Editorial

CRÓNICAS DE TRAZER POR CASA: SOMA E SEGUE…
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Zita Leal

Está sol na minha varanda, ouço a passarada nas árvores próximas, as gaivotas devem estar a chegar à procura de restos da ceia de ontem e as sardinheiras espanejam-se todas tolas a sacudir as pétalas velhotas. É altura para amaciar a escrita, deixar-me daquelas filosofias tabernais costumeiras e alinhavar um sorriso. Pois ainda não é desta.

Há dias percebi que a quem confessasse desvios, corrupções e habilidades afins ser-lhe-iam perdoadas essas artimanhas, como são os pecados quando a gente os confessa ao prior. Ainda ouço bem mas deve ter-me escapado alguma coisa. Pergunto ao companheiro e ele que ouve mal responde como habitualmente: “Ó mulher, lá estás tu a fazer filmes. Não ouvi e nem acredito. Isto não é a república das bananas…” Tem razão. Mas de bananos é. Estamos a toda a hora a levar bananos na nossa credulidade, na estúpida certeza de que todos são confiáveis, abanamos as orelhas, dizemos para nós próprios “ não é possível, tirem-me deste filme “, etc, etc  e seguimos em frente que atrás vem gente. E a gente não acorda? E a gente continua a pagar com os euros na míngua as dívidas destes ladrões de colarinho branco?

Se dúvidas me restassem, os noticiários da manhã acabaram com elas. Bancos mal geridos? Não!!! Se assim fosse gestores e figurões bem falantes não ganhariam prémios chorudos, não é? Algo vai mal no nosso país… Alguém credível poderá explicar-nos que sangria é esta de “ Soma e segue? “

E com isto, o bom propósito de escrever coisas agradáveis  foi-se…

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