Editorial

#CANCELAMENTO
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Rita Costa

Rita Costa

Estudante Universitária

 

Ultimamente tem-se ouvido muito falar em “cultura do cancelamento”. Na verdade, sempre existiu. Mas a internet e as “redes sociais” vieram redefini-lo. Mas vamos lá ver uma coisa.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Vivemos mais que nunca numa sociedade “woke”. Temos consciência de que estamos longe de ser uma sociedade “perfeita”. Mas, aí, o “cancelamento” é importante se for utilizado como ferramenta de evolução, no sentido daquilo que deve ser a igualdade, o respeito e a justiça social.

Contudo, hoje é mais fácil que nunca #cancelar. Um simples post facilmente ganha proporções gigantescas. O problema está na desinformação. A propósito dos protestos que foram surgindo no âmbito da morte, às mãos da polícia, de George Floyd, nos EUA, inúmeras estátuas foram vandalizadas, incluindo a do Pe. António Vieira, em Lisboa. “DESCOLONIZA”. Sim, o Padre António Vieira que, num momento em que a Inquisição fazia marcação cerrada, apelava à abolição da escravatura e à libertação dos povos indígenas… Quando andei no secundário, o “Sermão de Santo António aos Peixes” ainda fazia parte do currículo da disciplina de Português…

O problema da “cultura do cancelamento” não está no cancelamento, mas no facto de se ter tornado “cultura”. Por vezes, a natureza destes atos não está na crença de aquilo que se está a tentar “cancelar” está mesmo errado. Mas na vontade de criticar simplesmente “porque sim”. Daí que, na maior parte das vezes, não serve desconstruirmos o pensamento dessa pessoa com argumentos válidos. Se tal servisse de alguma coisa, uma pesquisa rápida no google punha fim à ideia.

Não que isso retire importância à educação – histórica, ética, democrática e cívica. Aliás, não é deitando abaixo uma estátua ou um monumento que se apaga a História. Muito pelo contrário: que se fala dele, mas que se conte a história completa. Que seja esse o lembrete necessário e perpétuo de que, algumas coisas que estão no passado, não podem voltar a acontecer. Se não fosse assim, para que raio serviria a História?

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