Crónica de uma Viana às moscas!…

Carlos Maciel

A música da Amália Rodrigues “Havemos de ir a Viana” parece um presságio do potencial que a cidade tem por cumprir há várias décadas. Viana do Castelo tem imenso potencial, uma cidade lindíssima, com bons acessos, bem localizada e com recursos naturais incríveis como mar, rio, montanhas e lagos. Além disso conta com uma cultura riquíssima que devia ser mais divulgada. No entanto, os seus habitantes têm-na dotado duma gestão socialista durante as últimas duas décadas, que tornou a cidade num marasmo.

Sob o lema de “Cidade Saudável” e de “Meca da Arquitectura”, o executivo camarário, cuja filosofia se mantém inalterada há mais de 20 anos, vem cometendo atentados ao livre comércio e a todo aquele que queira empreender. Através de uma economia planificada de obras públicas desnecessárias, a Câmara desperdiça recursos e dinheiro em elefantes brancos, enquanto a cidade se encontra às moscas.

Um dos exemplos mais gritantes é o Coliseu da Praça da Liberdade. A sua arquitectura pode ser de gosto duvidoso, mas a sua utilidade não deixa margem para dúvidas. Projectado para ser tudo, acaba por ser inútil para tudo. Não cumpre a sua função para acolher provas internacionais de desporto, como pavilhão de exposições é demasiado pequeno e como centro de espectáculos (função actual) é uma miséria. Desconfortável, possui uma acústica terrível e ver um concerto pode tornar-se numa dor de pescoço terrível já que temos de espreitar por cima do ombro do espectador da frente. 

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Não vou sequer mencionar as infiltrações de água ou o facto de ser usado 2 ou 3 vezes por mês. Os seguranças que vigilam o espaço 24h por dia, é a prova física do keynesianismo que o presidente José Maria Costa tanto gosta. Mas infelizmente já se provou que a oferta não cria por si só procura.

Outro exemplo interessantíssimo é a Praça de Touros. O executivo PS, à moda de Cuba ou de qualquer regime totalitário e num gesto nobre de defender os animais, mas atentando contra a liberdade da população ao mesmo tempo, decide proibir as touradas. Expropria-se o espaço por uma ninharia e deixa-se ao abandono. Quando começam a surgir vozes a denunciar, anuncia-se mais um plano faraônico de obras públicas. A solução: demolir e construir um daqueles centros que ninguém percebe para que servem, além de empregar os amigos. Sou contra os maus tratos animais, mas estas questões não se resolvem desta forma, que é digna de qualquer regime africano.

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Para terminar, e ainda perto da Praça de Touros, mais um exemplo de planificação municipal da economia: expropriações, destruição de postos de trabalho e requalificação urbana.

A Câmara decide que a zona da praia fluvial de Argaçosa precisa de uma requalificação, apesar dos habitantes não concordarem, visto que mesmo como estava era das zonas mais frequentadas da cidade. O que é que o Sr. José Maria Costa, no alto da sua sabedoria decide fazer? Demolir os cafés e armazéns do Clube de Remo, no seu lugar ficam descampados e constrói-se um novo clube com apenas um café a 1km. O proprietário? A Câmara Municipal e mais uma PPP para o contribuinte pagar. 

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No fundo, mais 3 exemplos de capitalismo de compadrio, que no caso de correr mal paga o contribuinte com os seus impostos. Depois ainda se admiram como temos uma dívida pública deste tamanho…

geral@minhodigital.pt
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