Golpes e ferradelas.
Há cristãos que satisfazem a consciência, beijando a imagem de um Cristo belo, obra de arte e de museu, enquanto ofendem, mutilam ou roubam o pequeno Cristo de carne que é seu irmão.
Vai-se notando – porque fácil de observar – que através de testemunhos pessoais; de certos ódios públicos e diários presenciados no país; através de certas e graves insubordinações na sociedade; também de certa Imprensa deste pós-25 de Abril, como a rádio e televisão, de “trabalharem”, clara e directamente, na destruição do Portugal católico que somos ou o Portugal de Santa Maria.
Apresentam e mostram estes católicos da pacotilha certas doutrinas progressistas, dizem, “em prol da Igreja” e mais não pretendem senão confundir fiéis, dispersa-los, desuni-los e, portanto, oferecendo um cristo-belo e fácil, o qual nunca será o Cristo de há dois mil anos, o Cristo da Igreja que sofre, que faz e dá, de Pedro e de Paulo de Tarso.
O aparecimento destes “novos fiéis da Igreja”, dedicam-se pura e exclusivamente ao ataque de elementos da Igreja de forma atrevida e destrutiva. E porque dizendo-se progressistas, lêem e querem caminhar com um evangelho humanizado, prático e fácil, uma vez que “o Evangelho dos cristãos/conservadores é reaccinário”.
Pelo que, defendem uma doutrina com linguagem vermelha, à qual só tem faltado a distribuição da “doutrina de Fafe”, como o fizerem através da Rádio Renascença, onde se lutava por doutrinas-no-ar, vermelhas, as quais e em devido tempo os verdadeiros cristãos/católicos portugueses disseram fortemente NÃO, a tais golpes e ferradelas.
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É verídico: estes novos cristãos progressistas, sabendo e vendo que os fiéis se mantêm assiduamente na Igreja, serenos, amigos da paz, respeitadores da liberdade de cada um, do respeito pela hierarquia da Igreja e da prática do bem-comum, chamam a todos “anti-revolucionários, fascistas”, porque reconhecem a nossa séria fidelidade ao Cabeça da Igreja sobrenatural e do seguimento que se faz ao Cabeça da Igreja, humana.
Como é natural e evidente, não se pode admitir que uns fedelhos e analfabetos, aproveitando-se da anarquia que se vive actualmente, venham dar ferradelas a uma doutrina, como o Cristianismo, com quase dois mil anos de vida e de vivência.
O Papa Pio XII, já no seu pontificado alertou: “Não há tempo a perder. O tempo da reflexão e dos projectos passou. É hora de acção. Estais preparados? É hora da prova. A dura corrida de que falava S. Paulo está iniciada: é a hora do intenso esforço. Alguns instantes apenas podem decidir da vitória”.
Na verdade, os inimigos do povo pacífico e do próprio Cristo não desarmam. Ora barafustam incansavelmente ora amorrinham para ferrar. Ferram de qualquer modo, em qualquer local e hora. Muitos, até nos acompanham docilmente, sorriem connosco, cumprimentam-nos na rua e até caminham para a igreja, entrando. Não, para que na igreja oiçam e saboreiem o Evangelho, mas, simplesmente, para verem o que se passa e se diz.
Esta gente, caminha nas ruas da cidade com o jornal República ou com o Avante debaixo dos braços; falam e escrevem, procurando identificar-se como Igreja; falam e defendem os desfavorecidos da sociedade, dos sem ninguém e logo a seguir ou estão a ferrar no padre tal, no bispo tal, neste ou naquele leigo fiel, mais dedicado ao apostolado e apontam: “são fachos, incompetentes, ditadores, desactualizados”…, militando, claro está, na confusão e nas doutrinas impostas por Marx ou Lenine, doutrinas que no Arquipélago de Gulag, Alexandre Soljenitsine estudou e que muito sofreu com elas.
Destes profetas, destes novos ditadores agora distribuídos pelo país, Cristo, no seu tempo, não só os correu do Templo como avisou: “conhecê-los-eis pelos seus frutos. Porventura podem-se colher uvas dos espinhos ou figos dos abrolhos? Víboras. Como podeis falar de coisas boas se sois maus?”
Logo, há que vigiar para que a Vinha de Deus não seja deturpada/ocupada, mesmo que tenhamos de dizer como aquele Tenente Coronel fuzilado em Timor pela Fretilin em 1975, Maggiolo Gouveia, que antes de ser fuzilado ainda disse: “podeis disparar. Morro pela minha pátria e pela minha fé católica”.
Assim sendo, assim se vigiando, assim se testemunhando, “os olhos dos cegos hão-de abrir-se e descerrar-se os ouvidos dos surdos. Então o coxo saltará como um veado e a língua do mundo cantará de alegria. As águas brotarão no deserto, e as torrentes na aridez da planície. O solo ardente far-se-á num lago, e a terra sequiosa se mudará em nascentes”.
Que os homens de carácter não fujam, não vacilem, não se acobardem.
PUBE porque é urgente recordar e acordar o povo; e porque é proibido esquecer de como vai este país…, se escreveu o presente texto.
(Artur Soares – Setembro de 1976)