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«Dei a cara e assumi as minhas responsabilidades, mas nem todos podem dizer a mesma coisa…»

Estamos a pouco mais de um mês, das eleições, que revalidam um novo mandato autárquico. O poder local vai a votos, já no próximo dia 26 de Setembro. E a tradicional campanha eleitoral, atípica e desigual de outras campanhas eleitorais está em marcha.

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Todos os meios são bons, para informar e convencer! Muitos eleitores andam indecisos, apesar de serem relativamente conhecidos os candidatos. As redes sociais são usadas de forma intensa, por serem eficazes e oportunas. Pela escrita, foto e sobretudo, pela mensagem vídeo. Na mira está a eleição, ou recondução de cargo. Há quem avance para um terceiro mandato consecutivo. Também há quem desista, numa opção ponderada, pessoal. Dando assim a preferência a outros protagonistas de acção e de compromisso político.

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É o caso do actual presidente de Junta da freguesia de Lavradas, Ponte da Barca. André Fernandes conclui, com êxito dois mandatos, como presidente de Junta. Na sua reflectida decisão de não se recandidatar, estarão sólidas razões, pessoais e políticas. Em consequência dá lugar à novidade e à mudança, apesar da estima que a população de Lavradas lhe reserva e ainda, a preferência da Comissão Concelhia do P.S.D.

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GOSTA DESTE CONTEÚDO?

No sentido de se perceber melhor esta atitude, do ainda autarca de Lavradas, o Minho Digital foi ao encontro de André Fernandes, que acredita numa vitória da sua equipa, assumindo, por sua vez, a candidatura à presidência da Assembleia de freguesia. 

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MINHO DIGITAL (MD) – Que motivos o levaram a declinar a sua reeleição, já que poderia alcançar, com facilidade, um terceiro mandato como presidente de Junta de freguesia?

ANDRÉ FERNANDES (AF) – Começaria por dizer que a vida, não se resume a um qualquer cargo político, ou tarefa paralela, até porque não somos donos de nada. A família e a minha profissão ditaram que é melhor fazer esta pausa! Muito ponderada e partilhada. Não deixarei, no entanto de exercer a minha cidadania e o meu direito à participação cívica. Como dizia alguém: “vou andar por aí”.

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MD – Como classifica ou descreve os seus dois mandatos; oito anos a representar e a servir o povo de Lavradas?

AF – Foram mandatos muito exigentes. De muito trabalho, de compromisso e acção. De luta e de entrega às causas em que sempre acreditei. Com os parcos meios à disposição. Com o cuidado de atender cada situação de forma coerente e responsável. Considero que em primeiro lugar estão as pessoas; foi para com elas e para elas, que dediquei estes oitos anos. Procurando fazer o melhor que sabia e podia. Procurei não falar, naquilo que dependia de mim. Estou de bem comigo e agradecido pela confiança e pelo constante apoio que me foi dado.

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«APOIAR MARINHO? ABSTENHO-ME DE APOIAR SEJA QUEM FOR!»  

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MD – Vai apoiar a recandidatura de Augusto Marinho?

AF – Sendo ainda presidente de Junta, não sou, de facto, candidato político e por isso abstenho-me de apoiar seja quem for! Claro que nesta fase de campanha eleitoral dou plena liberdade de voto. Não posso, nem devo condicionar ninguém, tanto mais que em democracia a escolha é pessoal. Quero o melhor para a minha freguesia e por ela, o mais digno e proveitoso para todo o Concelho.

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MD – Foi boa e profícua a sua relação política e institucional com o Sr. Presidente da Câmara Municipal?

AF – Em democracia é natural que haja divergência, outra visão das coisas, outra aproximação em termos de conduta e decisão política. Isso aconteceu e foi público; não me consigo vender com facilidade! Pautei a minha actividade política, com respeito pelo cargo de eleito, mas também por regras e princípios. O que me acarretou vários dissabores! Mas isso só acontece quando defendemos a verdade e a justiça, quando trabalhamos e agimos em defesa daquilo que nos pertence, de direitos e de regalias adquiridas! Uma salutar relação institucional passa pelo diálogo e pela cooperação efectiva. Pela coerência política e pela afirmação, nomeadamente no cumprimento dos objectivos fixados. Lavradas não teve nenhuma obra de raíz e os casos de manutenção, não chegaram para as encomendas. Com a evidente necessidade de requalificação da principal entrada para a freguesia, a partir da estrada Nacional. Este executivo falhou, desde logo na sua estratégia e mudança interna. Há quem tenha memória curta! Eu ainda me recordo de muitos episódios, claramente contrários ao que se tinha estabelecido, nomeadamente à boca das urnas. Perderam-se assim, boas energias e grandes oportunidades. Mas nem por isso sucumbiu, resistindo às sucessivas tempestades; a sua legitimidade foi discutida e por isso, controversa!

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MD – Terá a grande problemática, em torno da reconstrução da igreja paroquial, pesado na sua não recandidatura?

AF A resposta é naturalmente negativa. Já mencionei, sucintamente, a razão pela qual não me recandidato. Neste caso, como noutras situações, não há lugar para ressentimentos. A questão em torno da reconstrução da igreja, acabou por ser uma tragédia! Toda a gente sabe o que penso e mais que isso o que fiz, por essa causa. Como eleito e como cidadão responsável tive que fazer opções. Escolhi aquelas que entendi serem as mais favoráveis e mais dignas, em consonância e comunhão com o povo da minha freguesia e de outros pareceres, muitos deles vindos de bem longe! Defini e orientei uma estratégia política por direito, mas também por dever. Dei a cara e assumi as minhas responsabilidades; nem todos podem dizer a mesma coisa! Devia servir para todos, aquela máxima, que reza deste modo: “a César o que é de César. E a Deus o que é de Deus”!

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