Editorial

Crónicas de Trazer por Casa: PIM… PAM… PUM…
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Zita Leal

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Zita Leal

Professora

(Aposentada)

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A malta octogenária, como eu, lembrar-se- à certamente daquele jogo infantil em que obedecendo à máxima “ Pim pam pum cada bola mata um “ se iam excluindo os parceiros do jogo.

O último escapava à nomeação e ganhava o jogo. Como é que estas lembranças de antanho me vêm amiúde à memória, a mim que nem me lembro do que comi ontem? É uma das características da doença de Alzheimer, disseram. Não sei se será assim tão frustrante…Quero dizer-vos porque é que não gostei do penúltimo festival da canção e só me lembro de ver uma galinha em palco a cacarejar, mas da música não.

Mas sei que no jogo do pim pam pum era a sorte que ditava a exclusão do grupo e hoje não é assim. Hoje é a idade e o estado de saúde do hospitalizado que lhe dita a sentença. Ainda bem que não sou médica… Nem sei como atiraria a bola ao meu doente. Tenho muita pena dos médicos que são obrigados a jogar o pim pam pum moderno.

“ O povo unido jamais será vencido “ foi cantado por tudo o que era trabalhador, povo sofrido, gente disposta a lutar pela justiça social. Foi uma marca nas cantigas que eram uma arma! É agora uma bandeira muito apagada no tempo e na eficácia, mas não a esqueço perante um povo que volta a unir-se em massa para lutar contra um corona invisível. É forte a união, de novo.

Fico com a esperança a despontar.

E já não se grita “ vamos lutar contra o capital pois é mais urgente lutar unidos contra o novo mal.

“ É preciso acreditar” já cantava Luís Góis.

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