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Concentração de Professores em Viana do Castelo

“Juntos tomamos decisões”, foi uma das palavras de ordem mais ouvidas.

Ontem, dia 4 de Outubro, pelas 11:30 horas, na Praça da República, na cidade de Viana do Castelo, cerca de uma centena de professores manifestaram-se contra a alegada intransigência do Ministério da Educação em «não contabilizar cerca de um quarto do nosso trabalho (9 Anos, 4 Meses e 2 Dias)».

 

Durante as intervenções, Paulo Lima do SIPE, chamou a atenção para o facto, de que «há um ano, como agora, os professores reclamavam por 9 anos, 4 meses e 2 dias e a 18 de Novembro, em frente à Assembleia da República onde se selou um compromisso e se aprovou um Orçamento de Estado!» E interrogam-se: «Quem, em momento algum, falou de 7 anos?»

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O dirigente sindical salientou ainda que, em «termos pragmáticos e bem objectivos, a restante administração pública vai recuperar 7 anos da sua carreira e os professores 2 anos, 9 meses e 18 dias». Comparar o tamanho dos escalões, «é mesmo atirar areia para os nossos olhos!» Paulo Lima  assegurou que no passado dia 7 de Setembro, no final da reunião com os sindicatos, o Ministério «anunciava que a 1 de janeiro os professores iriam ter direito às suas migalhas… MENTIROSOS!!!» E enfatizou que «quem mente assim, irá mentir sempre, enganar sempre e fazer de nós parvos».

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Por seu turno, Conceição Liquito, do SPN, chamou a atenção para o facto de muitas escolas do distrito terem «fechado as portas» neste dia de greve. Esta dirigente enalteceu, ainda, o trabalho feito pela plataforma no distrito de Viana do Castelo, o que um dos professores considerou ser «um grande momento de união sindical»!

Rosa Máximo do SPZN afirmou, pelo seu lado, que este «é o momento de todos os professores aderirem a este movimento e que esta luta não pode ser sempre dos mesmos! Sejam deste ou daquele sindicato, mas sejam sindicalizados». Enalteceu também o facto de os professores e educadores formarem todos os sectores da sociedade, intervenção que mereceu um grande aplauso de todos os presentes. Lamentou ainda, o último estudo da OCDE que diz que os professores são dos licenciados mais bem pagos do País.

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Um dos presentes lembrou que os professores do Continente e Região Autónoma dos Açores são tão portugueses, à luz da Constituição, como os professores da Região Autónoma da Madeira que «irão ver o seu tempo todo recuperado»! Uma outra professora referiu o facto de os docentes contratados, com horário incompleto, estarem a ser «discriminados», nos seus descontos para a Segurança Social.

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Depois da Plataforma de Sindicatos ter realizado, vários plenários pelas escolas do País, com o intuito de esclarecer os docentes sobre a «posição intransigente» do Ministério da Educação relativa à recuperação total do tempo de serviço dos professores e discutir formas de luta com vista ao descongelamento do tempo total (nove anos, quatro meses e dois dias), realizaram-se, desde o início desta semana, greves Regionais com uma «forte adesão». Hoje, dia 5, Dia Mundial do Professor, realiza-se em Lisboa  uma Manifestação de Professores às 15:00 horas, na Alameda Afonso Henriques.

Na semana de entrega do Orçamento de Estado 2019, irão ser levadas a cabo outras iniciativas,  de forma a pressionar o Governo e os Partidos Políticos a cumprirem a Resolução n.º 1 da Assembleia da República, a Lei do orçamento de Estado e o acordo feito com os Sindicatos.

Já no fim da manifestação, em declarações exclusivas ao Minho Digital, Paulo Lima do SIPE afirmou que «esta recuperação de tempo de serviço é fundamental para toda a classe docente, tendo em vista a progressão na carreira, permitindo atingir os escalões mais elevados, a conversão de tempo de serviço para aposentação, ou a sua utilização para ultrapassar os 4.º e 6.º escalões». Lembrou ainda que «os nove anos, quatro meses e dois dias de congelamento, os quatro anos perdidos de transição entre carreiras e todos os anos em que ficamos parados nos 4.º e 6.º escalões, perfazem no mínimo um total de 16 anos que não são contabilizados». No seu entender «na prática, é quase impossível um docente atingir os escalões médios da carreira». Recordou, também, que Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada «fizeram-nos acreditar que o ECD, regulado pelo dec lei 75/2010, ia de encontro ao que os professores queriam, acabando com a carreira de professor titular… mas discretamente puseram dois muros gigantescos para quem já tinha sofrido, com tanta falcatrua, na transição entre carreiras!»

O dirigente sindical realçou que «sabemos todos quem são esses super lesados professores!»  Referiu, ainda, que «nas dezenas de plenários realizados, os professores deixaram bem claro que consideram uma grande falta de respeito a difamação da imagem dos professores, junto da opinião pública, levada a cabo quer pelo Governo, quer por algumas figuras políticas!»

 

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