Winston Churchill disse que ”a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros”.
Deve ser uma das frases mais repetidas no Mundo, principalmente, por todos aqueles que, em nome da democracia, fazem o seu contrário, para se perpetuarem no poder, custe o que custar.
Como ainda não se conhece outro sistema melhor, aperfeiçoemos, por isso e não só, a democracia.
Recentemente, tivemos o caso das eleições em Moçambique que, embora, recolhendo um vasto consenso sobre as enormes ilegalidades cometidas pelo partido vencedor, desencadeou movimentos de contestação aos resultados, com violentos confrontos por parte dos manifestantes ligados ao partido “derrotado,” reprimidos ferozmente pela da tropa e polícia.
São largas dezenas de mortos dos contestatários do partido “vencedor” que não calam a sua revolta. Mas Daniel Chapo foi empossado como Presidente da nação.
Não é, propriamente, uma novidade e daqui a pouco, volta tudo ao esquecimento.
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E a dinastia continua que, de democracia, apenas tem o nome.
Mas, pouco antes, aconteceu o mesmo na repetente Venezuela, com as pseudónimo-eleições, com os mesmos resultados – leia-se vigarice – e a mesma mortandade daqueles que se sentem roubados e defraudados por um acto que é nobre mas que apenas é usado como meio fraudulento para, mais uma vez, se eternizarem no poder.
Assim, travestidos de democratas, continuam a sua impiedosa ditadura sem que se veja uma forma de os expulsar do poder.
Citei apenas dois casos, mas a lista é grande – bem grande, infelizmente!
Isto serviu de introdução para chegada de Trump ao poder, neste dia vinte, pela segunda vez. Ele que é um dos homens mais diabolizados do Mundo, mas com diferenças diametralmente opostas.
Goste-se ou não dele – e eu não gosto nada -, ele foi escolhido maioritariamente pelos votos limpos dos americanos que é algo bem distinto dos casos que antes descrevi.
Pode-se argumentar muitas coisas a seu desfavor, é certo, mas a Lei autorizou-o a concorrer.
Porém, Portugal, também tem o seu trumpezinho, na figura de André Ventura, e cuja vontade é ser um Trump, um Maduro, uma Meloni, ou coisa parecida. Também, neste caso, foram as escolhas dos portugueses que tem feito crescer o seu partido.
Quer no caso anterior, quer neste foi o povo que assim o quis. Denegrir os resultados eleitorais é o mesmo, que passar um atestado de burrice a quem votou nestes dois figurões. Afinal é, ou não, o povo quem mais ordena? Não é o povo a falar?
Só falta, mesmo, chamar estúpidos aos eleitores, coisas que as extremas muito agradecem.
Sucede que, quer com Trump, quer com o trumpezinho português, foi o voto livre que os legitimou e não fraudes eleitorais, mas legítimos.
Há um bom par de anos, foi a extrema-esquerda que se assomou ao poder. Um pouco por toda a Europa, e pelo Mundo, e recentemente até em Portugal que ajudou a construir a geringonça, coisa que, parece não ter incomodado as elites de comentadores.
Agora é a vez da extrema-direita, um pouco por toda a Europa e não só, ter a preferência dos eleitores. Não há extremos bons, sejam eles vindos da esquerda, da direita, ou dos militares.
Tendo em conta tudo isto, creio que, seria a vez de, os partidos tradicionais, PSD e PS, aqueles que, maioritariamente nos tem governado desde Abril de 1974, assumirem os seus erros, as suas falhas, e de as corrigir, não permitindo dar mais abébias a extremismos, pois o nosso trumpezinho só existe por mera culpa deles .É um produto feito por eles.
Como o PS, leva uma enorme vantagem governativa, agora que está na oposição, era mais que tempo de assumir os seus erros e de criar pactos de regime duradouros, com o governo actual, estancando os fenómenos extremistas, e não ser tão extremista que até se encosta ao trumpezinho.
(José Venade não segue o actual acordo ortográfico em vigor)