Parte significativa dos baldios da freguesia de Covas, concelho de Vila Nova de Cerveira, que durante as últimas quatro décadas permaneceram abandonados, ganha nova vida!
Com a crescente industrialização que Portugal sofreu logo após a “Revolução dos Cravos”, a agricultura foi abandonada e as populações do interior rural debandaram à procura de melhores condições de vida (?). Paralelamente, a floresta sofreu diretamente as consequências desse fenómeno! Se até então os agricultores tinham necessidade de cortar o mato para, com a ajuda dos animais, produzir estrume para adubar as terras, tal prática deixou de fazer sentido e a floresta começou a ficar suja. Pouco depois os incêndios começaram a deflagrar, consumindo milhares e milhares de hectares de arvoredo. A reflorestação não aconteceu, e os baldios foram esquecidos e votados ao descaso! A freguesia de Covas, à semelhança de tantas outras localidades do país, onde os baldios são administrados pelos Serviços Florestais, foi, até há bem pouco tempo, um exemplo vivo desse “nada fazer”. Hoje, tudo mudou. A dinâmica empreendedora da Junta de Freguesia, a quem os compartes delegaram poderes de gestão, já está a dar resultados verdadeiramente satisfatórios. Numa primeira fase, e mandatada pelos compartes, renegociou com os Serviços Florestais a cogestão de cerca de oitocentos hectares de baldio. Já com poderes de gestão sobre essa área, foi a vez da autarquia cativar o interesse de investidores, celebrando contratos de aluguer. Atualmente, já estão a ser intervencionados com a plantação de castanheiros perto de duzentos hectares, com a particularidade de sete dos quinze investidores serem jovens agricultores de Covas! Para além dos castanheiros, os investidores pretendem plantar mirtilos. Outros há que já manifestaram interesse em fazer plantações de vinha. Por último, será bom referir que toda esta ação está a gerar emprego, fator de primordial importância para a fixação da população, o que ajudará a estancar ou minimizar a galopante desertificação da freguesia.
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