Editorial

Como os nossos estudantes escolhem o futuro
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Jorge VER de Melo

Nesta época do ano é vulgar vermos os jovens estudantes que se encontram no fim do secundário, preocupados com as escolhas dos cursos universitários ou profissionais, pois o seu futuro depende fundamentalmente dessa escolha.

Até ao momento, não foram devidamente preparados para ponderar a profissão que será o seu sucesso ou insucesso durante o resto da vida. Claro que uma má escolha não é irremediável se existir coragem suficiente para mudar. Se necessário, estará sempre a tempo e será melhor do que ficar eternamente frustrado.

Há quatro questões relacionadas com a educação que os nossos dirigentes políticos pouco ou nada mostram preocupar-se, são elas:

  • A verdadeira educação para a Cidadania, tão importante como a Matemática, o Português ou a História;
  • Uma completa preparação dos alunos para a Escolha do futuro profissional.
  • A Sustentabilidade será outra disciplina, baseada na Matemática que os deverá preparar de forma muito mais realista para o futuro. Aprender como ganhar e só depois gastar o lucro do vencimento.
  • E a Criatividade para serem capazes de resolver os seus problemas, os das empresas onde trabalham e conseguirem sentir a necessidade da presença artística. O homem não pode ser um animal espartilhado, mas sim, sonhador a ponto de conseguir evoluir tão rapidamente quanto a tecnologia e a sociedade o exigem.

Esta coisa de lidarmos quase permanentemente com situações virtuais, leva a que as crianças e de certa forma alguns adultos, entendam a vida como coisa de ficção, sem resultados reais para eles. Observem-se algumas reações perante algo tão grave como a pandemia.

Isto não quer dizer que devemos limitar as suas escolhas, antes pelo contrário, devemos sim informa-los até à exaustão, das capacidades que possuem e das tendências do mercado de trabalho relativamente àquilo que entenderem ser a profissão desejada.

Desde a nascença devem os responsáveis começar a observar quais as tendências da criança e estimular, sempre que possível, o seu desenvolvimento. Podem estar errados, mas é o único princípio que os poderá conduzir para uma escolha certa.

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Como sabem, mais de 50% das crianças escolhem ser jogador de futebol ou artista do espetáculo, não pensando que todo o sucesso dos mais mediáticos foi alcançado à custa de muito esforço e trabalho não só exaustivo, mas também contínuo para se conservarem no topo da fama.

Não podemos esquecer que de acordo com o sucesso de cada profissional, a pessoa vai sendo cada vez mais afastada da instituição familiar por falta de tempo. Nessas profissões mais mediáticas conta particularmente a forma física, tanto no aspeto visual como na destreza que se vão perdendo com a idade.

Essa é a razão pela qual os jogadores de futebol e de outros desportos têm um período profissional muito curto, só assim se justificam os lautos vencimentos recebidos.

Quer acreditem ou não, o segredo estará sempre relacionado com a expressão:

– Queimar as pestanas. Que significa, estudar muito. Esta expressão usa-se particularmente durante os estudos e vai ser fundamental durante toda a vida.

Então como surgiu, queimar as pestanas?

Antes da invenção da luz elétrica, recorria-se às velas ou às lamparinas para a iluminação. Ora quem tinha que ler muito, estava mais tempo exposto às chamas desse tipo de aparelhos e por isso queimavam, por vezes, as pestanas.

Sem dúvida que estas quatro disciplinas: Cidadania, Escolha do futuro, Sustentabilidade e Criatividade, são realmente fundamentais para o crescimento dos nossos descendentes e por consequência do nosso país, a longo prazo…

Não esqueçamos que a imposição da aprendizagem precipitada de disciplinas clássicas, embora necessárias, só mais tarde e com mais maturidade os alunos lhes poderão atribuir o devido valor, quando não, considerarão sempre uma seca, uma chatice!…

Será que os nossos políticos estarão sensíveis a uma evolução tão realista do ensino?

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