CONTRIBUTOS PARA A HISTÓRIA (10): Recordando Abril de 1974, em Dezembro de 1975

 

 

 

Escritor d’ Aldeia

 

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Henry Kissinger e Timor-Leste.

Os nossos militares e os políticos deste ano de 1975 – devido ao 25/A/1974 em Portugal – abandonaram o povo de Timor, uma das Províncias do Império português, sem que dessem a este povo a oportunidade de escolher os seus destinos e de garantir a sua segurança, para efeitos económicos, sociais e de liberdade.

Os americanos – na pessoa de Henry Kissinger – pessoalmente, de boca encostada aos ouvidos dos dirigentes indonésios, foram-lhes dizendo que “agarrassem aquilo” (Timor) e que não dessem com a língua-nos-dentes sobre quem indirectamente apoiou a investida, o saque e o derrame de sangue.

Faço, mas qual é o sentido do meu fazer? Faço, mas qual é o seu fundamento? Faço, mas qual a verdade intrínseca daquilo que faço?

A invasão aconteceu, o roubo foi feito, a ditadura indonésia instalou-se no terreno e os nossos (alguns) políticos queixam-se agora, devido às centenas de timorenses mortos pelo novo opressor. A vergonha do abandono militar e civil de Portugal, é noticiada pelo mundo inteiro e os culpados não conseguem um lugar no país onde se sintam devidamente escondidos da traição efectuada. A cobardia é mais forte que o carácter.

Mas o que mais impressiona é termos um militar que interveio na revolução de Abril/74, que ajudou a derrubar a 2ª república com um regime de extrema-direita, o General Galvão de Melo – que vive agora convencido que manda neste quintal ou que é mais esperto do que todos os portugueses juntos, e venha sem pudor, sem respeito por nada nem por ninguém, apoiar o roubo/invasão de Timor pela Indonésia e de querer, democraticamente-só, ultrapassar o poder Constitucional português. Bando de vendidos!

O general Galvão de Melo, não está só nesta bênção do saque a Timor, pois um tal Macedo, empresário que tem metido milhares e milhares de contos nos bolsos, vindos da Indonésia, coloca-se ao lado do general, bem como o supra iluminado Nuno Rocha, jornalista do jornal Tempo, que só vê, fala e escreve asneiras à cerca da gravíssima invasão.

Quem quer mais do que lhe convém, perde o que quer e o que tem; quem pode nadar e quer voar, tempo virá em que não voe nem nade.

Galvão de Melo, não quer ser João Baptista no Deserto; O industrial Macedo prefere os negócios e os milhares de contos vindos da Indonésia à dignidade e à justiça social junto daqueles que timorenses e portugueses eram.

Nuno Rocha, um banal jornalista que nunca passou da normose jornalística, mas que sempre pensou que estava acima e à frente do seu tempo, apoia o impossível, isto é, o roubo, e esquece que Deus não dorme: tudo pode e tudo coloca nos seus devidos lugares.

Pelo que se topa, só é necessário para estes senhores, que pingue, que venha dinheiro, tenha ele a cor que tiver, mesmo que ensanguentado, sangue dos que se vão opondo à invasão. É que vender o pai, a mãe ou os filhos, já vai sendo uso. Portanto, mais fácil e menos custoso é vender a pátria que os pariu. Assim, eles, pelas afirmações que têm feito publicamente e pelo regozijo testemunhado, já consumaram a traição. Mas Timor vencerá!

E porque é urgente recordar e acordar o povo …

E porque é proibido esquecer …, se escreveu o presente texto.

 

P.S. O general Galvão de Melo, natural de Buarcos – Figueira da Foz, faleceu em Cascais no dia 20/03/2008, com 86 anos de idade.

 

O autor não segue o novo acordo ortográfico.

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