Editorial

Crónica alucinada fora de casa
Zita Leal

Zita Leal

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A cronista de meia tigela revoltou-se, pegou na crónica de trazer por casa, arrancou-lhe os chinelos e o roupão e pô-la fora sem apelo nem agravo.

Lembrou-se agora de um senhor comentador desportivo dos tempos da televisão sem berros e insultos entre os comentadores de mesa redonda da actualidade e que dizia muitas vezes “ sem apelo nem agravo “ no meio dos comentários imparciais. Não recorda o nome mas daqui lhe rende homenagem pela elegância e verticalidade no falar. Talvez algum leitor ( se o tiver ) a ajude. Obrigada.

Mas porquê fora de casa? Fartei-me. Sempre a chorar misérias sociais, sempre a mandar “ bitaites “ sobre politiquices ardilosas, sempre a alfinetar os ladrões de colarinho branco e na última das teorias da conspiração alvitrava que tantas demissões no Governo, tantos casos e casinhos nos caminhos de ministros, secretários, assessores e afins ( os auxiliares de limpeza ainda não…), se calhar serão manobras de diversão do nosso impávido António Costa que soma e segue no caminho de esperança de ser despedido pelo Presidente Marcelo não vá a Europa fugir-lhe . Isso é que não. Estas crónicas de trazer por casa já fartam.

A cronista de meia tigela queria opinar sobre as atrocidades da guerra que nos cinzenta o olhar, queria dizer que foi preciso um terramoto impiedoso para se falar das crianças sírias que existem e sofrem como as outras e não encontra palavras de conforto, de crença num amanhã, de esperança num deus qualquer que olhe para este mundo como se o tivesse criado.

Creio que é melhor seguir o caminho da crónica de trazer por casa.

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