Editorial

Celibato, sim ou não
Zita Leal

Zita Leal

Quase me apetece dizer como aqueles seres pensantes que não querem comprometer-se: “ é um não assunto “.

Estaria resolvida a minha intromissão em algo que não me diz respeito e o espaço mental que ainda teima em se ocupar ficaria disponível para comentar desfiles de moda, filmes felizes, vidas de famosos, etc. Mas não consigo deixar de andar contra a corrente.

Devo confessar que nunca aceitei a exigência humana de homens de Fé serem impedidos de terem uma companheira, filhos, netos porque sem estes laços familiares estariam mais disponíveis para ajudar os paroquianos a crescerem na fé e no amor a Cristo. Não foi um preceito estipulado pelo Filho de Deus, já que escolheu para seus companheiros homens com mulher e filhos. Essa exigência absurda veio mais tarde arquitectada ao arrepio da doutrina cristã. Ainda se mantém e espero que o Papa Francisco não morra antes de ver aprovada uma mudança que se impõe e que ele inteligentemente advoga.

O papel dos padres católicos junto dos irmãos na Fé é o mesmo que o papel dos pastores evangélicos. Ambos ministram sacramentos, ambos amparam, ambos cuidam das almas dos irmãos e só aos padres é negado o calor do abraço feminino, o conforto de um regaço de mulher, os primeiros beijinhos de um filho, porquê?

É urgente a liberdade de querer ter companheira ou não, de escolher gerar filhos ou não, de querer partilhar o corpo com o Outro ou não. Deixem os sacerdotes serem livres de viver e certamente serão sacerdotes mais felizes!

2 comentários

  1. Muito bem!
    Penso que este Papa tem contribuído, de forma significativa, para a assunção pública da necessidade de reflexão em torno de esta e de outras questões problemáticas no contexto da Igreja.
    Este artigo é mais passo, nesse processo.

  2. Quando decidem ser sacerdotes sabem que renunciam, livremente, a constituir um lar. Os apóstolos que eram casados deixaram tudo para se entregarem exclusivamente à evangelização. Se o problema são os sacerdotes (seres humanos, pecadores como todos nós) e a pedofilia, deveremos então concluir que não existe pedofilia fora da Igreja Católica! Queremos homens (seres humanos) responsáveis e coerentes, ou gente “que vai com as modas”?!

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