Foi uma das surpresas nas listas de candidatos das últimas eleições legislativas. Tiago Brandão Rodrigues, cientista que trabalhava em Cambridge e que foi cabeça de lista do PS por Viana do Castelo, surge agora como um dos nomes apontados para integrar um futuro Governo do Partido Socialista. A Educação é a pasta mais falada, mas não falta quem o preferisse ver na Ciência e Tecnologia.
Desde que surgiu a encabeçar a lista de candidatos socialistas pelo círculo de Viana do Castelo, nas legislativas de 4 de Outubro, que o nome de Tiago Brandão Rodrigues sempre foi visto como candidato a mais que deputado. Investigador científico em Cambridge, no Reino Unido, e natural de Paredes de Coura, Tiago Brandão Rodrigues revelou que foi convidado directamente por António Costa para aquele lugar e sentiu o imperativo de responder afirmativamente. “A partir de determinado momento senti a inquietação e o compromisso, que era inequívoco, que tinha de dizer que sim”, explicou em Setembro ao Jornal i.
E, já nessa altura, surgia a hipótese, aventada pela comunicação social, de chegar mais longe, eventualmente a um cargo ministerial ou numa secretaria de Estado. E a resposta do actual deputado socialista foi pronta: “da mesma forma que disse “sim, presente” agora, eventualmente posso dizer “sim, presente” a todas as coisas para que possa ser desafiado. Mas é um exercício teórico”, referia numa entrevista ao Diário de Notícias por altura das campanha eleitoral.
Agora, contudo, com a queda do Governo de Passos Coelho e o eventual surgimento de um Governo socialista, alicerçado no acordo parlamentar com PCP, PEV e Bloco de Esquerda, o nome do investigador courense volta a surgir nos jornais como um dos ministeriáveis de António Costa e o que não passava dum “exercício teórico” pode mesmo vir a tornar-se realidade. Rumores vindos a público nos últimos dias referem insistentemente o nome de Tiago Brandão Rodrigues como o eventual futuro titular duma pasta no Governo socialista, com a Educação a ser apontada como o principal destino do cientista, tendo até conta a sua prestação nesta área ao longo da campanha eleitoral.
De Tiago Brandão Rodrigues nem uma palavra. O tempo é de silêncios, e da sua gestão, e o actual deputado, que entrou na Assembleia da República há apenas três semanas, prefere não comentar o actual interesse que o seu nome tem despertado. O mesmo não fizeram, por exemplo, Mário Centeno ou Caldeira Cabral, apontados como certos nas pastas das Finanças e da Economia, respectivamente, e que já afirmaram publicamente estarem disponíveis para o lugar.
Em Paredes de Coura, terra Natal do investigador, de 38 anos, não falta quem veja com bons olhos a sua inclusão num futuro Governo, muito embora todos alinhem na mesma onda cautelosa de não lançar os foguetes antes da festa. A concelhia local do Partido Socialista, por exemplo, refere que, a acontecer, a nomeação de Tiago Brandão Rodrigues será merecida, e não faltam outros dirigentes socialistas a alinhar pelo mesmo diapasão: satisfação… mas contenção. E até nas hostes da oposição há quem se congratule com a possível integração do deputado courense no novo Governo, olhando as suas origens e esquecendo rivalidades políticas.
Não falta, contudo, quem lembre que a Tiago Brandão Rodrigues estaria melhor colocado num eventual Ministério do Ensino Superior e da Ciência, que costuma ser parte integrante dos governos socialistas, do que propriamente no Ministério da Educação, dada a sua experiência no meio académico e da investigação científica. O actual deputado, no entanto, parece não estar muito à vontade com todas estas notícias que envolvem o seu nome, tendo já dado conta disso a pessoas mais próximas. Certo, para já, apenas a sua presença na Comissão de Educação e Ciência e também na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, das quais faz parte no Parlamento português.
Courense Tiago Rodrigues pode ser ministro em Governo PS
- 12/11/2015
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- 12/11/2015

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