Congressos ou aclamação?

Realizou o Partido Socialista os seus Congressos Federativos para sufragar os presidentes eleitos em votação prévia para o efeito e as listas de delegados ao Congresso com a finalidade de votar as Listas que se apresentaram aos Órgãos existentes em cada Federação e… discutir e aprovar documentos do interesse local e nacional no domínio das politicas a implementar e das estratégias a usar para o seu sucesso.

Uma prática que é suposto ser o epicentro do acontecimento – o Congresso – em qualquer organização política.

Nesse sentido, um Congresso Federativo é a reunião magna da estrutura política local representativa da base social partidária em que assenta a organização estrutural da representação nacional, onde para além da eleição dos seus Órgãos Colegiais, deveria ser também, uma reunião de análise e discussão conclusivas do presente e do futuro político das populações no âmbito dos enquadramentos político e geopolítico dos partidos em sintonia com as responsabilidades eleitorais assumidas nas eleições Autárquicas de 26 de Setembro de 2021 e nas eleições legislativas de 30 de janeiro de 2022 sendo que, nas eleições Legislativas o eleitorado mandatou o Partido Socialista com uma maioria absoluta para uma legislatura.

Maioria essa que não pode ser encarada como exercício corrente de vontade absoluta, ou algo de similar.

Antes pelo contrário.

Deve ser sinónimo de mandato com responsabilidade política absoluta para a defesa intransigente dos superiores interesses do Estado e da Nação através da implementação de políticas e da execução de reformas estruturais que respondam às necessidades e anseios das populações locais em que a constante melhoria das condições de vida assume ser o mote de toda a intervenção e da ação política no espectro socio económico da esquerda democrática.

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Responsabilidade idêntica deveriam ter todas as maiorias Municipais conquistadas por forças políticas, seja qual for a sua índole ideológica, na assunção das responsabilidades inerentes a promessas feitas no programa eleitoral sufragado suporte para as ferramentas politicas e financeiras a submeter à aprovação da Assembleia Municipal e, posteriormente, a implementar.

No tocante às Assembleias de Freguesia é sabido que o seu quadro de intervenção junto das populações difere consoante o número de eleitores, localização e outros sendo que, a articulação do interesse Municipal se sobrepõe e condiciona o seu desempenho.

Quando na oposição, deveriam as forças políticas dar mostra de maturidade nas diretrizes emanadas pelo Congresso depois de discutidas e aprovadas, de forma a contribuírem para a solução dos problemas das pessoas e não, em fazerem parte dos problemas a solucionar.

No entanto, por condicionalismos conjunturais diversos, esta tarefa tem tido dificuldades inesperadas que não se podem omitir ou sequer disfarçar.
A atual situação é por demais complexa tanto no panorama local, nacional, como no panorama internacional.

Assistimos ao desarticular de setores chave como o são; a educação; a saúde; a justiça; e outros; por motivos difusos nunca suficientemente esclarecidos pelas partes envolvidas, publicas e privadas, e de que resulta prejuízo maioritário das populações e no benefício de interesses económicos instalados com o Estado a servir de entidade financiadora.

Importa por isso olhar a atual situação com desapego, mas, acima de tudo, com responsabilidade porque a retórica não dá o dinheiro necessário para se poder viver com dignidade e o otimismo não alimenta as pessoas.

Mas, a assunção das responsabilidades inerentes aos desafios que se colocam, dignifica os intervenientes; dá mostra do seu caráter; e da sua honra;

Nos panoramas local e nacional não se pode sonegar:

  • O aumento das assimetrias sociais;
  • O aumento dos índices de pobreza associada ao aumento da inflação monitorizada por malabarismos económicos de repercussão internacional e que o Orçamento Geral do Estado não acompanha naquilo que são necessidades das pessoas que compõe os tecidos sociais: o trabalho dependente, os pequenos e médios empresários, as famílias com carências económicas;
  • Os recuos na defesa multidisciplinar do meio ambiente sustentável;
  • A perda de qualidade no Serviço Nacional de Saúde;
  • A Segurança Social no argumento da sua sustentabilidade financeira em favor de seguradoras com os plafonds contributivos e a despesa escondidos e aonde a banca assume papel de relevo no espectro do negócio da saúde e dos seguros;
  • A escola pública sob pressão de interesses financeiros privados cujas consequências anticonstitucionais seriam impeditivas do acesso dos mais pobres ao ensino;
  • A inexistência de uma verdadeira rede de transportes públicos que permita a mobilidade plena com especial enfase para a ferrovia;
  • A resposta aos problemas da juventude em domínios como o emprego;
  • A habitação; e demais condições de vida com estabilidade suficiente para enfrentar um futuro que a cada dia que passa se apresenta mais sombrio;
  • as alterações climáticas e os seus efeitos na agricultura e na vida das pessoas;
  • A desertificação das freguesias e do interior do País por inexistência de infraestruras que proporcionem às populações a sua fixação;Em conclusão; todos sabemos que sucintamente as preocupações das pessoas são preocupações coletivas enquanto cidadãos comuns num mundo em convulsão onde os Partidos Políticos devem ter como prioridades sociais combater:
  • A Inflação crescente que já atinge os dois dígitos;
  • Os baixos salários;
  • As pensões de reforma que assegurem dignidade de vida a todos os pensionistas;
  • A falta de habitação;
  • A estabilidade no emprego;
  • O apoio às famílias com crianças com menos de três anos de idade;
  • O apoio social;
  • A problemática dos cuidadores informais que abandonam a sua vida para a dedicarem aos seus sem apoios nem salário;
  • A tributação dos lucros escandalosos que nos mostram o oportunismo casuístico das nossas dificuldades coletivas na procura de bens essenciais e as dificuldades com a pobreza extrema crescente resultante;

 

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Ora, o que acontece em cada Congresso de todas as organizações políticas, não é mais do que a aclamação dos eleitos e dos intervenientes porque depois será a “maquina partidária” a decidir as politicas relegando para a subalternização as suas bases sociais de apoio.

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