Editorial

A censura rasca à ‘A Aurora do Lima’
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Manso Preto

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Há diversas formas de censura e manipulação: as subtis, as subliminares, as directas ou indirectas por parte de pessoas ou agentes económicos e … as mais grosseiras. Todas elas condenáveis.

Um conhecido quiosque, na zona histórica de Viana do Castelo,  onde desde há décadas me habituei a comprar os jornais, envolveu-se há cerca de 3 semanas num episódio a todos os títulos condenável. Há uns anos com nova gerência, eventualmente pouco dada às letras e à ciência do conhecimento, e reconheço agora com pouca educação, enorme insensibilidade e falta de respeito pelo segundo jornal mais antigo do país, a velhinha ‘A Aurora do Lima’ nos seus 162 anos de autêntico serviço público viu-se arredada das bancas, provavelmente atirada rispidamente para um canto.

Ou seja, deixou de estar exposta em cima da banca e «não está à venda» para quem semanalmente procura este jornal regional que, por mérito dos seus saudosos fundadores, directores e colaboradores, faz parte do íntimo de milhares de vianenses de várias gerações e com forte penetração na comunidade emigrante. Isto, diz tudo do seu valor.

Sabemos que, ao final do mês, as remessas antes entregues, foram devolvidas tal como chegaram, isto sem qualquer explicação por parte da gerência do quiosque junto da direcção/administração do jornal. Foi o próprio jornal que trouxe a público, numa pequena nota, este estranho acontecimento, mas nem assim lhe foi dada posteriormente qualquer explicação. Nem num simples telefonema!

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Perante este acto premeditado, a gerência, provavelmente, terá jubilado e pensado, seguramente, ter sido merecedora do ungido de um qualquer Deus! Ou então – sei lá! – ter sido inspirada no misticismo que junta habitualmente os profissionais do oculto, entre videntes, cartomantes e bruxos mais as suas mezinhas que têm comércio garantido lá para as bandas de Vilar de Perdizes. Restará ainda, ao novo censor, esconjurar os demónios que pelos vistos podem fazer perigar as previsões dos seus negócios, comunitariamente a fundo perdido ou não…

Imagino as pérolas que se lhe terá escapado à gerência por tanto ter tardado em manifestar tão empenhada falta de dedicação e lhaneza de trato à velhinha ‘Aurora’ (o segundo jornal mais antigo do país), com um gesto tão tocante como extremoso…

Cá para mim, dou de barato que de cabeças destas, seja lícito esperar qualquer coisa, excepto coisas que façam sentido à luz do conhecimento acumulado após o Paleolítico Superior. Mas esperar que compreendam isso, talvez seja em vão…

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