Editorial

DA DEMOLIÇÃO DO PRÉDIO COUTINHO… À DEMOLIÇÃO DE SÓCRATES
José Andrade

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José Andrade

Aposentado

O que é que a demolição do incontornável Prédio Coutinho, ex-libris de Viana do Castelo, tem a ver com a demolição dessa figura sinistra da mentira e rapina institucionalizada por via da política?

Tudo, ou quase tudo. A decisão de, para justificar a montagem de mais uma fonte de onde poderia jorrar mais uns milhares de euros, está, neste bom exemplo, que não único, de como foi montada uma das mais ‘generosas e bondosas’ operações de saque de dinheiros públicos, sob o manto diáfano de requalificação, ordinariamente falando, tornar bonitinho uma coisa que até nem tem graça de nascença.

Deitar abaixo o Prédio Coutinho, coisa que alguns ‘ilustres’ vianenses aplaudiram, é daqueles embustes, a par muitos outros que no consulado do senhor Pinto de Sousa aconteceram neste pantanal guterriano um pouco por todo o lado, mostra como ‘com papa e bolos se enganam tolos’. Felizmente que nem todos são tolos, nem todos gostam pela papa e bolos. O pão, ainda que duro, quando é ganho com o suor do nosso rosto, tem outro sabor e merece outro respeito. E respeito, por muito que a matilha invente ou ensaie em coro, é coisa que para sempre perdurará na memória de muitos vianenses. Ou por calaram, ou porque cobardemente consentiram, começando porque não respeitaram aqueles que no Prédio Coutinho viviam.

GOSTA DESTE CONTEÚDO?

Sou dos que não condescendem com este tipo de gente. Gente como Sócrates, Isaltinos, Rangel, Oliveira e Costa, e demais rataria institucional. São espécimes que me causam urticária. E por várias razões. Usaram e abusaram do papel que a Democracia e a República lhes confiaram. Com desdém e arrogância, pisaram princípios e regras que por si nunca cumpriram, mas exigiram, impuseram e reclamavam para os outros.

Fizeram do comum dos mortais, um bando de atrasadinhos mentais.

Dirão, mas ainda não foram julgados! Pois não. Mas o simples facto de serem suspeitos, indiciados, pelos lugares, pelos estatuto social e institucional que ocuparam, isso, por si só, já merece firme censura. E não são casos políticos, são casos de polícia. É o preço de viver em Democracia. Ninguém está acima da Lei, e tudo o que é interesse público, é passível de discussão. Calar por medo, penso que é coisa que já não dá. Respeito por regras do Direito, seria atendível, se já não tivessem sido pelos Justiça travados. Fazer de conta que nada se passou, com tantas evidências, é  desculpa esfarrapada. Pode ser difícil, demorado, complicado, organizar o processo judicial. O que parece não restarem dúvidas, é que algo de muito feio e grave esta gente cometeu, fez, organizou.

Daí o afã com que certos ‘ratinhos’, agora, também por conveniência, em nome do ‘bom nome’ da ladroagem, se desunhe em pedir silêncio, colocando deste modo em causa a Policia Judiciária e aquela parte responsável do Ministério Público que sabe separar o trigo dos bilhetes para o futebol, e uns jantares, confundindo assim ‘César e a mulher de César’.

Sabe bem, para uns, é de bom tom, para outros, e muito interessante para os demais, bater com a mão no peito, dizendo alto, que ‘até prova em contrário, todos são inocentes’! Qualquer cidadão responsável, pessoa de bem, sem juras ou gestos pornográficos, dirá o mesmo. Mas o que se passa com os processos judiciais desta gente, coisa que fica por conta dos tribunais, é uma das partes do julgamento.

O outro, o do uso e abuso do trajecto social e político, é outro, passível já de censura pública. E se alguns políticos calam, tem sempre alguém que não, não se cala. Coisa diferente de ‘linchamento’ ou ‘julgamento popular’, como pretendem fazer crer alguns amigalhaços, e ‘boas almas’, que nestas alturas sempre surgem, que sempre as há. Era o que faltava, não se poder criticar esta abusadora gente que usou a boa fé para encher os bolsos, e no caminho, semear maldades que perduraram no tempo. Mentiram, mentem. Já não podem fugir.

Como aves de rapina, em cativeiro, vivem anilhados.

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