagonizar às assembleias de freguesia, mas a oposição vê no ataque uma prova de fraqueza da maioria por esta não querer suscitar o debate de ideias sobre o futuro de Arcos de Valdevez.

O dia de arranque da campanha oficial, no pretérito 19 de setembro, foi o momento “anti-geringonça”, com a comitiva do PSD, em arruada, a percorrer a vila de Arcos de Valdevez, tendo como convidado de honra o presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, que, na sede (de candidatura) acabada de inaugurar, elogiou a “herança” e a “forte adesão da população arcuense às propostas do partido que tem permitido o desenvolvimento económico e social dos Arcos”.

Com o acento tónico nas diferenças, o partido que é poder nos Arcos há 41 anos tem vindo a acentuar o exemplo de “proximidade que é concorrer a todas as assembleias de freguesia”, por antítese aos partidos da oposição que “se afastaram da população”, denuncia João Manuel Esteves.

PUB

Por isso, segundo o PSD, “no dia 1 de outubro, é muito importante escolhermos aqueles que nos dão mais confiança e mais credibilidade, e que têm trabalho feito, […] para continuarmos a promover o desenvolvimento, a educação, o emprego, o investimento e o turismo”, exortou o recandidato social-democrata à Câmara, apelo que, em tom coloquial e ao toque de concertina (dedilhada por jovens), foi repetindo na feira quinzenal de 27 de setembro, através do impreterível “há que ir pôr a cruz no domingo”.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Enquanto isso, a oposição vê no slogan social-democrata – “A construir o futuro” – uma contradição em relação ao presente que PS, CDS e CDU dizem hipotecado pelo “despovoamento”, pela “baixa natalidade”, pela “precariedade”, pela “estagnação da economia” e pela “desigualdade de oportunidades”.

PUB

A puxar pelo seu “ADN”, o PS refere que um dos aspetos distintivos do modelo de governação socialista reside no espírito “descentralizador”: “mais poderes e mais meios para as juntas” e “participação das comunidades nas opções autárquicas”, ao estilo de uma “administração aberta e participada”, defende Dora Brandão, que tem ouvido “palavras de encorajamento” por parte do “eleitorado descontente”, a quem tem pedido para “comparar listas e projetos”.

A “proximidade” ao Governo Central tem sido um trunfo repetido pela candidatura socialista que, “sem hostilizar o poder local em funções”, organizou, em semanas recentes, encontros de trabalho com destacados governantes, casos de Ana Catarina Mendes e de João Pedro Matos Fernandes, secretária-geral adjunta e ministro do Ambiente, respetivamente. Também as instituições locais, como a ACIAB e a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Arcos de Valdevez, têm estado no radar dos socialistas, que defendem o “impulso da atividade económica” (comércio e indústria) e a consagração do “estatuto social do bombeiro”, adiado “há dois anos”.

PUB

Entretanto, o CDS, que tem apostado, também, numa campanha de proximidade, diz avançar com “medidas necessárias para transformar Arcos de Valdevez num concelho dinâmico e virado para o futuro”, em áreas como a “gestão territorial”, o “urbanismo”, as “infraestruturas viárias”, a “ação social”, o “desporto”, as “finanças”, o “comércio”, o “turismo” e o “setor agroflorestal”.

PUB

O recandidato centrista à Câmara, Fernando Fonseca, propõe-se “fazer melhor” e para isso conta com a “participação cívica dos arcuenses” através da “apresentação de ideias, projetos e soluções”, para inverter os “índices de desenvolvimento que estão a 60% da média nacional” e o “rendimento per capita que está quase na cauda do distrito de Viana do Castelo”.

Já a CDU tem insistido na “manifesta desigualdade de meios de campanha ao dispor das diversas candidaturas” e no “medo que grassa entre as pessoas relativamente a qualquer intervenção política que seja contrária ao poder instituído”, segundo sublinha Filipe Faro.

Para a CDU, “é imperioso […] defender a democracia […] e mudar de rumo” e, neste contexto, “quem nunca votou” na coligação tem, agora, “oportunidade de apoiar um projeto de futuro próspero e de maior bem-estar para Arcos de Valdevez”, conclui Faro.

Novidade no “xadrez” político arcuense é a candidatura do PDR à Assembleia Municipal. O cabeça-de-lista Filipe Leite da Costa propõe como medidas principais a racionalização das transferências do Município, o alargamento da gratuitidade dos manuais escolares até ao 9.º ano, a introdução de alterações urgentes ao Plano Diretor Municipal, a articulação entre a oferta do ensino profissional e o tecido empresarial existente, o reforço das políticas de prevenção de incêndios e a fiscalização de crimes ambientais.

Com a campanha na reta final, o PSD espera fazer jus ao epíteto de “grande bastião” laranja no Alto Minho, enquanto os partidos da oposição reclamam uma “primeira oportunidade” para que, daqui a quatro anos, os arcuenses possam comparar os resultados desta hipotética nova gestão com o legado do PSD.

 

PUB
  Partilhar este artigo
geral@minhodigital.pt
  Partilhar este artigo
PUB
📌 Mais dos Arcos
PUB

Junte-se a nós todas as semanas