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De Viana a Trento: ‘Diário de Bordo’ (5) do Diogo e do Miguel

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Os nossos ‘heróis’ vianenses, finalmente, chegaram a casa: a Viana do Castelo!

Aqui está o último capítulo do Diário de Bordo destes jovems estudantes que reeditaram o caminho percorrido há quase 500 anos por Frei Bartolomeu dos Mártires até à cidade italiana de Trento onde participou no célebre Concílio.

Foi um privilégio para o Minho Digital este exclusivo, sempre acompanhado de imensas fotos e desenhos por onde passaram. Leiam o último testemunho.

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Miguel Teodoro e o Diogo Ferreira

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Hendaye

 

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Chegámos à cidade ao fim da tarde. Fomos muito bem recebidos por Verónique Merlet, representando o Comité de Geminação entre Viana do Castelo e Hendaye, fornecendo-nos dicas importantíssimas sobre a zona. Ficámos instalados em Irún, uma cidade do lado espanhol da fronteira.

No dia seguinte explorámos Hendaye e entre as ruas começámos a avistar a imensa água que banha a cidade, começando no rio, desaguando no vasto oceano. Na extensa marginal avistamos Espanha e dezenas de barcos de recreio que flutuam nas águas límpidas do estuário do rio Bidasoa. Em breve começamos a sentir a salinidade no ar que há já algum tempo não sentíamos na pele e que nos é tão familiar, um presságio de um regresso que não tarda.

Palmilhamos a areia fina que se encontra com o mar numa coreografia suave. E, desviando-nos da multidão, vamos de encontro à arriba que limita a praia. Centenas de milhares de anos são visíveis nas várias camadas de sedimentos que erguem a imensa massa rochosa.

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Ao fim da tarde uma entrevista muito informal com Verónique e um jornalista de um jornal do país basco, Manex Barrace, teve lugar num café muito simpático, com prova de produtos típicos da região. Mostraram-nos também um treino de “Pelote Basque”, um jogo típico do País Basco. Foi uma conversa muito agradável.

Noutro dia voltámos a Hendaye e decidimos explorar a beleza natural da região, por isso dirigimo-nos ao “Château-Observatoire Abbadia” um castelo construído na segunda metade do século XIX por um cientista numa elevação de terreno que contempla o oceano, com prados verdejantes em primeiro plano. O edifício ao estilo francês apresenta imensas gárgulas com formas de animais e telhados pontiagudos, lembrando-nos que estamos em França, pois a fronteira nesta zona torna-se tão ténue que a iminência de dizer um “gracias” em terreno francês é uma constante.

De seguida ingressamos no Domaine d’Abbadia uma reserva natural com 65 hectares que visa conservar e proteger a riqueza paisagística e ecológica litoral desta zona. Entre bosques e prados com espécies autóctones, arribas vertiginosas e praias selvagens, deliciámo-nos com a paisagem incrível que a natureza nos oferecia. Descemos e subimos arribas por caminhos íngremes em busca de capturar o melhor momento e somos atingidos por momentos de reflexão que a natureza e um final de viagem proporcionam.

Despedimo-nos de Hendaye, uma cidade pequena, mas com pessoas muito hospitaleiras e uma riqueza natural incrível.

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Sem certezas de o Frei Bartolomeu dos Mártires ter passado por esta cidade achámos pertinente inclui-lo no nosso itinerário, uma vez que Viana do Castelo tem uma estreita relação com Hendaye e porque o beato esteve nesta zona tendo passado por outras cidades próximas.

 

 

San Sebastian | 

 

A ténue linha entre Espanha e França esbatia-se cada vez mais. 

Alojados em Irún fomos percorrendo as cidades por onde o Frei andou em todo o seu redor. 

San Sabastian conquista-nos logo com as suas baías, com a límpida e translúcida água a que a Europa Mediterrânica nos habituou ao longo da viagem. 

É uma cidade pequena, com uma forte aposta turística nas praias, mas também com uma enorme aposta na vertente cultural. 

Entre uma e outra rua subimos até ao trilho que nos guiaria ao topo da montanha onde acabamos por encontrar uma exposição relativa à componente histórica da cidade. Embora devastada pela II Guerra Mundial, a cidade continua bela lá do topo, toda a panorâmica permite-nos ver o horizonte marítimo e o horizonte rochoso em que a cidade se estende. 

A cidade parece ser abraçada pelo cristo que está no topo da colina que virado para o centro nos indica a direção a seguir. 

Terminamos o dia nesta bela cidade a contemplar a sua arquitetura, nas ruas os sons são vários e os cheiros pairam pela brisa que o fim de tarde acaba por trazer a par da nossa despedida.

 

Viana do Castelo

 

O derradeiro regresso!

É uma sensação estranha este retorno.

É bom rever a família e o espaço de uma cidade que cada pedra da calçada é nossa conhecida ao contrário das cidades por onde passámos, e que serviu de partida para esta fantástica aventura. 

Viajar é um fator importantíssimo para a evolução da personalidade de um indivíduo, o convívio/confronto com outras culturas, a capacidade de adaptação/ resiliência a novas situações e de enfrentar as adversidades.

Inquestionavelmente estas foram algumas das razões que tornaram o Frei uma pessoa de tanto valor. Sentimos também que esta viagem nos enriqueceu muito.

Não sentimos o tempo passar, foi talvez o mês mais fugaz das nossas vidas, mas foi, também, o mais recheado e, sem dúvida, um dos mais marcantes.”

 

Link fotos : https://0hb4lw.s.cld.pt/

Site | http://locusproject.tumblr.com 

Instagram | @locus_art_project

 

 

 

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