Cine Teatro João Verde recebeu o “milagre” da Senhora

Senhora dos Milagres

A lenda da Senhora dos Milagres permitiu encher aquele espaço cultural 12 anos depois de ter sido recriada pela primeira vez. Inserido no projecto “Lendas do Alto Minho”, promovido pela CIM Alto Minho e pela Companhia de Teatro “Comédias do Minho”, a Filarmónica Milagrense, a Banda Musical de Monção e o grupo “Os Teimosos” homenagearam os responsáveis da construção do Santuário da Senhora dos Milagres. O texto é da autoria de José Miguel Braga e encenação de Rui Mendonça.


“Em 2003 fizemos o trabalho de pesquisa, levantamento dos factos e acontecimentos que pudessem dar lugar a uma dramaturgia”, revelava o bracarense José Miguel Braga. Nessa altura reuniram diversas pessoas, que ajudaram a recriar a lenda em pleno espaço público. Ali fez-se “também um milagre”. “Ao levantarmos a lenda, ao pô-la de pé envolvemos toda a comunidade. No dia do espectáculo havia centenas de pessoas a assistir”, conta o autor.
Se há 12 anos a representação iniciou-se nas ruínas da casa do Sopegal. No Cineteatro, a peça inicia-se com o narrador a contar a história da família Pereira de Castro. A Banda Musical de Monção e o grupo “Os Teimosos” interpretam o hino dos Milagres.
“Houve alterações à dramaturgia quer da minha parte quer pela encenação para adaptar o espectáculo que foi feito num espaço fechado”. Lembrando que “a dramaturgia é a base”, José Miguel Braga salientava que “tiveram de fazer opções”, no entanto frisava que “a história está bem contada”.
Como família da alta burguesia tinham por hábito a realização de festas na habitação. Numa noite, reúnem diversos convidados e a um dado momento, o filho Damião provoca a ira da mãe. Obrigando-a a desejar que ficasse imobilizado. E tal aconteceu. O pequeno lá ficou grande parte da peça sem poder mexer-se até que “se dá o milagre”. Como pagamento iniciam a construção do santuário, que foi terminado por Damião Pereira de Castro em 1602.
O teatro comunitário nos Milagres nasceu, segundo José Miguel Braga em 2003 aquando daquela representação. “Os milagres no teatro acontecem. E os milagres acontecem quando as pessoas se juntam para tornar vivo algo que faz parte da história”.
Um dos atores da Filarmónica Milagrense ofereceu uma Senhora dos Milagres ao autor por conseguir “imortalizar a nossa história”. Ilídio Castro agradecia ao autor por ter conseguido “colocar no centro o nosso templo”.
Sem planos para futuro, o dramaturgo sabe que há matéria, que se pode levantar e dar origem a uma peça. “São trabalhos muito difíceis, mas isto foi possível porque houve energia colectiva. Foi por isso que foi possível dar corpo a esta história”.

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