Editorial

Conceito de amizade
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Jorge VER de Melo

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Jorge Melo

Consultor de Comunicação

Preocupa-nos imenso a vulgaridade dada a um sentimento muito bonito que está a deturpar o seu real valor,” a amizade”.

Ainda nos recordamos dos problemas que tínhamos na nossa juventude porque qualquer pessoa que nos agradasse pela sua simpatia logo era considerada amiga, esta situação punha os nossos pais de cabelos em pé pelos receios dos perigos que a sua natural experiência de vida alertava.

Claro está que naquele tempo, este papel dos educadores era rapidamente esquecido por todos nós sendo até considerado inconveniente pois limitava a liberdade de desfrutar com alguma leviandade essa nossa ingenuidade.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Os anos foram passando e acabamos por verificar, pelas deceções acontecidas, que afinal eles até tinham razão. Mas estas experiências deram-nos muita maturidade e funcionaram como aprendizagem para o bom e mais acertado funcionamento social.

Vamos então propor uma definição rebuscada de amizade como conceito; “é uma relação afetiva entre os indivíduos”.

Ora esta postura exige reciprocidade, partilha e até prontidão na presença quando necessária.

Pensamos que tudo isto raras vezes é lembrado e aplicado nas vulgares amizades das redes sociais. Essa é a razão que nos alerta para a banal forma como aplicamos essa palavra.

Temos que a repensar pois o seu significado está cada vez mais a confundir-se com o facto de conhecermos alguém por quem nutrimos alguma simpatia semelhante à que acontecia na nossa juventude.

Não podemos ser demasiado reservados, mas temos que ponderar mais seriamente quais as pessoas que devemos aceitar como amigos, mesmo nas redes sociais.

Esta nova forma de comunicação é extremamente útil pela troca de conhecimentos, de culturas e até de oportunidades, mas é recheada de perigos que permanentemente surgem quase do nada mas que podem precipitar a vida das pessoas para abismos terríveis.

Já agora aproveitamos a oportunidade para lembrar o quanto é perigosa a última moda de jogo nas novas redes sociais; “jogo da baleia azul.” Este jogo surgiu na Rússia e está a espalhar-se por todo o globo. Iniciou baseado em falsas notícias que divulgavam um caos socioeconómico colocando o futuro desta juventude num beco sem saída.

Aparece nesses locais virtuais por divulgação das tais amizades com 50 desafios que convencem os jovens jogadores com propostas quase hipnóticas, além de outros disparates, a deceparem os seus próprios membros e até a suicidarem-se. É também bastante preocupante o facto de esta juventude, ingenuamente, ir aceitando as soluções deste mesmo jogo como fim ideal para a sua própria vida.

Oh jogos inofensivos da minha juventude! Os berlindes, as escondidas, as cordas, a macaca, os carrinhos de rolamentos, o pião, etc. Praticava-se exercício físico, criavam-se verdadeiras e duradoiras amizades desfrutando da natureza e respirando o oxigénio puro que nunca pode existir dentro de casa.

Já agora e por falarmos em amizade, devemos felicitar com um grande abraço o nosso amigo e Diretor José Luís Manso Preto e toda a sua equipe pela centésima edição do Minho Digital. Afinal isto vai indo e progredindo, felicidades e boas notícias para as próximas cem edições.

 

 

 

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