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Jorge VER de Melo
Professor Universitário
(Aposentado)
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Os nossos deputados aprovaram para discussão a proposta lei nº 109/XIV/ 2.º que pretende estabelecer limites para os preços dos combustíveis em Portugal.
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Vamos ver o que sai dali, mas não deixa de ser embaraçoso para os parlamentares só agora acordarem perante um empecilho tão evidente para o crescimento do país.
Nestas coisas, só com factos conseguimos desembrulhar este gigantesco prejuízo.
Então vejamos o que está a acontecer com os combustíveis neste momento:
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Em Espanha
- A gasolina 95 simples custa 1,452€. 31º mais cara a nível global;
- O gasóleo simples 1,377€. 33º mais caro a nível global;
- E a botija de gás de 11kg 14,19€.
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Em Portugal
- A gasolina 95 simples custa 1,777€. Mais cara 0,325€ do que a espanhola. 13º a nível global;
- O gasóleo simples 1,601€. Mais caro 0,224€ do que a espanhola. 15º a nível global;
- E a botija de gás de 11kg 25,88€. Cerca de 47% mais elevado do que o espanhol.
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Esta situação tem permanecido mais ou menos estável, ou seja, com as mesmas percentagens de diferença entre os preços portugueses e os espanhóis.
Portugal além de possuir o agravamento nos custos do produto interno bruto, acrescenta ainda o prejuízo de todos os veículos que se abastecem em Espanha.
Situação que representa a fuga de muitos milhões de euros diariamente, pois todos os veículos das empresas e dos particulares que circulem próximo ou através das fronteiras aproveitam as diferenças de preços para se reabastecerem onde é mais barato.
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Tudo isto acontece por incompetência de quem governa. Não é preciso ser grande estratega de marketing para se aperceber que, ao pretenderem manter os preços mais elevados do que em Espanha, era fundamental diminuir ao seu valor de venda conforme a proximidade das fronteiras.
Claro que só se apercebem dessas coisas quem tem preparação prática na lida dos negócios. Quem governa estas coisas são políticos que na generalidade nem a casa deles governaram alguma vez, portanto apenas sabem manipular os truques da política, que também tem a sua ciência, mas orientar preços e mercados calculando de imediato onde está o lucro ou o prejuízo, não é para eles.
Apenas sabem que se despedirem muitos funcionários têm que pagar menos ao fim do mês, em lugar de reciclarem os melhores, aqueles que durante muitos anos contribuíram para a sustentabilidade de todos os outros que viam apenas passar o tempo sem serem capazes de observar o tamanho prejuízo que estavam a causar às empresas e consequentemente ao seu próprio emprego.
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Estas coisas estão muito relacionadas com o civismo de cada um. Também com a sensibilidade humana que equilibra as atitudes sempre baseadas numa postura bipolar, observando o lado de quem manda, mas também o lado de quem é mandado.
São posturas não acessíveis a todos, por isso existem os que conseguem objetivos estáveis e duradoiros e aqueles que vivem da confusão e dos truques instáveis, prejudiciais a todos, inclusivamente a eles próprios.
Tudo acontece devido à ganância humana onde mais vale parecer do que ser.
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Há que aguardar pela formação dos nossos jovens, com outra forma de ver a vida, talvez mais equilibrada, acompanhada do tremendo esforço necessário para vencer neste país.
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Será que só os mais arrojados resistem?
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Os restantes não têm paciência para esperar e fogem para outros países que também necessitam deles. Só que aí são respeitados, tratam-nos de forma mais justa e com vencimentos mais compatíveis com as suas competências.
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Ou será que continuamos com as cunhas deste ou daquele que apenas servem para provocar enormes prejuízos a todos nós?
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Aguardemos o futuro…