Editorial

CUIDADO EM QUEM VOTAMOS
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Damião Cunha Velho

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Damião Cunha Velho

Professor

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A maioria das vezes votamos em políticos que nos mentiram no passado.

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Aceitámos até com uma certa normalidade que quem governa não cumpra as promessas eleitorais.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Mas, o que nos leva a persistir no erro?!

Reparem que todos nos prometem mais justiça social, o fim da corrupção, evitar a opressão dos fracos, direitos iguais entre homens e mulheres, direitos para as minorias ou não discriminação das pessoas por causa da sua orientação sexual, entre outras tantas promessas.

Na prática, nada disto se verifica, governo após governo, independentemente do partido em causa.
As mulheres continuam a ganhar menos 30% que os homens para a mesma função.
Alguns políticos se pudessem castravam os homossexuais poupando os seus familiares homossexuais desde que se mantivessem no armário.

Será que a culpa de muitos holocaustos foi apenas dos seus líderes?
Lembro que Hitler foi eleito.

Os eleitores sabem tudo isto mas ficam facilmente encandeados pelo carisma, o rosto, a voz ou o sorriso fácil do político candidato.
No fundo, um acto de preguiça, aversão ao risco ou medo porque o difícil é discutir os processos, as políticas e as suas reais consequências. Esgrimir argumentos sobre o impacto dessas ideias é o exercício que se exige para uma escolha correcta, a existir.

Os eleitos são também um produto dos eleitores.
Muitos de nós gostamos de delegar responsabilidades, de ser conduzidos e os políticos aproveitam essa fragilidade, prometendo mais do que podem cumprir.
Enquanto isso, os políticos vão acumulando poder.

O Estado é uma conquista sofisticada e uma aberração moral. Uma esquizofrenia, no limite.
Olhamos para o Estado como uma entidade abstracta, quando o Estado somos todos nós.
A quem devemos obedecer, ao Estado “nós” ou ao Estado “eu”, quanto discordamos?
À comunidade política ou à minha consciência e opinião?

A nossa fraqueza na avaliação da maldade é a nossa maior fragilidade e por isso temos tendência a nos deixar convencer.
As campanhas eleitorais conseguem apagar da memória colectiva o que de errado se passou em toda a legislatura.
É a “festa da democracia” e o povo em festa perde a memória, por culpa própria, por medo, algo muito próprio de democracias pouco maduras e com um pé na ditadura que passou ou na que se seguirá. No fundo, um alvo de facil manipulação.

Há de facto um povo que se vende e que decide eleições. Há também solitários que são considerados perigosos. Não pelas mentiras que dizem mas pelas verdades que dão a conhecer. E são perigosos porque não estão à venda.
A função dos poderosos é marginalizá-los.

A escolha não me parece difícil em nome das gerações que se seguem, os nossos filhos e os nossos netos. A escolha é entre fazer parte de um rebanho que pode conduzir ao abismo ou ser a ovelha que alertou a tempo que o abismo estava ali diante dos olhos de todos.

Por isso, muito cuidado nas próximas eleições!

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